Arquivo diários:11/04/2020

Casos de Covid-19 passam de meio milhão nos EUA

Trump enfrenta ‘maior decisão’ sobre retomar atividades
Maria Caspani

O número de casos de coronavírus nos Estados Unidos ultrapassou meio milhão no fim de semana do feriado de Páscoa, com 18.700 mortes, enquanto o presidente Donald Trump afirmou que a decisão sobre quando será seguro reabrir o país será a maior que ele já teve de tomar.

Casos de Covid-19 passam de meio milhão nos EUA, Trump enfrenta 'maior decisão' sobre retomar atividades
Casos de Covid-19 passam de meio milhão nos EUA, Trump enfrenta ‘maior decisão’ sobre retomar atividades
Foto: Yuri Gripas / Reuters

Especialistas em saúde pública alertaram que o número de mortos nos EUA poderá subir para 200.000 durante o verão se os pedidos sem precedentes para ficar em casa, que fecharam negócios e mantiveram a maioria dos norte-americanos em isolamento, forem suspensos depois de 30 dias.

Trump, buscando a reeleição em novembro, disse desejar que a vida volte ao normal o mais rápido possível e que as amplas restrições ao movimento destinadas a conter a propagação da doença covid-19 causada pelo novo coronavírus carregam seus próprios custos à saúde pública e à economia.

“Vou ter que tomar uma decisão e espero por Deus que seja a decisão certa”, disse ele a repórteres na sexta-feira. “É a maior decisão que eu já tive de tomar.”

Trump afirmou que os fatos determinariam o próximo passo. Questionado sobre quais parâmetros ele usaria para fazer seu julgamento, ele apontou para sua testa: “Os parâmetros estão aqui, esses são os meus parâmetros.”

As atuais diretrizes federais vão até 30 de abril.

O presidente terá que decidir se deve estendê-las ou começar a incentivar as pessoas a voltar ao trabalho e a um estilo de vida mais normal. Trump disse que iria divulgar um novo conselho consultivo, possivelmente na terça-feira, que incluirá alguns governadores estaduais e se concentrará no processo de reabertura da economia dos EUA.

O número de americanos que buscam benefícios de desemprego nas últimas três semanas ultrapassou 15 milhões, com novos pedidos semanais superando 6 milhões pela segunda vez consecutiva na semana passada.

O governo disse que a economia eliminou 701.000 empregos em março. Essa foi a maior perda de empregos desde a Grande Recessão e encerrou o maior boom de empregos na história dos EUA, iniciado no final de 2010

Bolsonaristas fazem carreata em SP contra medidas de Doria

Em ao menos 70 carros, manifestantes protestaram contra governo paulista, que seguem orientações das autoridades locais e mundiais em saúde
Ricardo Galhardo

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizeram uma carreata pedindo o impeachment do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na tarde deste sábado, 11, na região dos Jardins, bairro de classe média alta da capital.

Bolsonaristas fazem carreata em SP contra medidas de Doria
Bolsonaristas fazem carreata em SP contra medidas de Doria

Foto: Estadão

De dentro dos seus carros os manifestantes, vários deles usando máscaras cirúrgicas, imitavam armas com as mãos, gritavam “fora Doria” e bordões contra o comunismo como “nossa bandeira jamais será vermelha”. Vários veículos levavam bandeiras do Brasil, outros bandeiras de São Paulo. Um deles carregava símbolos do império e outro uma bandeira dos EUA.

O governador, que atrelou sua imagem à de Bolsonaro na eleição de 2018, virou alvo do bolsonarismo depois de adotar uma política de isolamento, seguindo as orientações das autoridades locais (inclusive o Ministério da Saúde) e mundiais em saúde, como estratégia de combate à pandemia do coronavírus.

Além disso, os apoiadores do presidente veem em Doria um possível adversário de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.

Procurado, o governo de São Paulo informou que “respeita o direito à livre expressão de todos que desejam participar de manifestações no Estado” mas reiterou que “o isolamento social é essencial para diminuir os casos e mortes de covid-19, de acordo com a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Ministério da Saúde”.

Na região da Rua Estados Unidos, havia apenas duas pessoas acompanhando a manifestação na calçada. Uma delas era a publicitária Marisa Fonseca, de 57 anos, que mora na vizinhança. “Moro ali na esquina. Desci para comprar cigarro e aproveitei para vir aqui. O Doria em plena epidemia só pensa nele mesmo. Não estou falando que as medidas não têm que ser respeitadas, mas o cara está brigando com o Bolsonaro, não com a epidemia”, disse ela.

A outra pessoa na calçada era o vendedor ambulante Gilmar de Oliveira, que vendia bandeiras do Brasil a R$ 20 para os participantes da carreata. “Foram umas 50. Bolsonaro vende”, disse ele.

A reportagem contou ao menos 70 carros na manifestação. Em vários deles os ocupantes eram pessoas aparentando ter mais de 60 anos, integrantes do grupo de risco da pandemia.

Era o caso do homem que acompanhava Marisa Barros, que se identificou como embaixadora de um movimento de direita. Ele disse ter 72 anos. Questionado se não deveria estar em casa, respondeu que não. “Tenho boa saúde”, justificou.

Enquanto a carreata passava, outros motoristas e moradores de prédios vizinhos se manifestaram contra os participantes aos gritos de “fora Bolsonaro” e “fica em casa”.

Apesar do isolamento, a carreata tumultuou o trânsito da região. O militar da reserva Juarez Conceição chegou a fechar o tráfego na esquina da Rua Estados Unidos e Bela Cintra para permitir que os manifestantes passassem.

“Comunismo aqui não! Estamos pelo Brasil“, gritava ele.

Vacinas contra coronavírus dão resultado positivo na Itália

Os testes pré-clínicos de candidatas a vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália apresentaram resultados positivos.

