Arquivo diários:18/10/2019

PSL x Bolsonaro: entenda a origem da crise que virou guerra

A crise que opõe o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do seu próprio partido, o PSL, se tornou nesta quinta-feira, 17, uma guerra declarada com a divulgação de áudios, ameaças e retaliações. Após se movimentar para isolar o grupo do presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE), Bolsonaro sofreu derrotas de peso.

O presidente não conseguiu derrubar o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), que depois o chamou de “vagabundo” e disse que vai “implodi-lo”. A direção do partido, controlada por Bivar, indicou que vai destituir o deputado Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro do comando dos diretórios regionais em São Paulo e no Rio, respectivamente.

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), concede entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, em Brasília
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), concede entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, em Brasília
Foto: Gabriela Biló / Estadão 

Apesar de ter tomado proporções inéditas, a disputa interna no PSL se agrava desde o início do ano. Abaixo, uma cronologia dos episódios mais marcantes de desentendimento entre o presidente e seu partido.

A demissão de Bebianno

Após ser alvo de uma longa campanha de difamação, Gustavo Bebianno foi exonerado do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência em fevereiro. Coordenador da campanha de Bolsonaro em 2018, ele presidiu a legenda durante as eleições e era o responsável legal por repasses para candidaturas pouco competitivas em Pernambuco, que ficaram conhecidas como candidaturas laranjas. O presidente Bolsonaro pediu investigação do caso.

A crise no governo cresceu quando o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, chamou Bebianno de mentiroso, declaração que foi reafirmada pelo próprio Bolsonaro. O presidente ficou irritado e decidido a demití-lo ao saber que o então chefe da Secretaria-Geral teria mostrado a amigos arquivos de áudio com a voz do presidente ordenando que Bebianno suspendesse uma viagem, além de outras conversas.

Bebianno ocupou a presidência do PSL provisoriamente durante a campanha eleitoral, e devolveu o cargo a Bivar após a vitória. Em uma entrevista concedida ao Estado em agosto, o ex-ministro disse que Bolsonaro “atira nos seus soldados” e previa que expurgos no governo, como o seu caso, não iriam cessar.

PF e MP investigam Bivar em Pernambuco

Em fevereiro, Luciano Bivar (PSL-PE) já era alvo de investigação que apurava se ele havia praticado caixa dois durante sua campanha em Pernambuco. O inquérito foi aberto pela Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco, com foco no uso de recurso do fundo partidário para contratar a empresa de um de seus filhos . A Procuradoria também investigava o recebimento de doação de R$ 8 mil de uma pessoa desempregada há mais de quatro meses. O caso foi revelado pelo Estado.

No mês seguinte, a Justiça Eleitoral autorizou a Polícia Federal a investigar a suspeita de que uma candidata do PSL pernambucano, Maria de Lourdes Paixão, teria atuado como “laranja” para receber R$ 400 mil de verba pública eleitoral. Secretária do PSL em Pernambuco, ele teve apenas 247 votos na briga por uma vaga da Câmara dos Deputados em 2018, mas recebeu a terceira maior cota do fundo eleitoral do partido.

O Estado apurou que denúncias contra Bivar acabaram irritando Bolsonaro.

PSL contraria governo em votações

A bancada do PSL na Câmara teve problemas de coesão desde o começo da legislatura. Sem controle sobre a pauta da Câmara dos Deputados, o governo abriu mão de orientar o voto de seus aliados em 31% das votações realizadas nos primeiros cinco meses de mandato. A alta “taxa de omissão” indica que, praticamente, uma em cada três propostas em tramitação não era de interesse do Palácio do Planalto – ou que o líder do governo preferiu não se manifestar por haver risco de derrota.

Análise do Basômetro, ferramenta do Estado que mede o governismo de deputados e partidos, mostrou que nesse período o presidente do PSL, Luciano Bivar, só apareceu em 11% das votações nas quais o governo orientou sua base a aprovar algum projeto na Câmara.

Houve momentos em que o PSL chegou a contribuir para a derrota do governo, como na aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que engessou parte maior do Orçamento e tornou obrigatório o pagamento de despesas que podiam ser adiadas, como emendas de bancadas estaduais e investimentos em obras. A proposta, encarada como exemplo da falta de controle do governo na Câmara, teve votos favoráveis do PSL.

Alexandre Frota é expulso

O deputado federal Alexandre Frota (SP) foi expulso em agosto dos quadros do PSL. Frota vinha fazendo críticas à legenda e ao governo de Jair Bolsonaro, e chegou a dizer que o presidente era sua “maior decepção” e que a indicação de Eduardo Bolsonaro. O deputado foi criticado, sobretudo, por se abster na votação do 2º turno da Previdência, o que foi considerado uma “traição” à legenda.

No pano de fundo da expulsão, havia uma disputa pelo controle de diretórios municipais do PSL em São Paulo, entre o grupo político do senador Major Olímpio e parte dos parlamentares não ligados à bancada militar, no qual Frota estava incluído. A saída abriu precedente para que outros parlamentares entrassem na mira do partido.

