Arquivo diários:19/06/2020

Nomeação de Weintraub causa ‘choque’ em Banco Mundial

Ex-ministro da Educação se demitiu nesta quinta do cargo e ocupará cargo no Banco. Funcionários da instituição se disseram “chocados”.
Lorenna Rodrigues

BRASÍLIA – Integrantes e ex-integrantes do Banco Mundial ouvidos em caráter reservado pelo Estadão disseram estar “chocados” com a indicação do ministro demissionário da Educação, Abraham Weintraub, para diretor-executivo da instituição. Na avaliação de fontes ouvidas pela reportagem, ao colocar no cargo uma pessoa que já deu declarações contrárias ao multilateralismo, o Brasil pode virar “piada internacional”.

Ao menos em termos financeiros, a troca de cargo significa um salto para o ex-ministro. De acordo com documento do Banco Mundial, a remuneração dos diretores-executivos do órgão foi de US$ 21.547 mensais, o que equivale a cerca de R$ 115, 9 mil por mês. Como ministro, seu salário era de R$ 31 mil mensais, ou seja, Weintraub vai ganhar quase quatro vezes mais.

Nesta tarde, ao anunciar sua saída do MEC, Weintraub revelou que assumirá o cargo. O governo brasileiro também oficializou a indicação, informou o Ministério da Economia. Em nota, a pasta comunicou que Weintraub foi indicado à cadeira na diretoria liderada pelo Brasil, a qual representa Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá.

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Com a escolha de seu nome sob questionamentos, a nota da Economia tenta destacar a experiência profissional de Weintraub. “Com mais de 20 anos de atuação como executivo no mercado financeiro, Weintraub foi economista-chefe e diretor do Banco Votorantim, além de CEO da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra”, afirma o texto.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ironizou a indicação. “Não sabem que ele (Weintraub) trabalhou no Banco Votorantim, que quebrou em 2009. Ele era um dos economistas do banco”, disse Maia.

Primando por Parnamirim: Partido reafirma candidatura de Maurício Marques a prefeito

    Maurício é o sucessor de Agnelo em Parnamirim


NOTA DE ESCLARECIMENTO

Na última quarta-feira 17/06, a Câmara Municipal de Vereadores de Parnamirim/RN manteve o parecer prévio do TCE/RN, que desaprovava as contas do ex-prefeito Mauricio Marques, referente ao exercício de 2014.

Essa decisão se deu por irregularidades formais, burocráticas e, portanto, não tirou os direitos políticos do nosso companheiro de Partido, que está apto para votar e ser votado nas eleições de 2020, com o propósito de contribuir para que o município volte ao caminho do desenvolvimento, como as obras que, com certeza, marcaram sua gestão no período de 2009 a 2016.

Confiante na nossa fé em Deus, na Justiça e em nosso grupo de trabalho, estaremos ainda mais fortes e de cabeça erguida.

Jaime Calado

Direção Estadual do PROS

Por 10 votos a 1, STF decide que é legal inquérito que apura fake news e ameaças a ministros

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou pela maioria de votos nesta quinta-feira (18) a validade jurídica e continuidade do inquérito das fake news que investiga a produção e divulgação de notícias falsas e difamação contra membros da corte.

Dez dos 11 ministros votaram favoráveis a investigação, sendo que apenas o ministro Marco Aurélio foi contra e criticou a investigação. “É um inquérito do fim do mundo, sem limites”, afirmou Marco Aurélio.

O julgamento, que durou três sessões do STF, foi retomado nesta quinta para a leitura dos votos de Marco Aurélio, do ministro Celso de Mello, e do presidente da Corte, o ministro Dias Toffóli, e foi encerrado as 17h12 com a proclamação do resultado.

R7

PF afrouxando a serviço de Bolsonaro? Delegada pediu ao STF para postergar ou cancelar operação contra bolsonaristas por risco à ‘estabilidade de instituições’

Foto: Jorge William / Agência O Globo

A Polícia Federal pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para “postergar” ou cancelar a operação de busca e apreensão contra bolsonaristas suspeitos de envolvimento em atos antidemocráticos, deflagrada na última terça-feira e batizada de Operação Lume.

A corporação argumentou que a realização das “diversas medidas propostas em etapa tão inicial” da investigação traria “risco desnecessário” à estabilidade das instituições. A ação foi realizada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que em abril solicitou abertura do inquérito sobre os atos antidemocráticos, sob suspeita de que esses atos ocorriam de forma orquestrada em conjunto com empresários e parlamentares.

Assinada pela delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, a manifestação para adiar ou “recolher” os mandados de busca e apreensão é incomum e acabou provocando atraso na deflagração da operação, que estava prevista para ser realizada no início desse mês. Essa manifestação da Polícia Federal foi vista com estranheza no STF, já que a Polícia Federal é obrigada a cumprir mandados expedidos pelo Judiciário e não tem a atribuição de opinar sobre essas ações. Segundo fontes do STF, após o ocorrido, Moraes analisa um pedido da PGR para afastar a delegada do caso.

Delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro assina o pedido para adiar ou ‘recolher’ os mandados de busca e apreensão contra parlamentares Foto: Reprodução

A delegada enviou a manifestação ao Supremo uma semana após ter recebido a decisão de Alexandre de Moraes, proferida no dia 27 de maio, que determinou buscas e apreensões contra bolsonaristas. A operação deveria ter sido deflagrada logo em seguida, mas, diante da resistência da PF, acabou sendo cumprida apenas na última terça-feira, 16 de junho, portanto 20 dias após a ordem do STF. A operação cumpriu busca e apreensão contra 21 alvos bolsonaristas e também determinou a quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.

