Por Mica Rosenberg e Simon Evans
NOVA YORK/ZURIQUE (Reuters) – Grandes patrocinadores do futebol emitiram nesta sexta-feira os pedidos mais fortes até o momento pela imediata renúncia do presidente da Fifa, Joseph Blatter, uma semana depois de autoridades suíças anunciarem a abertura de um inquérito criminal envolvendo o dirigente.
Em uma rápida sequência de manifestações nesta sexta-feira, companhias que há muito tempo têm suas marcas ligadas ao futebol global – Coca-Cola, McDonald’s, a Anheuser-Busch InBev, proprietária da Budweiser, e Visa – demandaram a saída de Blatter, exercendo forte pressão por mudanças na organização.
Mas quase tão rápido, o advogado de Blatter nos EUA, Richard Cullen, respondeu que Blatter não vai renunciar, preparando o terreno para uma disputa sobre quem deve ficar à frente da Fifa até a eleição de fevereiro, quando um novo presidente será escolhido para a entidade.
Blatter disse crer que sua saída do cargo não atenderia aos melhores interesses da Fifa ou representaria uma avanço para as reformas na organização.
Os patrocinadores possuem uma visão diferente.
A AB Inbev disse estar “ativamente engajada” no processo de reforma na Fifa, integrando um grupo de patrocinadores que reúne ainda Coca-Cola, McDonald’s e Visa.
“A cada dia que passa, a imagem e reputação da Fifa continua a ser manchada”, disse a Coca-Cola. “A Fifa precisa de uma reforma ampla e urgente, e isso pode ser alcançado somente através de uma abordagem verdadeiramente independente.”
Pouco depois, o McDonald’s seguiu o movimento com seu próprio comunicado.
“Os eventos das últimas semanas continuam a dirimir a reputação da Fifa e a confiança pública em sua liderança”, disse a McDonald’s em um comunicado enviado por email. “O presidente da Fifa, Joseph Blatter, precisa se retirar do cargo imediatamente para que o processo de reforma possa proceder com a credibilidade necessária.”
Depois foi a vez da AB Inbev se juntar ao coro por uma renúncia imediata de Blatter e a TV Sky News noticiou que a Visa também havia se manifestado a favor da medida.
Na última sexta-feira, o gabinete do procurador-geral da Suíça afirmou que abriu um inquérito criminal sobre Blatter, sob suspeita de gestão criminosa e apropriação indevida de recursos.
Foi a primeira vez que as autoridades que investigam os casos de corrupção na entidade máxima do esporte mais popular do mundo fizeram uma acusação direta contra Blatter, suíço de 79 anos que está à frente da Fifa há 17 anos.
Ele negou qualquer irregularidade e seu advogado nos EUA disse que ele está cooperando com a investigação suíça.