Governo Bolsonaro tentou doação de oxigênio dos EUA por 9 dias, e Venezuela já fez três remessas a Manaus

*ARQUIVO* BRASÍLIA, DF, 16.12.2020 – O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

VINICIUS SASSINE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou, por nove dias, garantir uma doação de oxigênio líquido dos Estados Unidos para o Amazonas. No entanto, como consta em documento da Casa Civil da Presidência sobre as ações para debelar a crise no estado, não obteve êxito até o fim da tarde desta segunda-feira (25).

No mesmo período, a Venezuela –país sob o regime do ditador Nicolás Maduro e criticado pelo presidente e seus aliados– já fez três remessas do insumo a Manaus. Neste mês, a capital do Amazonas enfrenta um repique na pandemia da Covid-19.

O pedido de oxigênio ao governo americano é conduzido pelo Ministério das Relações Exteriores.

As negociações começaram no dia 17 de janeiro, no apagar das luzes da gestão do republicando Donald Trump, de quem Bolsonaro era aliado, e continuaram após a posse do democrata Joe Biden, no dia 20.

O presidente brasileiro foi um dos últimos a reconhecer a vitória de Biden e apontou fraudes na eleição do democrata, dando vazão ao discurso de Trump até o fim da transição de poder nos EUA.

Antes de buscar a doação de oxigênio líquido, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tentou garantir o empréstimo de aeronaves americanas para transportar o insumo até Manaus, mas esse transporte não chegou a ocorrer.

Ernesto falou por telefone com Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA no governo Trump. O contato ocorreu logo no início do colapso dos hospitais em Manaus por falta de oxigênio. Pacientes morreram por falta de insumo, segundo médicos.

O pedido do Itamaraty por aviões dos EUA não foi o único que não prosperou em tempo hábil. Houve também ofensivas sobre Chile e Israel, mas nenhuma funcionou. No momento das tratativas diplomáticas, os três países eram administrados por políticos de direita, o campo político de Bolsonaro.

A informação sobre o início das negociações com os EUA para doações de oxigênio no dia 17 está registrada em relatório da Casa Civil, que atualiza diariamente as ações de ministérios na crise de escassez de oxigênio no Amazonas.

No fim da tarde do dia 25, a Casa Civil anotou que seguia em curso o pedido por “doação de oxigênio líquido ao governo dos EUA em favor do estado do Amazonas”. A solicitação está a cargo do Itamaraty.

Estão envolvidos na operação o Ministério das Relações Exteriores, a ABC (Agência Brasileira de Cooperação), a Embaixada do Brasil em Washington e a Embaixada dos EUA em Brasília. Gestões “político-diplomáticas” ocorrem nas duas capitais, conforme o documento da Casa Civil.

O mesmo relatório detalha os envios de oxigênio a Manaus feitos pela Venezuela. A primeira remessa, que contou com a coordenação do Itamaraty na fronteira para facilitar os trâmites do transporte do insumo, ocorreu no dia 19.

O oxigênio foi doado pelo “estado venezuelano de Bolívar ao estado do Amazonas”, segundo o documento da Casa Civil.

Depois, no mesmo dia e no dia seguinte, o Itamaraty coordenou a “escolta feita pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) dos cinco caminhões venezuelanos carregados com oxigênio líquido”. A escolta ocorreu de Pacaraima (RR), cidade que fica na fronteira com a Venezuela, até Manaus.

Uma segunda remessa feita pela Venezuela ocorreu no dia 22. No mesmo dia, o Itamaraty coordenou uma operação que buscou agilizar o transbordo de oxigênio líquido dos tanques de dois caminhões venezuelanos para dois caminhões brasileiros.

Neste caso, segundo a Casa Civil, o insumo era da White Martins, a empresa fornecedora dos hospitais em Manaus.

A crise de escassez de oxigênio no Amazonas levou o ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello, a ser formalmente investigado no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele é suspeito de cometer crimes ao se omitir diante de sucessivos alertas, feitos com pelo menos seis dias de antecedência, sobre o que ocorria e o que viria a ocorrer nos hospitais.

