MÉDICOS BRASILEIROS NÃO ESTÃO SATISFEITOS COM MEDIDA ADOTADA POR TEMER
Estadão Conteúdo
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 20, a renovação do contrato firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que permite o recrutamento de profissionais cubanos para participar do programa Mais Médicos. Como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, a renovação inclui um reajuste do valor pago para os profissionais, mas determina que, na maioria dos casos, médicos que já tenham cumprido o período de três anos regressem ao país de origem e deem lugar para outros profissionais, que já estão sendo treinados em Cuba.
O contrato com a Opas estabelece um reajuste de 9% no valor da bolsa concedida para profissionais cubanos. Com a mudança, salário pago para cada médico passará de R$ 10.570 para R$ 11.520. Barros afirmou que isso provocará um impacto no orçamento do programa de R$ 300 milhões por ano. O aumento nos valores valerá para 2017. Nos dois anos seguintes, o reajuste será feito de acordo com a variação da inflação.
A expectativa é de que, até o fim do ano, 4 mil cubanos que atualmente trabalham em municípios brasileiros retornem à ilha. De acordo com o representante da Opas no Brasil, Joaquim Molina, cerca de 1 mil profissionais já estão sendo treinados para substituírem médicos que atualmente estão no Brasil.
Ao apresentar a renovação do contrato, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a intenção do governo brasileiro é reduzir de forma gradual o número de profissionais cubanos por médicos brasileiros no programa. A estimativa é a de que, já em 2017, o número de médicos cubanos participantes do programa sofra uma redução em relação ao número atual.
“Isso está acordado com o convênio, está claro na negociação. Fiz um agradecimento formal à colaboração da Opas e de Cuba, mas a intenção é de que a prioridade do programa seja dada a brasileiros”, afirmou o ministro.
Atualmente trabalham no País 11.400 profissionais cubanos Eles representam a grande força do programa, criado em 2013 numa resposta às manifestações populares que reivindicavam melhoria de acesso à saúde. Ao todo, o Mais Médicos reúne 18.240 profissionais, dos quais apenas 5.274 são brasileiros. Outros 1.537 são profissionais que obtiveram diploma no exterior.