Frota não era o único que criticava a linha de Bolsonaro no partido. O próprio líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), já havia criticado a influência que o escritor Olavo de Carvalho tinha sobre o governo. “O presidente não pode ficar à mercê dessas pessoas e pegar a opinião do ‘louco do dia'”, disse.

Flávio pressiona contra CPI da Lava Toga

A senadora Juíza Selma alegou 'pressão partidária' para deixar o PSL
A senadora Juíza Selma alegou ‘pressão partidária’ para deixar o PSL

Foto: Edison Rodrigues/Agência Senado / Estadão Conteúdo

Em setembro, um movimento da cúpula do PSL, articulado pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), para abafar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que tenha como foco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou um racha no partido. Diante da pressão partidária pela chamada CPI da Lava Toga, a senadora Juíza Selma (PSL-MT) deixou a sigla e se filiou ao Podemos.

A CPI era encarada no Congresso e no Palácio do Planalto como perigosa, com potencial para afetar a relação entre os Poderes. Oo objetivo da comissão é apurar o que parlamentares chamam de “ativismo judicial” de magistrados, incluindo ministros do Supremo. A crítica de senadores favoráveis à CPI, na qual se incluem Selma e Major Olímpio, é de que a Corte muitas vezes toma decisões sobre assuntos ainda em discussão no Congresso, sobrepondo a atribuição dos parlamentares de legislar.

‘Esquece o PSL’

Em cerca de uma semana, a relação entre Bolsonaro e o PSL piorou exponencialmente. Sem saber que era gravado, o presidente disse a um apoiador na porta do Palácio da Alvorada para “esquecer o PSL”, e acrescentou que o presidente do partido, Luciano Bivar, estava “queimado para caramba”. No dia seguinte, Bivar respondeu que o vídeo demonstrava que Bolsonaro já havia decidido deixar a sigla e que o presidente “não tem mais nenhuma relação com o PSL”.

Estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro, um grupo de deputados do PSL pediu ao partido que promova uma auditoria de suas contas para avaliar como foram utilizados os recursos públicos recebidos por meio do Fundo Partidário. A iniciativa tinha como intenção pressionar Luciano Bivar.

Uma semana depois da declaração de Bolsonaro circular na imprensa, a Polícia Federal deflagrou uma operação de busca e apreensão contra Luciano Bivar. Batizada de “Guinhol”, em alusão a marionete, a operação tem relação com suspeitas da montagem de um esquema de candidaturas laranjas – o que Bivar nega. A ação inflamou ainda mais a ala “bivarista” do PSL, que já pedia o afastamento de parlamentares pró-Bolsonaro das funções no partido.

Guerra declarada: grampos, destituições e ameaças

O mais ruidoso capítulo da briga começou na quarta-feira, 15, quando Bolsonaro tentou substituir Delegado Waldir por seu filho Eduardona liderança do PSL na Câmara. Para tanto, chamou um grupo de parlamentares do seu grupo para uma conversa a portas fechadas, no Palácio do Planalto, e exerceu seu poder de pressão. Bolsonaro estava irritado com Waldir, que no dia anterior orientara a bancada a votar contra uma Medida Provisória de interesse do governo, e cobrou apoio à troca de comando na liderança. Fez o apelo pessoalmente e em telefonemas.

Ao saber dessas articulações, Waldir não se conteve. “Eu vou implodir o presidente”, afirmou o deputado, em reunião com colegas do partido. “Andei no sol 246 cidades, no sol gritando o nome desse vagabundo.”

O protocolo da Câmara recebeu listas assinadas por deputados do PSL – duas delas pediam a substituição da liderança e outra, a sua manutenção. A Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara conferiu as assinaturas e invalidou quatro delas. Com isso, Delegado Waldir foi mantido como líder.

Bolsonaro também substituiu a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Da ala pró-Bivar e desafeta de Eduardo, Joice foi signatária de uma lista pedindo a manutenção de Waldir no posto, o que enfureceu o presidente.

Nesta sexta, 18, o PSL deve fazer uma convenção extraordinária, em Brasília, para referendar mudanças no estatuto que desidratam a ala bolsonarista no partido. Eduardo e Flávio devem ser destituídos do comando dos diretórios regionais em São Paulo e no Rio, respectivamente.

Estadão

MPF pede absolvição de Lula e Dilma por organização criminosa

Por Gabriela Coelho

A procuradora Marcia Brandão Zollinger, do Ministério Público Federal, pediu nesta quinta-feira (17/10) a absolvição dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff  na participação do suposto desvio de R$ 1,48 bilhão, apelidado “quadrilhão do PT”.

MPF pede absolvição de Lula e DilmaWilson Dias/ABr

A procuradora contradiz o ex-PGR Rodrigo Janot, que acusou os petistas, e pediu a absolvição sumária de ambos.

