ROMA – Envolvida em um escândalo mundial de fraude contra sistemas de emissão de poluentes, a montadora alemã Volkswagen encerrou o terceiro trimestre de 2015 com uma perda líquida de 1,67 bilhões de euros e de 3,48 bilhões de euros em operações. Este é o primeiro balanço negativo da companhia nos últimos 15 anos, de acordo com relatórios divulgados nesta quarta-feira (28).
No mesmo período do ano passado, a Volks tinha registrado lucro de 2,9 bilhões de euros. A montadora informou que o deficit atual ocorreu porque teve de destinar cerca de 6,7 bilhões de euros para lidar com a crise de fraude no sistema de software que controla as emissões de poluentes de seus carros.
De acordo com o novo CEO da empresa, Matthias Mueller, que assumiu o cargo após a renúncia de Martin Winterkorn, a diretoria ainda está “analisando o impacto inicial da situação atual” e “fará todo o possível para reconquistar a confiança perdida”. Apesar do prejuízo, as perdas ficaram abaixo da previsão de analistas financeiros. Mas, mesmo assim, a montadora reduziu suas expectativas de lucro para 2015. Em setembro, a empresa alemã admitiu que fraudou resultados de testes de emissão de poluentes nos Estados Unidos e na Europa.
O escândalo poderia envolver 11 milhões de veículos somente no território norte-americano e 8,5 milhões no europeu. A Volks já montou um cronograma de recalls para 2016, enquanto o governo alemão e de outros países afetados abriram investigações do caso. Neste mês, a japonesa Toyota ultrapassou as rivais Volkswagen e General Motors e se tornou a maior vendedora de carros do mundo, comercializando 7,5 milhões de unidades nos nove primeiros meses do ano. A alemã vendeu 7,43 milhões, enquanto a GM, 7,2 milhões.
(ANSA)