O Ministério Público Federal cobrou de empresas de diversos ramos que apresentem provas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministrou realmente as palestras pelas quais foi pago.
A força-tarefa da operação investiga o motivo dos repasses de R$ 30,7 milhões ligados ao ex-presidente, feitos por grandes construtoras investigadas na Lava Jato por suspeita de desvio de recursos da Petrobras.
Segundo a Procuradoria, grandes empreiteiras são responsáveis por 47% do dinheiro pago à LILS, empresa de Lula responsável pelas palestras. As construtoras também representam 60% do dinheiro doado ao Instituto Lula.
As investigações acharam indícios de que o ex-presidente teria simulado contratos de palestras para receber dinheiro da empreiteira OAS. Entre os exemplos está uma que teria sido dada no Chile, em novembro de 2013, pelo valor de US$ 200 mil.
Sem dar detalhes, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima confirmou à Folha que empresas estão sendo convocadas a provar que as palestras aconteceram.
Algumas já apresentaram documentos e material que apontariam que as palestras foram ministradas de fato, e outras pediram mais prazo.
A Receita Federal, que colabora com a força-tarefa, apontou que, na lista de 28 empresas que pagaram por falas de Lula, há bancos, indústrias de alimentos e do setor de transporte. Segundo o órgão, algumas fizeram pagamentos para mais de uma palestra no mesmo ano.