Arquivo da categoria: Opnião

Por Joaquim Pinheiro: Sucessão de Natal

Joaquim A sucessão em Natal continua em pauta nos bastidores da política partidária. Mudanças começam acontecer na lista de pretendentes à cadeira ocupada atualmente por Álvaro Dias.
A mais recente é a desistência do deputado Walter Alves, do MDB, de ser candidato a prefeito de Natal nas eleições deste ano. O argumento é de que a prioridade do emedebista é cuidar das suas bases eleitorais com vistas a sua reeleição. Na verdade, uma candidatura do filho de Garibaldi a prefeito de Natal, constituía-se numa “ faca de dois gumes”, usando um ditado popular.

O raciocínio é que mesmo ele não sendo eleito, mas tendo uma boa votação, Walter poderia ter ganhos eleitorais para sua reeleição, mas tendo uma votação pífia, ficando num quarto lugar na disputa, por exemplo, seria uma desmoralização para o filho do ex-senador, e certamente teria seu futuro político comprometido. Partindo desse raciocínio, Walter decidiu analisar e não seguir o conselho do presidente nacional do seu partido, Baleia Rossi, maior incentivador da sua candidatura a prefeito de Natal.

O deputado André Azevedo, teve seu nome citado como pré-candidato a prefeito de Natal, mas ainda não decidiu se realmente será. Azevedo enfrenta pressões das suas bases no interior do Estado para não ser candidato. Querem que ele permaneça no exercício do seu mandato na Assembleia Legislativa, onde tem feito críticas contundentes à administração da governadora Fátima Bezerra.
Sandro Pimentel, do PSOL, que havia anunciado sua pré-candidatura, desistiu da disputa e no momento luta para não perder o mandato de deputado, questionado na justiça por problemas na prestação de contas na última campanha eleitoral.
O sistema comandado pelo prefeito Álvaro Dias continua protestando a aliança politico-eleitoral feita com o ex-prefeito Carlos Eduardo, principalmente a indicação de Aila Cortez para companheira de chapa de Álvaro. Integrantes do sistema do prefeito, inclusive vereadores da base do governo, entendem que o nome imposto por Carlos Eduardo, não soma, não agrega nem une, o que poderá ser um suicídio político para Álvaro Dias, caso ele permaneça insistindo com o nome de Aila.

Segundo afirmam alguns insatisfeitos, não está descartada uma mudança na composição da chapa governista indicando um nome da confiança do prefeito Álvaro Dias e dos seus aliado, e não um preposto de Carlos Eduardo para ele continuar mandando na prefeitura.

(Joaquim Pinheiro, jornalista).

OPINIÃO: Sergio Moro não é Giovanni Falcone

Por Paulo Brondi
Em artigo publicado no último na revista Crusoé, intitulado “Bons exemplos”, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro teceu loas a figuras históricas que, para ele, deixaram exemplos a serem seguidos, entre as quais o “juiz” italiano Giovanni Falcone, considerado herói popular por, nos anos 80, combater a Cosa Nostra, conhecido grupo mafioso, sendo por isso assassinado em 1992.
Desconfio que Moro não detenha por ora o conteúdo intelectual suficiente para ser um bom articulista. Não é a primeira vez que nos deparamos com palavras suas de louros próprios e autocomiseração. Num texto confuso e entorpecente, com passagens desconexas, buscou por vias transversas — o elogio a outrem, procurando neste virtudes assemelhadas — vangloriar-se, lançando mão de tática mofada e pueril.

Para tanto, disse se espelhar em Giovanni Falcone. Infelizmente, Moro se esqueceu de mencionar — acredito que mais por desconhecimento e falta de leitura — que Falcone não era propriamente um juiz, nos moldes brasileiros, mas, sim, um promotor de Justiça ou procurador da República. Meteu alhos com bugalhos.

É que, na Itália, o Ministério Público é instituição integrante do Poder Judiciário e, portanto, seus membros recebem a mesma denominação (magistrados ou “giudici”) daqueles que integram a carreira da magistratura judicante. Tanto é verdade que o Ministério Público, na Constituição italiana, é mencionado apenas três vezes, dentro do Título IV, da magistratura. No próprio Código de Processo Penal italiano, o membro do “pubblico ministero” é citado como “magistrado” (vide artigo 51).

