Os índices econômicos do Nordeste destacam o desempenho positivo do setor industrial como um início de estabilidade e uma possível retomada de crescimento no setor para a região. A informação é do Banco Central do Brasil (BC), que divulgou em Salvador, o Boletim Regional, com dados e indicadores econômicos de cada região do país.
A produção industrial da Região Nordeste recuou 0,9% no trimestre encerrado em agosto, após a expansão de 3% no trimestre anterior, índice considerado como positivo no relatório do Banco Central e que pode resultar em possíveis repercussões positivas sobre as demais atividades econômicas do Nordeste, como a agricultura, o comércio e a construção civil, que tiveram desempenho negativo.
Na indústria relatório destacou índices negativos nas atividades de metalurgia e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, na Bahia, no entanto, outros dois importantes estados da região no setor industrial – Ceará e Pernambuco – cresceram no trimestre encerrado em agosto.
Apesar do bom desempenho no setor da indústria, a economia do Nordeste continuou retraída pelo terceiro trimestre consecutivo deste ano, interferindo diretamente no comércio, na agricultura e na construção civil. O comércio varejista da região obteve queda de 2,3% no trimestre encerrado em agosto, por exemplo. No mesmo período, o comércio ampliado – relacionado à demanda do consumo das famílias – obteve recuo de 2%.
Quedas
Os segmentos relacionados às vendas tiveram queda, segundo o BC, durante sete trimestres consecutivos. Isso se deve, de acordo com o estudo, à redução do emprego e do rendimento real, além de maior restrição na obtenção de crédito para compras. Em relação à agricultura, a “expressiva retração” se deve à forte estiagem pela qual passaram importantes estados produtores.
Em relação ao setor da produção agrícola, o BC estima que o Nordeste pode registrar queda de 40,1%, ao final de 2016, em relação ao ano passado, enquanto que a estimativa para todo o país é de 12,3%. A queda acentuada na agricultura do Nordeste reflete a forte estiagem nos estados produtores da região, que podem reduzir, principalmente as colheitas de soja, feijão e milho. Como a estiagem no Nordeste foi um ponto considerado extremo, este ano, a perspectiva do BC é que a produção agrícola da região tenha crescimento de 51%, em 2017, em relação a 2016.
A construção civil, que também apresentou queda, enfrenta uma crise nacional e vem finalizando importantes obras na região.