“Incontestável é a situação da necessidade de responsabilização penal no caso da prática de uma infração penal no âmbito das relações políticas. Porém, a utilização distorcida da responsabilização penal, como no caso dos autos de imputação de organização criminosa sem os elementos do tipo objetivo e subjetivo, provoca efeitos nocivos à democracia, dentre elas a grave crise de credibilidade e de legitimação do poder político como um todo. Assim sendo, não pode o Ministério Público insistir numa acusação cujos elementos constitutivos do tipo penal não estão presentes”, disse a representante do MPF.

Denúncia
A denúncia foi feita em 2017 pelo ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, que acusou os ex-presidentes de participação num esquema montado para coletar propinas de R$ 1,48 bilhão entre 2002 e 2016. As vantagens ilícitas teriam sido pagas em contratos da Petrobras, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério do Planejamento.

Em 2018, o juiz Vallisney de Souza Oliveira acolheu a denúncia do Ministério Público Federal contra os ex-presidentes e três ex-ministros de governos petistas.

Com os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, eles são acusados de formação de organização criminosa, no caso que ficou conhecido como o “quadrilhão do PT”.

No despacho, o magistrado considerou a denúncia “idônea e formalmente apta a dar início a ação penal contra os denunciados”.

“Na última terça-feira (15), já havíamos conseguido uma liminar em Habeas Corpus no TRF-1 [Brasília] para deslocar a competência para a 12ª Vara”, disse Cristiano Zanin, advogado de Lula.

Conjur

Bolsonaro lidera intenções de votos para 2022, diz Veja/FSB

Foto: Sergio Lima/Poder360

Jair Bolsonaro (PSL) lidera a disputa para a eleições de 2022. O atual presidente da República conta com 34% das intenções de voto. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) tem 17%. Em seguida aparecem o apresentador de TV Luciano Huck (sem partido), com 11%, e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) com 9%.

João Amoêdo (Novo) fica em 5º lugar com 5% das intenções. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece logo em seguida com 3%.

Os dados foram divulgados nesta 6ª feira (18.out.2019) pela revista Veja. O levantamento foi feito pela FSB. A pesquisa foi realizada por telefone com 2.000 eleitores de 11 a 14 de outubro de 2019 em todos os Estados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Eis os outros 2 cenários de 1º turno:

2º TURNO
Eis os números:

Bolsonaro 46% x 38% Lula (branco/nulo/nenhum/não sabe: 17%)
Bolsonaro 46% x 26% Doria (branco/nulo/nenhum/não sabe: 29%)
Bolsonaro 43% x 39% Huck (branco/nulo/nenhum/não sabe: 19%)
Bolsonaro 47% x 34% Haddad (branco/nulo/nenhum/não sabe: 20%)
Huck 40% x 29% Haddad (branco/nulo/nenhum/não sabe: 32%)

Poder 360, com Veja

“SIMAS TURBO” – VÍDEO: Jornalista da Globo lê comentário de telespectador indecente

As apresentadoras do Bom Dia Minas passaram por uma saia justa na edição de quarta-feira (16) do noticiário da Globo. A gafe aconteceu durante a interação com as redes sociais no bloco de notícias esportivas. Carina Pereira leu o comentário do telespectador identificado como “Simas Turbo”, que elogiava o desempenho do jogador Thiago Neves, do Cruzeiro. As jornalistas sequer perceberam a falha cometida.

Porém, o erro não foi exclusivo da dupla que comanda o matinal. Antes de aparecerem no jornal, as mensagens enviadas por telespectadores passam por uma triagem da produção, que envia as escolhidas para o sistema que alimenta o software do telão interativo. Ou seja, o constrangimento poderia ter sido evitado.

Âncora do Bom Dia Minas há apenas duas semanas, Liliana Junger foi quem escolheu a mensagem do internauta saidinho. Ela, porém, só se referiu a ele como Simas. Carina Pereira, que comanda o bloco esportivo, foi quem leu o trocadilho infame.

“Bom dia, Carina. O Thiago Neves, mesmo mal, é o único que pode fazer algo diferente durante o jogo”, dizia a mensagem que ficou estampada em tela cheia durante 13 segundos. O usuário “Simas Turbo” utilizou a foto de um Fusca para não ser identificado.

Sem se tocarem da piadinha indecente, a dupla continuou o jornal como se nada tivesse acontecido. Liliana e Carina comentaram a publicação do internauta e concordaram que o atacante do Cruzeiro “é um craque”.

As jornalistas não foram as primeiras a caírem em trocadilhos criados pelos internautas para constranger apresentadores de TV. E dificilmente serão as últimas –as piadas se renovam com frequência e a prática é consideravelmente antiga.

No ano passado, durante uma transmissão da Premier League pela RedeTV!, o narrador Marcelo do Ó mandou um abraço de “Tekomo Nakama” para os telespectadores que acompanhavam a partida entre Arsenal e Liverpool. Antes, em 2014, , Neila Medeiros chegou a ser advertida pela diretoria do SBT por mandar beijo para “Tomás Turbando” durante o extinto Notícias da Manhã.