Pesquisa Datafolha realizada em São Paulo detectou o recorde histórico de desinteresse dos eleitores paulistanos pelos partidos políticos.
A um ano das eleições municipais, 71% dos eleitores da cidade afirmam não ter preferência por nenhuma das 35 siglas existentes –paradoxalmente, o recorde de oferta partidária no país desde a redemocratização.
Até então, a taxa mais alta registrada na série do instituto, que acompanha o tema desde 1985, era a da pesquisa do dia 21 de junho de 2013. No auge dos grandes protestos das chamadas jornadas de junho, como ficou conhecido aquele período, 70% dos paulistanos diziam não ter partido preferido.
A alta taxa de desinteresse parece ter relação direta com a crise de imagem do PT. A mesma pesquisa mostra que a simpatia dos paulistanos pelo PT é a mais baixa desde 1989, ano em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputou a Presidência pela primeira vez e o partido ultrapassou o PMDB como o líder da preferência entre os eleitores da capital.
No levantamento feito nos dias 28 e 29 de outubro, 11% dos eleitores da cidade apontam o PT como o partido preferido. Em fevereiro, eram 17%. Em dezembro do ano passado, 22%. A taxa recorde de popularidade da sigla na cidade foi 35%, alcançada em duas ocasiões: em novembro de 2010, logo após a primeira eleição da presidente Dilma Rousseff, e abril de 2013, pouco antes dos protestos de junho daquele ano.
Apesar do desgaste petista, a preferência pelo PSDB, seu principal rival, não parece apresentar crescimento equivalente. Variou de 8% para 10% desde a pesquisa anterior. Mas em vários períodos já esteve acima disso, chegando ao pico de 13% em três ocasiões: abril de 2006, setembro de 2011 e junho de 2014.
PT e PSDB, de qualquer forma, nunca estiveram tão próximos nesse quesito. A situação hoje é de empate técnico, com a ligeira vantagem de um ponto para os petistas. Com 1.092 entrevistas, a margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou para menos.