O ministro do Turismo Henrique Alves está cada vez mais encalacrado pelo seu envolvimento nas falcatruas da Operação Lava Jato.
O soldado Vasco tomou conhecimento de uma alta fonte da Procuradoria da República em Brasília, que a situação de Alves é muito comprometedora. Ele foi motivo de grande parte da denuncia feira dia 3 de janeiro do corrente mês denunciando 29 pessoas no Supremo Tribunal Federal.
Na denuncia apresentada no STJ pelo MPF, o procurador Janot diz no documento no qual pede o afastamento de Eduardo Cunha do cargo de deputado federal e, consequentemente, do comando da Câmara, que as mensagens trocadas entre o peemedebista e o ex-presidente da OAS demonstram uma “relação espúria”.
“A partir de tais mensagens [entre Cunha e Léo Pinheiro, é possível verificar nitidamente o modus operandi do grupo criminoso. Projetos de lei de interesse das empreiteiras eram redigidos pelas próprias [empresas], que os elaboravam, por óbvio, em atenção aos seus interesses espúrios, muitas vezes após a ‘consultoria’ de Eduardo Cunha”, escreveu o chefe do Ministério Público.
A mesma fonte disse ao soldado Vasco que foi solicitado a prisão temporária dele e outras 5 pessoas.
De acordo com o Valor Econômico, ex-diretor da Petrobras afirma que o atual ministro da Casa Civil recebeu “um grande aporte de recursos” para sua campanha ao governo da Bahia, em 2006, por meio do então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que o atual ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), recebeu “um grande aporte de recursos” para sua campanha ao governo da Bahia, em 2006, por meio do então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. A informação é do jornal Valor Econômico.
Segundo a reportagem, as declarações de Cerveró às quais o Valor teve acesso foram encontradas em um conjunto de documentos apreendidos pela Polícia Federal no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso desde novembro por tentar obstruir as investigações da Lava Jato. Esses documentos foram usados para compor a delação premiada de Cerveró.
Em um dos anexos, o ex-diretor da área internacional da estatal afirma que os recursos do suposto caixa dois para a campanha do petista vieram de operações de trading atribuídas a Gabrielli e ao seu antecessor na presidência, José Eduardo Dutra, ex-senador petista falecido ano passado. Outra parte, segundo ele, decorreu da transferência de parte do setor financeiro da Petrobras do Rio para Salvador. De acordo com Cerveró, não havia justificativa para a transferência, determinada por Gabrielli, que também é do PT da Bahia.
Ainda de acordo com o Valor, Cerveró disse que as informações sobre dinheiro enviado para a campanha de Wagner, em 2006, foram da ex-ouvidora-geral da Petrobras Maria Augusto (já falecida) e do ex-chefe de gabinete de Gabrielli Armando Tripodi.
O documento da delação de Cerveró apreendido no gabinete de Delcídio também sustenta que os desvios para a campanha de Wagner eram de “conhecimento notório de todos os diretores da Petrobras”.
A obra do prédio da estatal em Salvador ficou a cargo do fundo de pensão da Petrobras, o Petros, também alvo de investigação da Lava Jato. O Petros contratou a Odebrecht e a OAS para a construção, as duas empreiteiras também são acusadas de participar do esquema de corrupção e cartel na estatal.
Em nota ao Valor, Gabrielli repudiou “mais uma vez, o método utilizado para obtenção e o conteúdo das acusações levantadas através de vazamentos seletivos de delações premiadas”.
“O trecho citado no vazamento da delação, de posse do jornal e sem que eu tenha tido acesso a ela, fala de pessoas já falecidas, como a ex-ouvidora geral da Petrobras e do meu ex-chefe de gabinete, que nega a informação veiculada”, disse Gabrielli. “Nem há uma acusação explícita, até pelo próprio delator, segundo a parte do material a que o jornal se refere, sobre minha participação direta nos pretensos fatos delatados”, acrescentou o ex-presidente da Petrobras (leia aqui).
Jaques Wagner, segundo o Valor, não se manifestou sobre o assunto.
Ontem, em nota, o ministro disse estar “absolutamente tranquilo” em relação às mensagens interceptadas pela Polícia Federal trocadas entre ele e o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, mais conhecido como Léo Pinheiro. Jaques Wagner também criticou a “prática de vazamento de informações preliminares e inconsistentes” da Operação Lava Jato, o que, segundo ele, não contribui para o andamento das apurações.
De acordo com o Estadão, diálogos indicam que o ministro da Casa Civil ajudou executivo da OAS a negociar liberação de verba quando era governador da Bahia.
Segundo a reportagem, que teve acesso aos diálogos obtidos pelos investigadores em Curitiba e remetidos à Procuradoria-Geral da República, há conversas diretas entre os dois e também de interlocutores do governo baiano na segunda gestão de Wagner (2011-2015). A suspeita é de que parte dos contatos tenha sido feita para tratar de doações de campanha para a candidatura de Nelson Pellegrino (PT) à prefeitura de Salvador em 2012.