Em texto de Emiliano La Ganga, encontra-se: “Giovanni Falcone foi um magistrado italiano. Como é sabido, existem os magistrados investigadores (promotores/procuradores) e os magistrados judicantes (juízes de Direito), Giovanni Falcone era um magistrado investigador, em outras palavras um Procurador (adjunto) da República Italiana (denominado Ministério Público durante o desenvolvimento da função judiciária). A sua função, portanto, não era aquela de decidir os processos, condenando ou absolvendo os réus, mas aquela de conduzir as investigações preliminares (portanto coletar os elementos de prova), promover a ação penal e postular a punição dos delitos, sendo considerado parte no processo” (tradução do autor).

No mesmo sentido, Marco Fabri e Daniela Cavalini: “Em Itália, tanto os juízes como os magistrados do Ministério Público pertencem a um único corpo: a magistratura. O termo ‘magistrado’ aplica-se, por isso, de forma indiferente tanto a um juiz como a um magistrado do Ministério Público, pertencendo ambos a uma única categoria (…)” (“O papel do Ministério Público”, Almedina, 2008, p. 168).

É de corar que o ilustre Sergio Moro disso não saiba. Causa espécie cogitar a possibilidade de que, sabendo, haja-nos sonegado a informação.

Digo isso porque, para o desavisado, nada mais natural que se tenha na figura de Moro o ponta-de-lança da dita operação “lava jato”, no front do combate à mais alta e daninha criminalidade do colarinho branco, como ele sempre desejou ser visto e de cuja vestimenta jamais se despiu.

Porém, à diferença de Falcone, Sergio Moro fazia parte do Poder Judiciário brasileiro, e, como juiz de Direito, seu dever constitucional era tão somente o de julgar com imparcialidade, e não de pretender se pôr na linha de frente de qualquer combate, por mais nobre que se lhe parecesse. Moro era julgador, mas trazia na alma ademanes de acusador. Erro crasso!

O “maxiprocesso” (processo judicial no qual foram condenados centenas de mafiosos), que se iniciou pelas investigações do “pool antimáfia”, do qual faziam parte Falcone e Paolo Borsellino, homens de prol, foi conduzido de maneira discreta e imparcial pelo juiz (este, sim, integrante da magistratura judicante italiana) Alfonso Giordano, cujo nome repousa candidamente na história. Esta, sim, era a figura na qual deveria Moro se espelhar.

O ex-juiz confessou toda sua parcialidade ao julgar os delitos relacionados à famigerada operação “lava jato” quando disse, textualmente: “Eu, particularmente, sempre me inspirei no trabalho do juiz italiano Giovanni Falcone, que se notabilizou no combate à Máfia (…)”. Ora, um juiz de Direito se inspirando no trabalho de um… Promotor de Justiça.

Talvez Moro tenha eleito para si a carreira errada, porque em sua mentalidade — ingênua, pra dizer o mínimo — em nada se assemelha a um verdadeiro julgador, discreto, imparcial, avesso a confetes, holofotes e acepipes, como é do dever judicante.

Aliás, cita que foi convidado a prefaciar a publicação em português de um livro do abrilhantado jornalista norte-americano Alexander Stille sobre Falcone e outros, “esquecendo-se” de também contar que Stille, tempos depois, arrependeu-se no Twitter: “Desculpe. Eu não sabia que ele estava se juntando ao governo Bolsonaro”.

Que saibam todos: Falcone não era um juiz de Direito, não julgava; era, sim, membro do Ministério Público italiano, investigava, acusava; era parte interessada na condenação daqueles que investigava e acusava. Sua faina em nada convergia com a de Moro. Ponto. E que saibam todos ainda: referir-se a Giovanni Falcone como um juiz, sem esclarecer o quanto acima, é fraude historiográfica que Moro jamais fez questão de corrigir, e bastaria a tanto rápido estudo. Mas a verdade não saiu, ficou em casa…

Macunaímico, parece repetir: “Eu tenho opinião de sapo e quando encasqueto uma coisa aguento firme no toco”.

Disse a uma turma de promotores de Justiça, certa vez, o juiz de garantias chileno Eduardo Gallardo: “Juiz não combate a corrupção, a criminalidade. Problema de segurança pública não é meu problema. Minha função é analisar as provas do processo e julgar com imparcialidade quem quer que seja, condenando ou absolvendo”.Alvíssaras!

