Arquivo diários:26/03/2020

Eduardo Cunha vai para prisão domiciliar por causa do coronavírus

A Justiça Federal de Curitiba substituiu a prisão preventiva do ex-deputado federal Eduardo Cunha por prisão domiciliar. A medida foi tomada por causa do coronavírus. O ex-presidente da Câmara tem 61 anos e faz parte do grupo de risco da covid-19, que causa mais morte entre os idosos.

A decisão da juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, determina uso de tornozeleira eletrônica.

“Considerando a excepcional situação de pandemia de coronavírus, por se tratar o requerente de pessoa mais vulnerável ao risco de contaminação, considerando sua idade e seu frágil estado de saúde, substituo, por ora, a prisão preventiva”, determinou a juíza.

Transferência

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Cunha foi cassado em setembro de 2016, e no ano seguinte foi condenado pela 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Depois, a pena foi reduzida para 14 anos e seis meses de prisão, por decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Cunha cumpre pena no Complexo Médico-Penal de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Cunha foi transferido de Curitiba para Bangu, no Rio, em 2019.

EUA ultrapassam China em número de casos de coronavírus

O país tem 82.404 casos; a China, 81.782, de acordo com o levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins

Os Estados Unidos ultrapassaram a Chinanesta quinta-feira, 26, como o país com o maior número de casos de coronavírus confirmados no mundo. O país tem 82.404 casos e a China tem 81.782, de acordo com o levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins. No mundo, já são mais de 520.000 infectados.

No levantamento de casos da Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, a China ainda tem o maior número de casos. As duas instituições costumam ter discrepâncias na contabilidade dos casos porque usam sistemas diferentes de monitoramento.

A China perdeu a primeira posição principalmente devido à estabilização de novas infecções. Nesta semana, a província de Hubei — epicentro da pandemia — começou a ter sua rotina normalizada após mais de um mês de isolamento.

O crescimento acelerado no número de novos casos nos Estados Unidos já tinha sido destacado pela OMS como um sinal de que o país se tornaria o novo foco da pandemia. A porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse nesta semana que a intensidade das contaminações no país estava acelerando.

“Brasileiro pula no esgoto e não pega nada”, diz Bolsonaro

Segundo ele, ministro da Saúde concordou em mudar formato de isolamento
Julia Lindner

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já concordou com a mudança no formato do isolamento horizontal para vertical como medida de combate ao novo coronavírus no País, mas ainda estuda como implementar a medida. O modelo defendido pelo presidente considera apenas isolamento para pessoas do grupo de risco, idosos e aqueles com doenças crônicas. Bolsonaro disse que não há prazo para que a transição ocorra, e que poderia até começar nesta sexta-feira (27).
Ele voltou a dizer que “alguns governadores e prefeitos erraram na dose” das medidas de contenção, que incluiu fechamento de comércio e escolas, e que “o povo quer trabalhar”. De acordo com Bolsonaro, alguns deles já reavaliam as medidas restritivas.
“A gente consegue aguentar dois, três meses com o plano que está aí? Não sei quanto vai chegar a nossa despesa, centenas de bilhões de reais. Tem que voltar quase tudo (setores da economia). E fazer uma campanha fique em casa. Não deixa o vovô sair de casa, deixa em um cantinho. Quando voltar toma banho, lava as mãos, passa álcool na orelha. É isso daí”, declarou.

Sobre a situação crítica em países como Estados Unidos e Itália, Bolsonaro considera que o Brasil não chegará na mesma situação porque os brasileiros possuem algum tipo de diferenciação. “Acho que não vai chegar a esse ponto, até porque o brasileiro tem que ser estudado, não pega nada. Vê o cara pulando em esgoto, sai, mergulha e não acontece nada.”

Caiado chama quem vê coronavírus como ‘gripezinha’ para trabalhar de graça em hospitais

Termo foi usadodivrsas vezes pelo presidente Jair Bolsonaro para se referir à doença


BRASÍLIA O governador de Goiás,Ronaldo Caiado (DEM), convidou nesta quinta-feira pessoas que classificam o novo coronavírus como uma “gripezinha” para que se apresentem como voluntários no sistema de saúde do estado. O convite acontece um dia depois de ele romper politicamente com o presidente JairBolsonaro (sem partido), que já se referiu à doença como uma “gripezinha” por diversas vezes.
Bolsonaro (sem partido), que já se referiu à doença como uma “gripezinha” por diversas vezes.

—  Todos aqueles que, muitas vezes, estão considerando isso aqui como gripezinha, eles podem ser candidatar como voluntários. Nós os prepararemos. Estamos precisando de voluntários e nós, em uma semana, vamos prepará-lo para higienizar paciente e auxiliar as pessoas aqui – afirmou Caiado.

Considerada por Bolsonaro como uma “gripezinha”, o coronavírus atinge marca de meio milhão de casos no mundo

Vítimas fatais da covid-19 passam de 22 mil, com taxa de letalidade global na casa dos 4,5%
Guilherme Bianchini

O número de infectados pelo novo coronavírus em todo o mundo já passa de 500 mil. A contagem rompeu a barreira do meio milhão na tarde desta quinta-feira, segundo dados atualizados em tempo real pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. São 22.993 vítimas fatais da covid-19 entre 510.108 pacientes, com uma taxa de letalidade global de 4,5%.

Por que não a TV, o rádio e a internet para fazerem a escola continuar?

Por Cláudia Santa Rosa *

A crise decorrente da propagação da Covid -19 instalou-se, no último mês, em escala de pandemia. Há pouco mais de uma semana, as autoridades brasileiras, de maneira sensata, vêm adotando um protocolo que impõe isolamento social à população com um objetivo claro: diminuir o número de pessoas infectadas.