No documento, a delegada pediu a Moraes “pela postergação do cumprimento ou pelo recolhimento das ordens já emanadas” e defendeu a necessidade de realização de diligências preliminares para avaliar a necessidade das medidas solicitadas pela PGR. A manifestação da delegada é do dia 4 de junho. “Pela postergação do cumprimento ou pelo recolhimento das ordens já emanadas, a fim de que o direcionamento dos recursos da Polícia Federal seja inicialmente empregado na obtenção de dados de interesse e no preenchimento das diversas lacunas das hipóteses criminais aqui apresentadas”, escreveu a PF.

A PF virou um foco de atritos do presidente Jair Bolsonaro desde que ele tentou trocar o ex-diretor-geral Maurício Valeixo, o que gerou a demissão do na época ministro da Justiça Sergio Moro. O inquérito dos atos antidemocráticos é conduzido por uma equipe designada especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, a mesma que toca o inquérito das fake news, comandada pelo delegado Igor Romário de Paula. Em um despacho, Moraes garantiu a independência deles para atuar neste caso, sem necessidade de se subordinar ao novo diretor-geral da PF Rolando Alexandre de Souza, indicado pessoalmente por Bolsonaro após a saída de Valeixo.

Em sua manifestação de nove páginas, a delegada afirma ao ministro Alexandre de Moraes que a realização de tantas diligências em etapa inicial provocaria uma “perda de energia” e um “risco de aumento do escopo” da investigação, além de torná-la “menos objetiva, menos transparente e mais onerosa. Ela também destacou que as medidas trariam risco “à estabilidade das instituições”.

O documento também questiona ao ministro se a PF terá independência para realizar suas linhas de investigação próprias neste caso ou se vai “atuar limitadamente como longa manus do juízo, restringindo-se ao mero papel de executora de ordens”.

“A realização conjunta das diversas medidas propostas em etapa tão inicial da investigação tem o potencial de gerar um grande volume de dados relativos a várias pessoas que estão teoricamente vinculadas a diversos fatos, dispersando a energia do Estado para múltiplos caminhos e com risco de aumento do escopo em progressão geométrica, o que inevitavelmente tonará a investigação mais complexa, ainda que, de fato, ela não seja. Com isso, ela se tornará menos objetiva, menos transparente, mais onerosa e – o principal quando se trata do tipo de associação criminosa aqui tratada – muito mais lenta, com risco desnecessário para as vítimas em potencial e para a própria estabilidade das instituições”, escreveu a delegada.

A manifestação da PF diverge da própria decisão do ministro Alexandre de Moraes, que apontou existirem indícios reais de uma associação criminosa formada para cometer crimes contra o Estado Democrático de Direito e considerou existirem fundamentos suficientes para autorizar as buscas e apreensões e outras medidas.

Na conclusão do ofício, Denisse faz três pedidos: um prazo de dez dias para diligências preliminares que permitam à PF definir hipóteses para a investigação; prévia autorização para conduzir diligências que não precisem de decisão judicial como tomada de depoimentos; e a “postergação” e “recolhimento” dos mandados expedidos. O ministro não concordou com a manifestação da delegada e manteve a decisão de realizar a operação.

Em uma outra investigação na qual atuou, a delegada Denisse também já tinha feito reclamação semelhante. Na Operação Zelotes, ela escreveu um relatório no qual criticou falta de “foco” dos órgãos parceiros da investigação e apontou que isso atrapalhou no resultado final do caso.

O Globo

OMS espera distribuir milhões de doses de vacina contra a covid-19 ainda este ano

A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que centenas de milhões de doses de uma vacina contra o novo coronavírus possam ser produzidas ainda neste ano e outros dois bilhões de doses até o final de 2021, afirmou a cientista-chefe Soumya Swaminathan, nesta quinta-feira, 18.

A OMS está elaborando planos para ajudar a decidir quem deveria receber as primeiras doses quando uma vacina for aprovada, afirmou a cientista. A prioridade seria dada a profissionais da linha de frente, como médicos, pessoas vulneráveis por causa da idade ou outra doença e a quem trabalha ou mora em locais de alta transmissão, como prisões e casas de repouso.

“Estou esperançosa, estou otimista. Mas o desenvolvimento de vacinas é uma empreitada complexa, ele envolve muita incerteza”, disse ela. “O bom é que temos muitas vacinas e plataformas, então, se a primeira fracassar ou se a segunda fracassar, não deveríamos perder a esperança, não deveríamos desistir.”

Cerca de 10 vacinas em potencial estão sendo testadas em humanos, na esperança de que uma possa se tornar disponível nos próximos meses para prevenir a infecção da covid-19. Países já começaram a fazer acordo com empresas farmacêuticas para encomendar doses antes mesmo de se provar que alguma vacina funciona.

Swaminathan descreveu o desejo por milhões de doses de uma vacina ainda neste ano como otimista, acrescentando que a esperança de até dois bilhões de doses de até três vacinas diferentes no ano que vem é um “grande se”.

A cientista afirmou que os dados de análise genética coletados até agora mostraram que o novo coronavírus ainda não passou por nenhuma mutação que alteraria a gravidade da doença que causa.

Estadão Conteúdo