Dona da rede de varejo Riachuelo, a Guararapes instalou sua primeira confecção em Natal-RN em 1951, tornou-se uma gigante do setor têxtil nacional e sempre concentrou sua produção no país. Até agosto deste ano, quando associou-se à Texcin, no projeto de um centro de confecção de US$ 5 milhões, e passou a produzir parte das coleções femininas no Paraguai. Outros US$ 5 milhões serão aplicados numa segunda etapa, quando a empresa deve empregar duas mil pessoas. As informações são d’O Globo.
A Guararapes é apenas uma entre muitas empresas brasileiras que estão se instalando no Paraguai. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), no momento em que o setor alerta para o risco de desindustrialização no Brasil, pelo menos 42 companhias cruzaram a fronteira e montaram operações no país vizinho. A Vale, por exemplo, adquiriu lá recentemente empresa de logística fluvial, enquanto que a catarinense Buddemeyer, fabricante de artigos de cama, mesa e banho, está instalando uma unidade têxtil. O mesmo ocorre com a InterCement, a cimenteira do grupo Camargo Corrêa, que também ergue nova fábrica em Yguazú.
— Mandamos para lá parte do maquinário da fábrica de Fortaleza. E enviamos tecidos e moldes. Nosso parceiro costura as roupas e fornece para nossas lojas no Brasil. O Paraguai tem o custo chinês, com o transit time (tempo de chegada no país) de Santa Catarina. Uma peça demora seis meses para chegar da China até aqui, do Paraguai chega em um dia — disse Flávio Rocha, presidente da Guararapes.