Ainda não se sabe o tempo que crianças e jovens ficarão distantes das escolas. Caso a suspensão das atividades letivas se estendam por semanas ou meses, a frágil educação básica pública, que é ofertada a 85% da população, sofrerá, indiscutivelmente, mais um tombo no sonho da qualidade, isso sem falar nas consequências para milhares de crianças e adolescentes que precisam do apoio nutricional e social encontrado nas instituições de ensino.

Trabalho em uma escola estadual que oferta os anos iniciais do ensino fundamental. Tão logo as aulas foram suspensas, iniciamos um trabalho de mediação pedagógica por grupos de WhatsApp, atingindo 97% das crianças. Com o horário das aulas definido, seguindo um planejamento e em sintonia com as famílias, recorremos à tecnologia mais acessível ao público de baixa renda: o smartphone. Deu certo!

A divulgação nas redes sociais do trabalho da Escola Estadual de Tempo Integral Dr. Manoel Dantas gerou repercussão em alguns portais de notícias, blogs, rádio e TVs do Rio Grande do Norte. Muitos professores passaram a interagir comigo sobre o tema e alguns relataram práticas semelhantes, mas com algumas dificuldades: problemas de famílias que dispõem do telefone celular, mas sem o acesso à internet; problemas daquelas que têm, mas a memória do aparelho ou o pacote de dados não suporta rodar vídeos, baixar documentos e etc. Que desafio! Um terceiro grupo me tocou, sensivelmente: crianças e jovens que residem em áreas onde não há acesso, sequer, ao sinal do celular, imagine ter sinal de internet. O que fazer?

Percebi que tudo que li e ouvi até o momento sobre soluções para a continuidade dos estudos, em tempos de pandemia, parecem centradas, apenas, pela via da internet, inacessível para muitos, portanto, são soluções excludentes.

Como não é papel de uma escola ou de uma pequena equipe, tampouco de uma professora garantir a solução de problemas que transcendem suas competências, restrinjo-me a indagar: por que o Estado brasileiro não utiliza a TV, o rádio e a internet para fazer a “escola” continuar? Por que centrar as atenções apenas na internet?

Os canais de TVs públicas e comerciais podiam abrir espaços em suas grades para a transmissão de conteúdos do currículo escolar. Para o ensino médio, por exemplo, há muito material produzido, inclusive por grupos de comunicação e por TVs educativas, que poderia ser reprisado. Há também video-aulas decorrentes de projetos de secretarias de educação de algumas unidades da federação que poderiam ser exibidos. Isso é o ideal? Não, mas pode ser melhor do que nada.

Adotados os mesmos cuidados destinados aos profissionais da área de saúde, equipes de professores poderiam ser acionadas para produzirem teleaulas e não penso que seriam por ano ou série, mas por blocos de habilidades, priorizando conteúdos essenciais. As rádios também podem exercer o mesmo papel. Indiscutivelmente, os sinais de TVs e rádios chegam a lugares a que a internet ainda levará muito tempo.

Pensemos de forma ampliada: não é raro verificarmos que as residências mais simples, por exemplo, da zona rural do nordeste brasileiro podem até não dispor de uma geladeira, mas o rádio e a televisão com a antena parabólica parecem ser um kit de primeira necessidade.

Talvez tenha chegado o momento de aprendermos com a experiência de sucesso que foi o projeto de alfabetização pelo rádio, implantado, no Brasil, logo após a Segunda Guerra Mundial, e que teve como público-alvo as populações da zona rural.

Tudo isso para refletirmos: só a internet é suficiente? Não. Outras soluções são, portanto, necessárias e possíveis.

* Professora, pós-graduada em Educação e ex-secretária de Educação e Cultura do RN

SP tem aumento de internados em estado grave por coronavírus

Governador João Doria afirmou que a quarentena está mantida em todo o Estado

O número de pessoas internadas em estado grave em São Paulo com infecção pelo novo coronavírus teve um aumento de 42% nas últimas 24 horas. Eram 61 pacientes no boletim divulgado na quarta-feira e já são 84 no balanço divulgado nesta quinta-feira 26. O Estado tem 862 casos confirmados da covid-19, segundo balanço divulgado no período da tarde pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

Bolsonaro leva remédio em fase de testes à reunião do G-20

Mesmo sem a eficácia comprovada para tratamento do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro levou uma caixa de hidroxicloroquina para a reunião
Julia Lindner

Mesmo sem a eficácia comprovada para tratamento do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro levou uma caixa de hidroxicloroquina para a reunião do G20 que ocorreu nesta quinta-feira, 26, por videoconferência, para falar sobre a pandemia. Em imagens divulgadas pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro aparece segurando uma caixa de Reuquinol. Ele estava ao lado do chanceler Ernesto Araújo.

Ontem, através das redes sociais, Bolsonaro voltou a dizer que o tratamento com fármacos como a hidroxicloroquina tem mostrado eficácia e pode trazer tranquilidade à população. O primeiro estudo clínico do País a testar o uso do medicamento para tratamento de infecção pelo coronavírus, no entanto, só terá seus resultados divulgados em dois ou três meses. O estudo envolverá 1,3 mil pacientes e 70 hospitais.

Nas redes sociais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou o anúncio de que a pasta vai distribuir 3,4 milhões de unidades dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina para uso em pacientes internados de forma grave. Ele ponderou que a automedicação não deve ocorrer “em hipótese alguma”. Em alguns países, como Estados Unidos e Nigéria, de pessoas que se intoxicaram após se automedicarem com o fármaco.