“Quem mora longe do local que trabalha e depende muito de transporte, ficando preso nos engarrafamentos, é vítima do prtefeito Carlos Eduardo Alves”
Por Renato Dantas*
Sempre tenho dito, que meu grande sonho, mesmo sabendo que não tenho chance de vitória, é ser candidato a prefeito de Natal. Humildemente, caso os magistrados ‘cabos-eleitorais’ deixem, gostaria de participar do debate eleitoral para apresentar algumas propostas de governo e esclarecer umas questões que afetam as vidas dos natalenses.
Na proposta número um, falei sobre a relação da Prefeitura com os servidores públicos, hoje quero falar sobre a ocupação ordenada do solo, ou seja, do plano diretor.
Em 2007, o prefeito Carlos Eduardo Alves enviou uma proposta de revisão do plano diretor para Câmara Municipal. A proposta polemica, foi motivo da Operação Impacto que me condenou por ‘recebimento de propinas’ e mais outros vereadores e um empresário, sem nunca provarem quanto recebemos, como foi pago e qual o valor da ‘propina’.
Eu votei contra o plano diretor de Carlos Eduardo Alves porque sabia que tratava-se de um golpe imobiliário que para beneficiar alguns proprietários de terrenos em Parnamirim, que era administrado, na época, pelo prefeito Agnelo Alves, pai do prefeito de Natal.
O plano foi seguinte: o prefeito de Natal engessou Natal proibindo construções de pequenos apartamentos, tipo plano 100, e Agnelo Alves abriu Parnamirim para esse tipo de imóveis, desta maneira, o mercado imobiliário foi, desviado para Nova Parnamirim.
O plano foi bom para os proprietários de terrenos em Parnamirim, que não eram valorizados e passaram a valer uma fortuna.
Para os natalenses foi muito ruim, explico: o jovem que ingressa no mercado de trabalho terminando um curso superior, tem o desejo de comprar um carro e um pequeno apartamento, como existem restrições para construir imóveis para moradia de 50 metros de área, ele é obrigado comprar em Parnamirim ou nos municípios conurbados com Natal, salvo se ele quiser e puder pagar um aluguel caríssimo nos poucos apartamentos em Natal construídos antes do plano diretor de Carlos Eduardo Alves.
Como o mercado da primeira moradia foi desviado para Parnamirim, o jovem natalense foi expulso de sua cidade e conseguintemente foi morar longe do seu local de trabalho, então, nesta situação, criou-se outro problema, desta vez de mobilidade. A pessoa que mora longe do lugar que trabalha é mais dependente de transporte passando mais mais tempo usando o veículo.
Pessoas que utilizam carros estão enfrentando engarrafamentos, basta verificar avenidas como Salgado Filho, Hermes da Fonseca, Prudente de Morais, Bernardo Vieira, Ayrton Senna, João Medeiros Filho, Roberto Freire e a BR 101 no trecho que liga Natal a Parnamirim entre às 6:00 e 8:00 hs e das 17:00 às 19:00 hs. Além dos engarrafamentos os proprietários de automóveis ainda enfrentam o problema da falta de estacionamentos.
Situação pior, são das pessoas que dependem do trasporte coletivo, que além de ser desconfortáveis estão pagando duas passagens para irem e mais duas para voltarem do trabalho.
As pessoas que estão morando longe dos lugares que trabalham, presas nos engarrafamentos e pagando caro no transporte coletivo, são vitimas do plano diretor de Carlos Eduardo Alves que gerou a famosa Operação Impacto.
O tempo é o senhor da razão.
Veja que incoerência o plano diretor de Carlos Eduardo Alves: existe restrição apenas para moradia, nada impede que seja construída, como foi, uma escola na avenida Romualdo Galvão, dois hospitais na avenida Afonso Pena, que contribuem muito mais para aumentar o adensamento de pessoas que imóveis de moradia. Aqui em Natal, é permitido transformar qualquer imóvel numa área planejada para moradia em ponto comercial. Veja os exemplos do Plano Palumbo e do conjunto Ponta Negra que foram planejados para moradia e hoje estão sendo transformados em áreas comerciais. Nessas áreas qualquer pessoa compra uma casa e transforma num bar, restaurante, até num cabaré sem se preocupar com os vizinhos.
O que fazer para reverter essa situação? vamos propor uma imediata revisão do plano diretor. Temos que fazer um levantamento da real situação da ocupação da nossa área. O governador Robinson Faria está fazendo a obra do seculo para Natal, ou seja, ele vai deixar Natal 100% com cobertura de esgotamento sanitário, então, não existem mais desculpas para impedir a construção do chamado primeiro imóvel. Vamos acabar com essa coisa das pessoas trabalharem em Natal e irem dormir em Parnamirim, São Gonçalo, Macaíba e Extremoz.
Não defendo uma verticalização desordenada de Natal, mas, não podemos aceitar um plano diretor que excluí uma parcela de nossa população. Este plano diretor de Carlos Eduardo Alves e socialmente injusto, só atende pessoas que podem comprar imoveis de alto padrão.
Esse plano diretor de Carlos Eduardo Alves que gerou a Operação Impacto, com participação de empresários do setor da construção civil, alguns membros do ministério público, do prefeito de Parnamirim e outros foi o maior golpe imobiliário que Natal já sofreu.
Quando foi construída a ponte Newton Navarro, o grande argumento para justificar sua construção era para desenvolver a Zona Norte, hoje verificamos que a Nova Redinha que poderia ser uma área residencial continua do mesmo jeito, ou pior, está virando uma favela.
Para que, serviu a construção da ponte?
Quero levantar essa discussão na campanha, mesmo sabendo que não terei a menor chance de ser eleito..
Vamos acabar com essa legislação que só permite construções para gente muito rica, o jovem que sai da casa dos pais para morar só, também tem que ter seu espaço e Natal.
*Ex-vereador de Natal, blogueiro amador, desempregado e condenado pela Justiça na Operação Impacto.