A parcialidade de Moro na condução dos processos da operação “lava jato” é evidente, salta aos olhos. Ao aspirar ser reconhecido pela “sua luta” contra a corrupção, o ex-juiz tirou a toga, vestiu o colete, abotoou a estrela e afivelou o coldre.

Sergio Moro parece, após sua debacle, agarrar-se à tal “operação” como o náufrago que com afinco segura o naco de madeira, no qual deposita a derradeira esperança. Sua figura pública, já em princípios de derretimento, é a causa maior do artigo capadócio. Fia-se no passado, parecendo lamentar o presente e temer o futuro.

Compreensível: a aura do imaculado e polido julgador imparcial defenestrada pela #VazaJato, do The Intercept; ilusões de Ministério esfumaçadas num átimo. “Tinha os olhos úmidos deveras; levava a cara dos desenganados, como quem empregou em um só bilhete todas as suas economias de esperanças, e vê sair em branco o maldito número”.

O ensinamento de Brás Cubas lhe poderia servir, para que aprenda em vida as lições que o morto nos legou ao depois: “Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, em conhecidos, nem estranhos; não há plateia”.

O esforço hercúleo para ainda colorir a imagem do incansável e escorreito combatente anticorrupção, da alma superior e ilibada que se deixa fotografar trazendo em mãos a própria marmita, pode ter levado Moro a produzir o texto tragicômico. Não arrebatou aplausos, senão apupos.

Dispa-se, Moro, de uma vez por todas do figurino de outrora, já não é — se algum dia foi — o chicote moral da nação. Abandone a “moral de Tartufo”.

Quem raramente lê o que escrevo sabe que respeito tributo à genialidade de José Ingenieros — o qual, penso, Moro não leu, a julgar por sua entrevista a Pedro Bial, ficando aqui a indicação de leitura —, que, no seu delicioso “O homem medíocre” escreveu: “Pululam homens respeitados, à força de não serem descobertos sob o disfarce; bastaria penetrar na intimidade de seus sentimentos, um só minuto, para advertir sua duplicidade e trocar por desprezo a estima (…) a máscara é benéfica nas mediocracias contemporâneas, apesar de que os que a usam carecem de autoridade moral diante dos homens virtuosos. Estes não acreditam no hipócrita, uma vez descoberto; não acreditam nele nunca, nem podem dar-lhe crédito quando apenas suspeitam que mente: quem é desleal com a verdade, não tem porque ser leal com a mentira”.

Um adágio italiano tão popular quanto aqueles trazidos por Moro no introito do artigo é este: “L´abito non fa il monaco” (o hábito não faz o monge).

“Carlos Eduardo Alves deseja enfraquecer Álvaro como fez com Wilma“, diz o jornalista Joaquim Pinheiro

por Joaquim Pinheiro*

A política está mudando e com ela a sociedade que não aceita mais imposições de nomes, notadamente de familiares, para composições político-eleitorais. A insistência do prefeito Carlos Eduardo em indicar a prima da sua esposa, Aila Cortês para vice-prefeita prejudicará o projeto do prefeito Álvaro Dias de se reeleger nas eleições deste ano.
Observadores da política entendem que aceitando os caprichos do ex-prefeito, Álvaro está perdendo a oportunidade de assumir a liderança política na capital, processo esse já em andamento em razão da boa administração que realiza. Eleições são vencidas com boas alianças politicas, e a indicação do vice é fundamental na busca do sucesso eleitoral. Para ser vitorioso nas urnas Álvaro Dias precisa caminhar com apoio de vereadores, partidos políticos e com a própria sociedade, que não aceita conchavos nem nomes familiares indicados por interesses pessoais. Vereadores aliados do prefeito Álvaro Dias continuam rebelados contra a indicação familiar de Carlos Eduardo por entender ser prejudicial ao seu projeto político a curto e médio prazos. “Carlos deseja enfraquecer Álvaro como fez com Wilma depois que se elegeu prefeito de Natal,lembra uma fonte que prefere não se identificar.
Joaquim Pinheiro é jornalista*

Primando por Natal: em política quem não enxerga com 4 anos na frente é cego

Por Renato Dantas

Em política quem não enxerga com quatro anos à frente é cego.
Carlos Eduardo Alves sempre teve seus ambiciosos olhões bem arregalados para o futuro. Ele é estrategista, mas sua ambição desfreada e sua incapacidade de não fazer amigos e perder os poucos que tinha prejudica ele que não tem humildade.
Se Carlos Eduardo Alves fosse humilde e menos ambicioso, teria sido candidato a senador na chapa com a governadora Fátima Bezerra e certamente teria sido eleito. Ambiciosamente foi candidato a governador e levou uma vergonhosa surra de 280 mil votos..

