CURITIBA – O juiz Sérgio Moro condenou a nove anos e 10 meses de prisão o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira, por ter retirado em nome dele um empréstimo de R$ 12 milhões no Banco Schahin, destinado a quitar dívidas do PT. O empréstimo não foi pago e foi quitado de maneira fraudulenta, com o fechamento de um contrato do Grupo Schahin, com a Petrobras, para operação do navio-sonda Vitória 10000. Foi simulado uma falsa doação em pagamento com embriões bovinos.
Outras quatro pessoas foram condenadas no processo. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado a seis anos e oito meses de prisão por corrupção. Fernando Schahin, do Banco Schahin, o lobista Fernando Soares, o Baiano, e Eduardo Costa Vaz Musa, ex-executivo da Petrobras e da Sete Brasil, foram condenados por corrupção e receberam penas de reclusão, mas foram beneficiados e cumprirão apenas o que está previsto no acordo de delação premiada que assinaram com o Ministério Público Federal (MPF).
Moro determinou que a pena de Bumlai seja cumprida em regime fechado, condicionando a progressão de regime à reparação dos danos. Na sentença, ele afirmou que não houve colaboração de Bumlai no processo, mas confissão parcial.