Episódio de Ivete Sangalo prova que ninguém está livre de surtar por amor
Deborah Bresser, Do R7
O ciúme é um sentimento natural, inerente ao ser humano. É uma ferramenta evolutiva que tem a função de preservar o relacionamento, servindo como um sensor de perigo. Todo mundo sentiu ou sentirá ciúme alguma vez na vida, é como a ansiedade, medo, tristeza, alegria…
Prova disso foi a atitude de Ivete Sangalo, que em um show no Réveillon, na cidade de Guarajuba, na Bahia, protagonizou uma cena de ciúme que dominou as redes sociais. Do palco, a cantora viu o marido, o nutricionista Daniel Cady, de teretetê com uma mulher no camarote, e dali mesmo soltou o verbo: “Quem é essa aí, papai? Está cheia de assunto, hein?”, disse, visivelmente irritada.
O problema é que o ciúme bom, aquele que faz bem ao relacionamento e com o qual o parceiro sente-se amado e seguro, pode descambar para o que os profissionais de saúde mental chamam de ciúme patológico ou excessivo. Para se ter uma ideia, há até um ambulatório no Hospital das Clínicas, em São Paulo, especializado no tratamento desse comportamento.
Andrea Lorena, psicóloga do Programa de Transtornos do Impulso do IPq (Instituto de Psiquiatria do HC), explica a diferença.
— No dito ciúme bom, ou seja, normal, primeiramente acontece uma situação provocadora de ciúme, e aquele que sente ciúme consegue transmitir isso para o parceiro de forma assertiva, ou seja, que ele ou ela consiga escutá-lo e decidem juntos o que pode ou não ser feito. Aqui, a pessoa que sente ciúme sabe que relacionamentos amorosos podem terminar, que irá ficar triste e que também irá se recuperar, acredita ser capaz de amar e ser amada e de manter relacionamentos.
Por outro lado, continua Andrea, no ciúme ruim, o patológico ou excessivo, o ciumento perde o controle. Qualquer situação ou gesto são interpretados como uma ameaça ao relacionamento, como por exemplo, um aperto de mão, abraço mais demorado, uma mensagem no WhatsApp. Ciúmes excessivos normalmente apresentam pensamentos constante acerca da infidelidade do parceiro, e comportamentos de segurança tais como vasculhar os pertences do parceiro ou parceira, investigar conversas nas redes sociais, dar incertas no trabalho, perseguição.