Empresários são denunciados por pagar propina ao ex-presidente do PSDB para barrar CPI

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Deputado saco preto Rogério Marinho era tido como o ‘menino de ouro’ do finado senador tucano Sérgio Guerra.

O Globo

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta terça-feira à Justiça denúncia pedindo a condenação dos executivos Ildefonso Colares Filho e Erton Medeiros, ligados às construtora Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, respectivamente, por corrupção ativa. Eles são acusados de oferecer R$ 10 milhões em propina ao então senador e ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PSDB-SP), falecido em 2010, e ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, instalada em 2009, não fosse adiante.

Além da condenação penal, os procuradores pedem que os dois paguem R$ 10 milhões como reparação por danos causados. Os executivos foram investigados no âmbito da 33ª fase da Lava-Jato, a “Resta Um”. A CPI buscava apurar irregularidades envolvendo a Petrobras e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com o MPF, relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) já apontavam indícios de superfaturamento em obras, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Pela tese defendida pelo MPF, tanto Queiroz Galvão quanto Galvão Engenharia eram diretamente interessadas em impedir a continuidade das investigações, tendo em vista indícios de superfaturamento em contrato da Petrobras com o Consórcio Rnest (integrado pelas empresas Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Construtora Norberto Odebrecht S.A e Construções Camargo Corrêa S.A) no valor de R$ 429,2 milhões.