Mas nem sua derrota ensinou a ser humilde, ele já está pensando em ser candidato novamente a governador, naturalmente torcendo para o fracasso do governo de Fátima Bezerra, sem pensar no bem estar do nosso povo, para ele o quando pior melhor.

Carlos Alves sabe que Álvaro Dias poderá ser uma pedra no seu caminho, portanto ele está tentando nesta eleição para prefeito de Natal montar uma estratégia para ter o prefeito Álvaro Dias em suas mãos como refém..

Qualquer pessoa sabe que Álvaro Dias sendo reeleito prefeito de Natal , continuando fazendo uma boa gestão terá todas credenciais para ser candidato a governador, apesar de Álvaro nunca ter admitido essa possibilidade.
Nesta situação, Carlos Eduardo Alves tentou primeiro provocar desgastes ao prefeito Álvaro, mas não conseguiu.. Álvaro superou habilidosamente as sabotagens de alguns ex-auxiliares herdados da gestão de Alves, substituiu todos sem traumas e implementou uma gestão mais eficiente que do seu antecessor.
Hoje, Álvaro está aprovado pelo povo de Natal sendo um forte candidato à reeleição.

Carlos Eduardo Alves sabe que Álvaro derrotado estará fora da disputa pelo governo do estado.
Fracassada a estratégia de Carlos Eduardo Alves em derrotar Álvaro Dias , o ambicioso e estrategista Carlos Eduardo Alves agora quer garrotear Álvaro indicando a prima de sua esposa para ser candidata à vice-prefeita. Com Aila Ramalho Pereira na vice-prefeitura, Álvaro será refém de Carlos Eduardo e caso queira disputar o governo dependerá do ex-prefeito.
As intenções de Carlos Eduardo Alves com Álvaro, todos sabem que não boas. Álvaro está, contra vontade dos seus amigos, obrigado a engolir a imposição de Carlos Alves, mas poderá dar o troco em 2022.
Como eu também enxergo com 4 anos na frente, vejo que, no caso de Álvaro Dias não ser candidato a governador e estando bem avaliado como prefeito de Natal será uma peça importante no processo sucessório.
Álvaro poderá dar o troco indicando o candidato a vice-governador do adversário de Carlos Eduardo Alves.. Também vejo que Álvaro poderá ficar na Prefeitura e indicar candidato a suplente de senador ou até mesmo para o Senado, eleger um deputado federal ou estadual.. Então, diante disso, Carlos Eduardo Alves não está enxergando que Álvaro Dias pode até engolir o vice agora, mas poderá derrotar Carlos Eduardo em 2022.
O pior, no caso de Carlos Eduardo Alves ser derrotado novamente para o governo, certamente sua ambição levará à disputar à Prefeitura de Natal, neste caso, depois do seu comportamento desleal o então prefeito Álvaro Dias vai apoiá-lo? Claro que não!
O melhor para Carlos Eduardo Alves é ficar quieto esperando o curso natural das correntes políticas, ou seja, não criando imposições para Álvaro, aguardando o momento: se Fátima Bezerra não reunir forças para reeleição e Álvaro não estiver  bem avaliado, Carlos Eduardo será o candidato a governador, mas se Álvaro estiver consagrado, e Fátima forte, como diz o ditado popular: quando o jumento tá carregado de açúcar, até o rabo e doce.
Abram os olhos Alves e Ramalho!! Conselho: Deixe Álvaro escolher o vice ou a vice que ele achar melhor para disputar à reeleição e administrar Natal..

 

Lascou: Saco Preto quer derrubar Paulo Guedes, diz jornalista do Correio Braziliense com três prêmios Esso de jornalismo econômico

Com curso básico de Ciências Econômicas pela Faculdade Unificada para o Ensino das Ciências (UNIPEC) de Natal/RN, Rogério Marinho quer derrubar e substituir Paulo Guedes no Ministério da Economia.

