SÃO PAULO – O jornal alemão “Bild am Sonntag” disse que até 1 milhão de carros da montadora Daimler têm um software que mascara o volume de emissão de poluentes.
Fabricantes de automóveis usam softwares para gerenciar a filtragem de emissões e o desempenho do motor. O dispositivo pode ser classificado como ilegal se os sistemas de filtragem de exaustão forem desativados cedo demais ou sem um bom motivo.
Nesta segunda-feira (11), o Ministério dos Transportes alemão ordenou a retirada imediata de 774 mil veículos a diesel da montadora.
Os principais modelos afetados são as versões à diesel da van Vito, da Mercedes-Benz, a Mercedes C-Class, e as SUV das classes GLC e C. Cerca de 238 mil desses carros circulam na Alemanha.
O ministro dos Transportes alemão, Andreas Scheuer, convocou o presidente-executivo Dieter Zetsche depois que a KBA (autoridade de transportes automotivos do país) descobriu “dispositivos de gerenciamento de emissões inadmissíveis” nos motores Mercedes-Benz.
A Daimler disse que está cooperando de forma transparente com a KBA e o Ministério de Transportes da Alemanha.
A Daimler, como outros fabricantes de carros, usa líquidos de nitrato de ureia para neutralizar as emissões de óxido de nitrogênio nos gases de escapamento. No entanto, a autoridade de veículos automotivos da Alemanha, a KBA, questionou os recursos de controle de emissões em meio a suspeitas de que eles permitem que os veículos emitam excesso de poluição sem detecção.
O escândalo de emissões ronda a indústria automobilística alemã desde setembro de 2015, quando a Volkswagen admitiu usar um software que pode dizer quando um veículo a diesel é testado e temporariamente reduzir suas emissões tóxicas para aprovar as regulamentações dos Estados Unidos.
O escândalo do “dieselgate” custou à Volkswagen cerca de US$ 30 bilhões em multas e outros custos.