Neymar e pai são investigados por Receita e Ministério Público

Revista Época revela que família do craque brasileiro é investigada desde 7 de abril pelo Fisco. Pai do jogador deve ser alvo de denúncia por crimes como sonegação fiscal

 

No dia em que disputou, pelo Barcelona, sua primeira final da Liga dos Campões da Europa, o brasileiro Neymar protagonizou uma reportagem de capa nada gloriosa da revista Época aqui no Brasil. Segundo a edição deste fim de semana, a Delegacia da Receita Federal em Santos (SP) deu início a uma representação fiscal contra o atleta, para fins penais, em 7 de abril. Seis dias depois, informa a publicação, que teve acesso a documentos relativos ao processo, a Receita Federal, com acompanhamento do Ministério Público Federal, decretou o arrolamento de bens do craque e de seus pais.

“No dia 7 de abril, o craque Neymar passeava pelas ruas de Barcelona, na Espanha, quando postou no Instagram um vídeo cantarolando o refrão da música ‘Hey, mundo’, sucesso do pagodeiro Thiaguinho: Deus deu um presente para mim / desde então não paro de sorrir”, registra Época, reproduzindo verso da canção e  ilustrando dia do início da representação contra o craque.

A reportagem explica que o arrolamento é “cartão amarelo” do Fisco para Neymar. O procedimento identifica e seleciona o patrimônio do contribuinte para o pagamento de dívida com a Receita. Assim, parte dos bens do jogador e de seus familiares (imóveis, carros, iates etc) fica sob monitoramento.

“A Receita toma essa medida quando avalia que um contribuinte, ao sonegar impostos, também cometeu outros crimes. Nas próximas semanas, será apresentada denúncia criminal contra o pai de Neymar e empresas envolvidas na venda do ídolo brasileiro ao Barcelona. O craque também pode ser alvo. Existe suspeita de sonegação fiscal e falsidade ideológica no caso, entre possíveis outros crimes”, registra a reportagem.

O Barcelona declarou ter adquirido Neymar junto ao Santos, em maio de 2013, ao custo de R$ 188,5 milhões (57 milhões de euros), por um contrato de cinco anos. Considerado baixo diante das expectativas, o valor despertou desconfiança e especulações no mercado do futebol: o arquirrival espanhol Real Madrid havia oferecido quase o triplo da proposta, 150 milhões de euros. Uma investigação foi iniciada no Ministério Público da Espanha, que descobriu uma manobra do clube catalão para driblar impostos na compra dos direitos de Neymar – Neymar havia custado 66% a mais do que fora oficialmente divulgado pelo Barcelona. Era a contratação mais cara da história até então: R$ 284,5 milhões (66,2 milhões de euros).

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