O governo enfrenta hoje uma guerra declarada entre os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. A disputa entre eles não vem de hoje, mas atingiu seu ápice nesta semana, quando Guedes decidiu torná-la pública e oficial ao anunciar a debandada na sua equipe e, sobretudo, levantar a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro sofrer um processo de impeachment se continuar seguindo os conselhos de ministros “fura-teto”. O tiro disparado pelo chefe da Economia teve Marinho como alvo preferencial, já que é ele que vem liderando toda a movimentação nos bastidores para o governo ampliar as despesas com obras, mesmo que isso significa estourar o teto de gastos.

Foto: Luis Nova/ Esp. CB/D.A Press

Marinho, que foi secretário especial de Previdência do Ministério da Economia antes de ser alçado ao primeiro escalão do governo, não está sozinho na guerra contra Guedes. Tem a seu lado os ministros militares com assento no Planalto, sendo o mais próximo dele o chefe da Casa Civil, Braga Neto. Conta com a simpatia do secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, e do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Construiu uma ponte importante com o ministro da Comunicações, Fábio Faria, o que o aproximou ainda mais do Centrão, o grupo ao qual Bolsonaro se aliou para impedir qualquer movimentação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quanto a um possível processo de impeachment – há mais de 40 pedidos nesse sentido engavetados.

Se o ministro do Desenvolvimento Regional alardeia que conseguiu se cercar de figuras relevantes do entorno de Bolsonaro, Guedes também bate no peito ter o apoio necessário para levar adiante a sua agenda. Ele assegura ter 100% do apoio do presidente. Cita como exemplo as declarações de Bolsonaro na live de quinta-feira (13/08) e os posts nas redes sociais na sexta (14/08). Em todos, comprometendo-se com o ajuste fiscal. O ministro também garante ter o apoio do colega Fábio Faria e dos filhos do presidente. “Não tem outro caminho. Ou seguimos com a responsabilidade fiscal, ou o país quebrará de novo, como ocorreu no governo Dilma e como se viu recentemente na Argentina”, tem dito nas conversas mais recentes com interlocutores do governo.

Guedes afirma ainda que os “fura-teto” estão se aproveitando da proximidade do fechamento do Orçamento de 2021 para impor a agenda da gastança, quando o momento é de controlar despesas. Não há, no entender do chefe da equipe econômica, como repetir 2020, quando todos os limites da responsabilidade fiscal foram jogados para o espaço por conta da pandemia. Ele entende que, ao longo do tempo, será possível ampliar os investimentos do governo, mas, antes, é preciso conter o deficit explosivo das contas públicas, que pode chegar a R$ 800 bilhões neste ano, e a disparada da dívida pública, que encosta nos 90% do Produto Interno Bruto (PIB), levantando questionamentos sobre a solvência do país.

A ala que joga contra Guedes não perdoa. Afirma que, além de ele nunca ter feito esforços para construir relações fortes dentro governo, acreditando ser intocável, viu que o seu programa liberal para a economia não trouxe os resultados esperados pelo presidente – um crescimento mais rápido da atividade, sobretudo. Também demorou para agir durante a pandemia do novo coronavírus, o que escancarou as fragilidades de sua política. Foi durante as duras críticas que o governo recebeu pela falta de crédito rápido às empresas que Marinho se estruturou de vez para ocupar espaço e partir para cima do ex-chefe. Nessa empreitada, atraiu apoio de empresários insatisfeitos com Guedes.

Traição e resistência

A relação entre Guedes e Marinho desandou de vez em abril, quando o chefe da equipe econômica descobriu que o antigo subordinado estava negociando com os ministros militares e o presidente da República um programa de obras para estimular a economia, solapada pela covid-19. O Pró-Brasil previa investimentos de pelo menos R$ 30 bilhões em projetos de infraestrutura, com a retomada de empreendimentos parados. O termo mais suave que Guedes usou para se referir a Marinho foi “traidor”.

Na fatídica reunião ministerial de 22 de abril, o ministro da Economia classificou o Pró-Brasil como um “erro” e comparou a proposta ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), elaborado pela ex-presidente Dilma Rousseff. “Voltar a uma agenda de trinta anos atrás, que é investimento público financiado pelo governo, foi o que a Dilma fez”, disse Guedes, ressaltando, claramente, as digitais do oponente. “Todo o discurso é conhecido: acabar com as desigualdades regionais. Marinho, claro, está lá, são as digitais dele”, disparou.

