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Tite deixou claro, já na entrevista coletiva depois da partida contra a Suíça, que percebeu defeitos da seleção brasileira, como jogar excessivamente pelo lado esquerdo e não inverter o lado da jogada. Nas eliminatórias, doze partidas sob o comando de Tite, a média de viradas de jogo foi de 4,25 por partida. Contra a Suíça, apenas duas, uma delas saindo pela linha lateral num passe longo e equivocado de Marcelo.
Não foi só esse defeito o notado pela comissão técnica após rever a partida. Sem crucificar ninguém individualmente, a comissão entende que foi a Suíça quem empurrou o Brasil para seu campo depois do gol de Coutinho. Não foi a seleção que recuou propositalmente.
Até o gol, a Suíça jogava com linha de quatro homens na saída de jogo e tinha a companhia constante dos atacantes brasileiros, marcando no campo de ataque. Com os volantes e laterais marcados, a bola saía muito pelo zagueiro Akanji, de pouca qualidade de passe. A saída era curta, sem profundidade.
Depois do gol, a seleção suíça adiantou os dois laterais simultaneamente e recuou o volante Behrami para perto dos zagueiros Akanji e Schar para melhorar o passe na saída para o ataque. Os pontas, Shaqiri e Zuber, passaram a jogar por dentro, mais perto dos meias da seleção, o que dificultou que se mantivesse a marcação no campo de ataque.
Nesse momento, o correto seria mesmo mudar o modelo de marcação, jogar atrás do meio-de-campo, mas ser agressivo para tomar a bola e sair em contra-ataques. Haveria mais espaço para Neymar e Coutinho e chance de resolver a partida numa jogada de velocidade.
A ausência deste tipo de jogada é apontada como mais uma coisa a ser corrigida para as partidas contra Costa Rica e Sérvia.
O Brasil de Tite marcou 48 gols em 22 jogos, nove deles em contra-ataques (18%).