A declaração inusitada ocorreu nesta terça-feira (02) quando uma apoiadora pediu ao presidente que enviasse uma mensagem de conforto para as “inúmeras famílias enlutadas” em razão da pandemia de Covid-19 no Brasil.
“A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”, disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, segundo o jornal Correio Braziliense.
De acordo com o boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (01), o Brasil registra 29.937 mortos, além de 526.447 casos confirmados.
Mesmo com a ascensão da pandemia no país, o presidente voltou a defender a cloroquina para combater o novo coronavírus. A substância não tem eficácia cientificamente comprovada.
“Pessoal que reclama contra a cloroquina não tem alternativa. Eu sou contra isso, mas aponte… Nós sabemos que pode não ser realmente isso tudo que alguns pensam. Mas é o que aparece no momento. Tem relatos de pessoas, tem muitos médicos favoráveis e tem uma briga farmacêutica muito grande também”, avaliou Bolsonaro.
A ampliação do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 foi o estopim do conflito entre Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que se demitiu no dia 15 de maio. Desde então, o general Eduardo Pazuello ocupa interinamente a pasta.
“E daí?”
Algumas falas do presidente ao comentar as vítimas da pandemia já causaram muita repercussão negativa por todo o país.
Ao final de março, primeiro mês da pandemia no país, Bolsonaro afirmou: “Alguns vão morrer, lamento, essa é a vida”.
Um mês depois, no final de abril, o presidente revoltou parte do país ao ser questionado sobre o fato do Brasil ultrapassar a China no número de mortes pela Covid-19.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao próprio sobrenome.