Naquele momento, o ministro da Economia conseguiu o apoio de Bolsonaro para segurar o ímpeto gastador de Marinho e dos militares. O problema é que, agora, com a popularidade em alta por causa do auxílio emergencial de R$ 600, o presidente está focado na reeleição, e quer transformar o Brasil em um canteiro de obras. Diante dessa ambição, dizem integrantes do grupo de Marinho, Guedes não será um estorvo. Ainda mais depois das declarações que deu na última terça-feira, consideradas muito acima do aceitável pelo presidente. A interlocutores, Bolsonaro disse que o ministro da Economia havia passado dos limites ao levantar a possibilidade de ele sofrer um impeachment pelo aumento de gastos.

Entre os auxiliares de Guedes, a ordem é resistir. “Não se trata apenas de Marinho, um político que está botando fogo no parquinho. Há uma leva de pessoas de dentro do governo dispostas a derrubar o ministro”, diz um integrante da equipe econômica. Para ele, em vez de o presidente ficar irritado com Guedes, por ele ter falado a verdade e ter exposto a pressão pelo aumento de gastos, Bolsonaro deveria agradecer ao subordinado. “O pouco de credibilidade que ainda resta na questão fiscal se deve ao ministro. Não fosse ele, a farra fiscal já estaria institucionalizada”, complementa, lembrando que há pessoas no Congresso dispostas a ajudar Guedes, inclusive na unificação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) do Pacto Federativo e a Emergencial.

Outro integrante do time de Guedes afirma que, se o presidente diz que está no limite com o ministro, o chefe da equipe econômica também não está nada satisfeito com os ataques generalizados que vem recebendo. “Por enquanto, ele ainda está disposto a enfrentar o fogo amigo. Mas todos nós sabemos que Guedes não tolera muita coisa. Não há chance de ele ficar se humilhando por um cargo. Ele quer ajudar, pois acredita nas boas intenções do presidente. Mas humilhação pública não é com ele”, frisa.

Vicente Nunes

Repórter há 33 anos. Não dispensa a boa informação. Está no Correio Braziliense desde 2000. Tem passagens pelo Jornal do Comércio, O Globo, Jornal do Brasil, Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil. Tem três prêmios Esso de Jornalismo Econômico (2009/ 2014/ 2015).

Joaquim Pinheiro:“Essa é a herança deixada por Carlos Eduardo para seu sucessor Álvaro Dias”

Por Joaquim Pinheiro*

 

Natal é uma cidade eminentemente turística em razão das suas potencialidades naturais, sua privilegiada localização geográfica e de um povo, de certa forma acolhedor. Entretanto, Natal tem sido penalizada por eleger pseudos gestores incompetentes e despreparados nos últimos anos, notadamente Carlos Eduardo, que realizou duas administrações desastrosas, desprovidas de criatividade, ousadia, dinamismo e de interesse público. Aí está o resultado: trânsito caótico, obras inacabadas, favelização, saúde e educação sucateadas, canteiros e calçadas depredadas e ocupadas irregularmente, alagamentos e deslizamentos de terras perturbando a vida do natalense. Essa é a herança deixada por Carlos Eduardo para seu sucessor Álvaro Dias. A orla marítima, que poderia ser o cartão postal da cidade, transformou-se num antro de prostituição e bebedeira. Diante de todo esse triste cenário, é preciso que seja dado um choque de gestão para colocar Natal na posição que ela merece. E esse deverá ser o principal desafio do prefeito Álvaro Dias, caso ele seja reeleito. Para que isso aconteça, entretanto, é preciso a efetivação de boas alianças políticas objetivando vencer o pleito de 2020, não cedendo a imposições de pseudas lideranças que só enxergam interesses pessoais, deixando a cidade e o seu povo em segundo plano.
*jornalista

Como Rogério Marinho (Saco Preto) constrói o caminho para Bolsonaro no Nordeste?

