POR ANDRÉ DE SOUZA / DANIEL GULLINO
BRASÍLIA — O ex-senador Delcídio Amaral recebeu autorização para passar 15 dias em Florianópolis com a sua família. O pedido foi feito durante audiência, realizada na última terça-feira, na 10ª Vara Federal de Brasília, e foi aceito pelo juiz substituto Ricardo Leite. O mesmo juiz determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente Lula.
Como parte do seu acordo de delação premiada, Delcídio tem que ficar em recolhimento domiciliar, e deve comparecer em juízo de 15 em 15 dias. O acordo prevê, contudo, o direito do ex-senador de viajar em dois fins de semana mensais.
Delcídio, que mora em Campo Grande (MS), alegou que sua esposa e suas filhas estarão em Florianópolis entre os dis 5 de fevereiro e 20 de fevereiro, e ressaltou que, no período, serão comemorados o seu aniversário e o de uma de suas filhas.
“Este Juiz verificou o cumprimento das clausulas que constam no acordo de colaboração premiada e que não houve impugnação do relatório das atividades desenvolvidas pelo colaborador”, escreveu Ricardo Leite.
Em setembro, o Ministério Público Federal de Brasília pediu que o ex-senador perca os benefícios da delação, em razão de mentiras em depoimentos que acabaram por levar à abertura de uma ação penal, sob a suposta compra de silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O pedido ainda não foi analisado.
Caso a Justiça concorde e condene Delcídio no processo, o ex-parlamentar terá cumprir integralmente as penas imputadas pela prática dos crimes de obstrução à Justiça e patrocínio infiel. Ele ainda poderá responder por um terceiro crime: falsa imputação de crime.