A reportagem enviou perguntas ao Itamaraty e à Embaixada dos EUA em Brasília, no começo da tarde de terça (26). Não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Sete pacientes do Amazonas recebem alta do Hospital de Campanha de Natal

7 sairam Sete pacientes do Amazonas recebem alta do Hospital de Campanha de Natal (RN)

O Hospital de Campanha deNatal (RN) concedeu alta, na tarde desta quarta-feira (27), a sete pacientes do Amazonas(AM) que estavam em tratamento da Covid-19 na capital potiguar. A Prefeitura do Natal, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal), foi responsável pelo tratamento adequado na unidade hospitalar e também realizou o traslado até o Aeroporto Aluísio Alves. Os pacientes embarcam esta noite em voo comercial para Manaus, com passagens custeadas pelo Governo do Amazonas e Ministério da Saúde (MS).

“Estou muito feliz em poder contribuir, através do nosso Hospital de Campanha, para salvar as vidas de nossos amigos amazonenses. Aqui eles tiveram acesso a medicamentos, oxigênio, equipe multiprofissional e toda terapêutica necessária para ficarem curados dessa doença. Estamos sempre à disposição para colaborar nessa luta de combate ao Coronavírus junto ao Ministério da Saúde”, disse o prefeito Álvaro Dias

Funcionamento do Comércio no carnaval da Natal

O Carnaval em Natal (RN) foi cancelado em razão da pandemia do novo Coronavírus. Por meio do decreto municipal nº 12.116 DE 04DE DEZEMBRO DE 2020, o prefeito Álvaro Dias suspendeu a festividade. A decisão visa evitar aglomerações e o consequente aumento de registro de casos da doença na capital potiguar.

Com a decisão, o funcionamento do comércio sofrerá modificações. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal informa que a abertura do comércio será facultativa, inclusive no dia com 15/02, considerado feriado do dia do comerciário.

A empresa que optar pela abertura na data deve cumprir com obrigações da Convenção Coletiva, conforme aditivo, além do vale-transporte, pagará, a cada um dos colaboradores, as horas efetivamente trabalhadas, acrescidas de um adicional de 100% calculados sobre o valor da hora normal.

Para funcionar os estabelecimentos precisarão preencher o “Termo de Adesão para Abertura em dias Considerados Feriados”, que pode ser obtido junto ao Sindilojas RN,pelos e-mails sicomerciorn@ig.com.br e sicomerciorn@hotmail.com, mediante o pagamento da quantia de R$10 por cada colaborador que for trabalhar no referido dia.

O estabelecimento comercial deverá ainda enviar a relação nominal dos empregados ao Sindilojas com antecedência mínima de 48 horas.

Medrosos e suspeitos de criminosos: Procuradores da Lava Jato vão ao STF contra acesso de Lula a conversas obtidas por hackers

Aqui no RN tem dois suspeitos da turma de Janot

Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Procuradores da Lava Jato em Curitiba apresentaram, nessa terça-feira (26/1), uma reclamação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra decisão do ministro Ricardo Lewandowski. O magistrado deu acesso integral ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a mensagens obtidas por hackers. O caso está em trâmite no âmbito da Operação Spoofing.

No domingo (24/1), Lewandowski autorizou que a defesa de Lula tenha acesso integral às mensagens citadas na investigação, depois que a Polícia Federal não entregou o material, em parte, como determinava decisão anterior do ministro, de 28 de dezembro.

Adiar segunda dose da Coronavac amplia cobertura, mas tem efeito desconhecido sobre a eficácia

A possibilidade cogitada pelo governo de João Doria (PSDB) de adiar a aplicação da segunda dose da vacina Coronavac em um intervalo superior a 28 dias é uma decisão tomada no escuro, segundo especialistas, já que não há dados que demonstrem o quanto uma única dose é capaz de gerar resposta imune. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que o intervalo continue sendo seguido, já que a aprovação do uso emergencial da Coronavac está baseada nos dados dos estudos apresentados – que falam sobre a aplicação da segunda dose em um período de duas a quatro semanas.

Se aprovada, a medida faria com que todo o efetivo de doses de vacina do Instituto Butantan disponível no País pudesse ser aplicado. Os cientistas do governo do Estado defendem que, assim, seria possível ampliar a base de profissionais da saúde a receber a primeira dose do imunizante. Por enquanto, a recomendação atual é que apenas metade das doses seja aplicada, uma vez que 50% do estoque tem de ser reservado para a aplicação da segunda dose.