Se for você bolsonarista-raiz já tratou o Bolsa-Família como “bolsa-esmola”, “bolsa-farelo”, que “não se pode dar o peixe, tem de ensinar a pescar”, ou coisas do tipo. Bolsonaro pretende ampliar o programa a contragosto com fins populistas e eleitorais

Primando pela Opinião: Joaquim Pinheiro

Por Joaquim Pinheiro

Quem milita na política sabe que alianças fazem parte do sistema político-eleitoral brasileiro e em determinadas situações são necessárias e determinantes para fortalecer candidaturas e até garantir a governabilidade aos eleitos. Entretanto, é preciso cuidado no momento da formulação e efetivação desses entendimentos. Uma aliança política mal construída pode se transformar num sério problema para uma das partes no futuro. Em Natal está sendo articulado um acordo entre o prefeito Álvaro Dias e o ex-prefeito Carlos Eduardo, mas vereadores da capital estão se rebelando. A maioria não aceita que Carlos Eduardo indique Aila Ramalho como companheira de chapa de Álvaro Dias, por ser prima da ex-primeira dama do município, Andrea Ramalho. Eles querem que o vice seja um dos vereadores e o nome de consenso é o atual presidente da Câmara Municipal de Natal, Paulinho Freire. A animosidade entre integrantes do legislativo com Carlos Eduardo não é de agora, já que o então prefeito sempre tratou os vereadores com desdém. Em certa ocasião ele disse que vereadores não valem um fósforo riscado. Carlos Eduardo é considerado um político profissional prepotente, complicado e de difícil convivência, daí o alerta de correligionários ao prefeito Álvaro Dias no sentido de que tenha muito cuidado com essa aliança. “O objetivo de Carlos Eduardo é se arvorar responsável por uma possível vitória de Álvaro nas urnas e impor a indicação de nomes para o secretariado, e voltar a mandar na prefeitura através da prima da sua esposa no momento em que Álvaro renunciar para ser candidato a governador, por exemplo”, prevê um correligionário do atual prefeito. Ele alerta ainda, que na prefeitura ainda existem varias pessoas indicadas pelo ex-prefeito que poderão se transformar em adversárias de Álvaro Dias no momento em que os dois divergirem. No entendimento desta mesma fonte, cargos comissionados têm força e poder de mobilização, e esse poder poderá ser danoso às pretensões de Álvaro Dias, já que são seguidores incondicionais do ex-prefeito de Natal. (Joaquim Pinheiro, jornalista).
Quem milita na política sabe que alianças fazem parte do sistema político-eleitoral brasileiro e em determinadas situações são necessárias e determinantes para fortalecer candidaturas e até garantir a governabilidade aos eleitos. Entretanto, é preciso cuidado no momento da formulação e efetivação desses entendimentos. Uma aliança política mal construída pode se transformar num sério problema para uma das partes no futuro. Em Natal está sendo articulado um acordo entre o prefeito Álvaro Dias e o ex-prefeito Carlos Eduardo, mas vereadores da capital estão se rebelando. A maioria não aceita que Carlos Eduardo indique Aila Ramalho como companheira de chapa de Álvaro Dias, por ser prima da ex-primeira dama do município, Andrea Ramalho. Eles querem que o vice seja um dos vereadores e o nome de consenso é o atual presidente da Câmara Municipal de Natal, Paulinho Freire. A animosidade entre integrantes do legislativo com Carlos Eduardo não é de agora, já que o então prefeito sempre tratou os vereadores com desdém. Em certa ocasião ele disse que vereadores não valem um fósforo riscado. Carlos Eduardo é considerado um político profissional prepotente, complicado e de difícil convivência, daí o alerta de correligionários ao prefeito Álvaro Dias no sentido de que tenha muito cuidado com essa aliança. “O objetivo de Carlos Eduardo é se arvorar responsável por uma possível vitória de Álvaro nas urnas e impor a indicação de nomes para o secretariado, e voltar a mandar na prefeitura através da prima da sua esposa no momento em que Álvaro renunciar para ser candidato a governador, por exemplo”, prevê um correligionário do atual prefeito. Ele alerta ainda, que na prefeitura ainda existem varias pessoas indicadas pelo ex-prefeito que poderão se transformar em adversárias de Álvaro Dias no momento em que os dois divergirem. No entendimento desta mesma fonte, cargos comissionados têm força e poder de mobilização, e esse poder poderá ser danoso às pretensões de Álvaro Dias, já que são seguidores incondicionais do ex-prefeito de Natal. (Joaquim Pinheiro, jornalista).