BRASÍLIA — Relatório da Polícia Federal com a íntegra das mensagens trocadas entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o então presidente da construtora OAS, Leo Pinheiro, revela a intensidade da troca de favores entre os dois. Ao todo, foram 94 conversas em dias diferentes entre 2012 e 2014 — uma média de um contato a cada 11 dias. As conversas obtidas pelo GLOBO mostram um Eduardo Cunha afoito por repasses de dinheiro da empreiteira, em especial para diferentes campanhas eleitorais.
Cunha, que ainda não era presidente da Câmara, também discute com Pinheiro emendas a medidas provisórias em tramitação no Congresso e sobre projetos de lei de interesse da empreiteira.
O atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que foi presidente da Câmara, é citado nos diálogos também como beneficiário de repasses da OAS com fins eleitorais. As citações a Alves fizeram a PF dedicar um capítulo do relatório a explicar quem é o “Henrique” das conversas, com a reprodução dos trechos.
Uma das mensagens mais emblemáticas mostra essa conexão entre os três — Pinheiro, Cunha e Alves — e a intensidade dos pedidos de dinheiro feitos pelo presidente da Câmara:
“Vc resolveu só metade Henrique ontem, esqueceu de mim? Rsrs”, questiona Cunha a Pinheiro, por mensagem de celular, em 14 de agosto de 2012.
“Me dê um tempinho. O nosso pessoal fez uma programação que não tinha visto”, responde o empreiteiro, duas horas e 40 minutos depois.
Outra conversa de Cunha com Pinheiro sobre doações eleitorais levanta suspeitas sobre a concessão do aeroporto de Guarulhos. A OAS faz parte do consórcio que administra o aeroporto. Em 29 de agosto de 2014, Cunha reclamou com o então presidente da OAS que ele teria repassado “5 paus” para Michel e Moreira, que seriam o vice-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, e deixado de prestigiar os amigos, que seriam Cunha, Henrique Alves, e o primeiro-secretário do PMDB, Geddel Vieira.
“Até porque Moreira tem mais rapidez depois de prejudicar vcs do que os amigos que brigaram com ele por vc, entende a lógica da turma? Aí inclui Henrique, Geddel, etc”, escreveu Cunha.
O relatório da PF, concluído em 12 de agosto de 2015, foi encaminhado à Procuradoria Geral da República por conta das diversas citações a políticos com foro privilegiado, entre eles Cunha, Alves, o senador Edison Lobão (PMDB), o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), os senadores do PT Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE) e Lindberg Farias (RJ), e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.
O documento tem 108 páginas e ainda está sob análise dos procuradores que atuam nos inquéritos. A equipe ainda não fez um juízo de valor sobre a existência de indícios de irregularidades em relação a cada um.
Cunha fez 27 pedidos
Nenhum político aparece tanto nas conversas quanto o presidente da Câmara. A PF fez uma lista: Cunha fez 27 pedidos a Pinheiro, enquanto Pinheiro fez 26 pedidos a Cunha. As conversas todas são anteriores à prisão do empreiteiro, em novembro de 2014. A Justiça Federal no Paraná já condenou o ex-presidente da OAS a 16 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele responde em liberdade.
As MPs discutidas pelos dois tratam de programa de refinanciamento de dívidas tributárias, desoneração de mão de obra e medidas tributárias referentes aos Jogos Olímpicos. Em 21 de novembro de 2012, Cunha escreveu a Pinheiro sobre a MP das Olimpíadas: “584 vou tocar lá no assunto, acho que ficou bom para Eduardo Paes assunto que ele pediu”. Quatro horas depois, outro torpedo: “Passei na comissão e ficou muito bom o texto. Eduardo Paes está feliz e alcança todas as obras no Rio”.
O presidente da Câmara disse que não conhece os diálogos e, por isso, não comentaria. Confirmou que fez pedidos de recursos ao empreiteiro. “Sobre recursos, somente de campanhas eleitorais do partido. Nem para campanhas minhas eu tive recursos deles. Só tratei de campanhas do partido ou de interesse do partido. Nunca recebi nem dele e nem de ninguém nenhuma vantagem indevida e desafio a provar”, disse Cunha.
Um relatório da Receita indica crescimento patrimonial injustificado de R$ 1,8 milhão de Cunha, de sua mulher, Cláudia Cruz, e da filha Danielle. O valor considerado é referente ao período entre 2011 e 2014. A informação foi divulgada na quinta-feira pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Ângelo Dantas, esclareceu e desmentiu declarações a ele atribuídas obre a morte de Gizela Mousinho, no dia 02 de janeiro, vítima de assalto em frente a uma padaria em Natal.
Falsamente publicaram em blogs que oficial afirmou de que a vítima “ela era a culpada pela sua morte”, por ter reagido ao assalto.
Quem conhece o coronel Ângelo sabe que é um homem reservado, sereno e policial dedicado. Todos lamentam o fato da vitima ter reagido, mas é compreensível o instando materno de uma mãe vivendo uma situação de pânico.