Em resumo, o cálculo que está sendo feito é: para controlar a pandemia, é melhor haver mais gente vacinada com apenas uma dose (parcialmente cobertas) ou menos gente vacinada, só que com a cobertura total? Segundo especialistas, trata-se mais de uma estratégia administrativa, por causa da falta de vacinas, do que por uma estratégia de saúde.

A competência sobre organização dos programas de vacinação, grupos prioritários e estratégias de vacinação é do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. A reportagem questionou a pasta sobre a intenção do governo estadual, mas o ministério não respondeu especificamente sobre o assunto.

“Nesse primeiro ciclo de aplicação, serão contemplados profissionais de saúde, idosos acima de 60 anos institucionalizados, portadores de deficiência com mais de 18 anos institucionalizados e indígenas aldeados. A campanha e os grupos contemplados serão escalonados de acordo com a disponibilidade de doses da vacina contra a Covid-19”, disse por meio de nota.

Eficácia 

A taxa de eficácia geral da vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac é de 50,38% após as duas aplicações. “A gente não sabe a eficácia de uma dose só; não é uma conta de padaria. Estamos arriscando. Pode ser que a eficácia da primeira dose chegue a 40%, mas também pode ser de 30%”, explicou Natalia Pasternak, doutora em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC).

Dado o histórico de outras vacinas que, assim como a Coronavac, também são formuladas a partir do vírus inativado, seria, sim, possível adiar a aplicação da segunda dose sem que a primeira dose se perdesse, pois “o sistema imunológico tem uma premissa: dose dada é dose computada”, explicou Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Mas ela concorda que o problema consiste em não se saber exatamente a eficácia de apenas uma dose.

Oxford/ AstraZeneca

No fim do ano passado, o Reino Unido aumentou para 12 semanas o intervalo original de 21 dias entre as duas aplicações das vacinas desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e pela Universidade de Oxford/Astrazeneca contra a covid-19. O objetivo era aumentar o número de pessoas imunizadas e frear a transmissão da doença no país, que tinha UTIs lotadas e se deparava com a disseminação da nova cepa do vírus (B.1.1.7).

Quanto à vacina de Oxford/Astrazeneca, os dados clínicos apresentados à Anvisa mostram que a segunda dose pode ser feita entre 4 e 12 semanas após a primeira. Nesta semana, a cidade de São Paulo recebeu mais 165,3 mil doses da vacina britânica, e o prefeito Bruno Covas (PSDB) também decidiu usar todas as vacinas contra covid-19 disponíveis para a primeira dose.

Mônica ressalta, porém, que a situação brasileira é diferente da do Reino Unido, já que não há nem mesmo a previsão de que mais remessas do imunizantes serão recebidas dentro do período estipulado no ensaio clínico.

ESTADÃO

Governo Bolsonaro pagou R$ 162 em lata de leite condensado; veja valor de outros itens

Após a informação divulgada que o Governo Federal teria comprado R$ 15 milhões em leite condensado em 2020 , o Portal iGanalisou algumas licitações de setembro do ano passado no Painel de Compras e constatou que o Ministério da Defesagastou R$ 324 em duas caixas de leite condensado de 395 gramas. Os produtos, de acordo com o certame, são do tipo desnatado, com leite in natura e light.

No resultado da licitação, é possível encontrar cada unidade por R$162. Na internet, a reportagem encontrou o mesmo produto, com características semelhantes, por R$ 28.

Os resultados podem ser encontrados na licitação 77/2020, destinada ao 3º Esquadrão da Cavalaria do Exército , em setembro de 2020. O fornecedor é a Saúde & Vida Comercial de Alimentos.

Ainda no certame, o Governo Federal adquiriu 20 unidades de bacon defumado, com valor de R$ 31,20 a unidade. No total, só com este item, a União gastou R$ 624. O Ministério da Defesa solicitou, também, 54 unidades de creme de leite , gastando R$ 164, além de 60 kg de carne , totalizando R$ 2.005,50.

