Na peça mais importante de sua defesa na Operação Lava Jato, os advogados da empreiteira OAS chamam o juiz federal Sergio Moro de “justiceiro” e parcial, acusam os procuradores de usar “provas ilícitas” e dizem que está criado um cenário de “condenação antecipada” para os cinco executivos da empresa que são réus. Os defensores pedem a anulação do processo.
A peça com essas críticas duras, chamada de memorial e que é a última oportunidade para a empreiteira se defender, foi apresentada nesta terça-feira (23) à Justiça.
Os executivos da OAS, entre os quais o presidente da empresa, Léo Pinheiro, são acusados de pagar propina para obter contratos na Petrobras, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos, formação de cartel e integrar organização criminosa.
Os advogados rebatem todos os pontos da acusação dos procuradores, mas o principal foco da defesa é o juiz. Para os advogados, Moro já tomou uma decisão sobre o caso e antecipou-a em audiências e em artigo publicado no jornal “O Estado de S. Paulo”, no qual diz ter havido superfaturamento em contratos da Petrobras. “A sentença é –e há pouco para duvidar– a ‘crônica de uma morte anunciada'”, escrevem.