Em um certame anterior realizado com a mesma empresa, a terceira unidade da cavalaria adquiriu 24 unidades do mesmo leite condensado por mais R$ 324, ou seja, R$ 13,50 por unidade .

O Painel de Compras aponta que há três licitações registradas em dias diferentes, com os mesmos valores e produtos. A diferença fica por conta do valor das unidades e a quantidade adquirida pelo Ministério da Defesa.

Apenas com alimentação, 3º Esquadrão da Cavalaria do Exército gastou R$ 48.717,31em setembro do ano passado.

Livro de Eduardo Cunha cita Temer, Maia e Baleia Rossi como responsáveis por impeachment de Dilma

Temer e Maia são apontados por Cunha como dois dos principais articuladores do impeachment de Dilma

Por iG Último Segundo
No próximo mês de abril, está previsto o lançamento do livro “Tchau, Querida — O Diário do Impeachment”, de autoria do ex-deputado federal Eduardo Cunha e que promete revelações bombásticas sobre integrantes deste e do governo anterior. Logo na introdução, ele aponta que o ex-presidente Michel Temer, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o  deputado federal Baleia Rossi foram os responsáveis pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Segundo informações do blog da jornalista Mônica Bergamo, que teve acesso ao conteúdo do texto, Cunha afirma que a queda da ex-presidenta só foi possível por causa da articulação de Temer : “sem ele, não teria havido impeachment . Ele foi o militante mais atuante e importante. Simplesmente quis e disputou a Presidência de forma indireta”.

Ainda de acordo com a publicação, o ex-deputado afirma no texto que Maia também foi um dos articuladores do processo e “um dos principais militantes”, além de dizer que o presidente da Câmara sempre buscou os holofotes desta ação: “não tinha limites para sua ambição e vaidade”. Inclusive, teria sido em seu apartamento a realização das tratativas “cruciais” para a queda de Dilma

Por fim, ao falar sobre Baleia Rossi,  Cunha diz que o candidato do centrão ao posto de próximo presidente da Câmara também participou da queda da petista porque tinha “força junto a Temer”, por quem foi patrocinado para se eleger líder nacional do PMDB, e “só não foi ministro” porque estava envolvido em suposto caso de fraude na merenda escolar de São Paulo.

Parlamentares pedem investigação sobre gastos do governo Bolsonaro com alimentos

Porta vez e ministro Fábio Faria deverá falar pelo governo.
Rayssa Motta e Samuel Costa

Os gastos alimentícios do governo federal, que somaram mais de R$ 1,8 bilhão em 2020, entraram na mira da oposição. Parlamentares formalizaram representações junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a abertura de uma investigação sobre as compras do Executivo.
Nos documentos, protocolados nesta terça-feira 26, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) argumentam que o aumento das despesas fere o princípio da moralidade administrativa.
“Em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de gastos é absolutamente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de muitos dos gêneros alimentícios mencionados”, diz uma das representações.

A ofensiva jurídica organizada pelos congressistas é uma reação à reportagem veiculada pelo portal Metrópoles, que revelou o crescimento de 20% nos gastos com alimentos pela administração federal – o que inclui de ministérios a autarquias.

Segundo a publicação, que levantou dados com base no painel de compras do Ministério da Economia, foram mais de R$ 15 milhões em dinheiro público para comprar leite condensado e R$ 2 milhões para aquisição de chicletes, por exemplo.

“A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta deve se atentar especialmente à legalidade, legitimidade e economicidade. Esses três parâmetros, para além do aludido princípio da moralidade, se considerada a atual conjuntura brasileira, podem ter sido amplamente ofendidos”, afirmam os parlamentares.

Ao TCU, o senador Randolfe Rodrigues argumenta que o dinheiro poderia ter sido usado, por exemplo, na construção de 180 hospitais de campanha para tratar pacientes com covid-19 ou no pagamento de mais uma parcela do auxílio emergencial a três milhões de famílias.

“Será que os gestores do Executivo Federal entendem que os agentes públicos são mais cidadãos do que boa parte da população brasileira, que vive, no máximo, nos limites da cesta básica?”, questiona no documento.

Defesa

A reportagem entrou em contato com o governo e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.