Luigi Aurisicchio, CEO da empresa romana Takis Biotech, que conduz os estudos com cinco vacinas, disse que houve uma “forte produção de anticorpos” com uma única dose.

“Os primeiros resultados nos modelos pré-clínicos demonstraram a forte imunogenicidade das candidatas a vacina”, declarou Aurisicchio, acrescentando que duas delas parecem mais promissoras. Os resultados definitivos são esperados para meados de maio, e os testes em humanos podem começar a partir de setembro.

Todas as cinco vacinas se baseiam em uma tecnologia chamada eletroporação, que consiste em um impulso elétrico no músculo para aumentar a permeabilidade das membranas celulares. Elas foram obtidas a partir de materiais genéticos correspondentes a diferentes partes da proteína “spike”, que o vírus utiliza para agredir as células e se multiplicar.

De acordo com a Defesa Civil, a Itália contabiliza 147.577 casos do novo coronavírus e 18.849 óbitos, mas os números vêm desacelerando há algumas semanas em função das medidas de isolamento.

Época

Bolsonaro desmobiliza combate ao novo coronavírus, diz prefeito de Manaus


RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (10) que o presidente Jair Bolsonaro está atrapalhando a redução da contaminação pelo novo coronavírus.

Com o sistema de saúde da capital do Amazonas em colapso, Virgílio pediu para que o presidente não apareça mais em locais públicos, como fez nesta sexta.

“É um apelo de um mero prefeito. O presidente Bolsonaro não pode mais dar esses exemplos. Ele não pode dar. Desmobiliza. Essas atitudes do presidente, que sai tranquilamente às ruas e mostra, segundo o ponto de vista dele, que não há perigo de nada… Isso desmobiliza. Para desmobilizar, basta um passeio numa feira”, disse Virgílio, em entrevista à CNN Brasil.

O presidente insiste desde a chegada da Covid-19 ao Brasil de que o isolamento social determinado por autoridades locais vai gerar uma crise econômica mais grave do que a própria epidemia. Ele tem defendido que apenas o grupo de risco da doença -idosos e pessoas com doenças crônicas- seja protegido, a fim de que os demais permaneçam circulando, fazendo o comércio seguir aberto.

A proposta contraria a orientação do Ministério da Saúde, da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da maioria dos infectologistas do país, para quem sem o isolamento social, o ritmo de contaminação vai colapsar o sistema de saúde das grandes cidades.

“O fato é que muitas ruas de Manaus estão cheias de carros. As pessoas entram no que está aberto tentando fingir uma economia normal. Isso não ativa a economia de maneira nenhuma. Dá a impressão que reativa, mas vai causar mais doentes, um colapso do colapso do sistema de saúde e atraso na recuperação econômica”, disse Virgílio.

De acordo com balanço do Ministério da Saúde, o estado tem 981 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus, e 50 mortes. O sistema de saúde da capital, unica cidade do Amazonas com UTI, colapsou, segundo o prefeito.

O município está erguendo um hospital de campanha com 144 leitos, sendo 32 de UTI, a fim de dar conta ao aumento da contaminação.

“Está havendo um colapso funerário. Os enterros estão crescendo de forma exponencial.

Mandetta anuncia construção de hospital de campanha da União em Manaus

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou neste sábado (11/4) que o próximo hospital de campanha da União será em Manaus (AM). A informação foi repassada em visita ao primeiro hospital de campanha do governo federal, que está sendo construído em Águas Lindas (GO), Entorno do Distrito Federal. Mandetta disse que assinará a ordem no domingo (12/4). A unidade terá a mesma capacidade que a de Águas Lindas, com 200 leitos para atender pacientes com a Covid-19.

O Amazonas tem um dos cenários mais preocupantes do país em relação ao coronavírus. O prefeito de Manaus chegou a dizer que a rede hospitalar estadual já entrou em colapso. Segundo o mais recente levantamento do Ministério da Saúde, o estado tem 981 casos confirmados — equivalente a 65% de todos os infectados da Região Norte — e 50 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 5,1%.

Na sexta-feira (10/4), o Brasil ultrapassou a barreira das mil mortes pelo novo coronavírus. São 19.638 casos confirmados de Covid-19 e 1.056 mortes, o que equivale a uma taxa de letalidade de 5,4%.

Correio Braziliense

Brasil tem 68 óbitos nas últimas 24h e 1.124 mortes no total

O balanço dos casos de Covid-19 divulgados pelo Ministério da Saúde neste sábado (11) aponta:

1.124 mortes

20.727 casos confirmados

Letalidade: 5,4%

Na sexta-feria (10), havia 1.056 mortes e 19.638 casos confirmados. São 1.089 casos (alta de 6%) e 68 mortes (alta de 6%) a mais, em 24 horas. Tocantins segue sendo o único estado do país sem mortes devido à Covid-19.

G1

30,7 milhões concluíram cadastro para auxílio emergencial, diz Caixa

Desses, 40% optaram pela poupança social da instituição para receber os recursos

A Caixa Econômica Federal informou que 30,7 milhões de brasileiros concluíram cadastro para o auxílio emergencial de R$ 600,00 a ser pago durante a crise do novo coronavírus, conforme boletim do banco divulgado às 10 horas desta sexta-feira, 10. Desses, 40% optaram pela poupança social da instituição para receber os recursos. A expectativa da Caixa é criar 30 milhões de contas nesse formato.

Em um primeiro momento, os recursos depositados na poupança social da Caixa não poderão ser sacados uma vez que estarão disponíveis somente para transações digitais como transferências e pagamentos de contas, por exemplo.

O governo ainda vai divulgar o calendário para a realização de saques.

A Caixa informa ainda que o sitehttp://auxilio.caixa.gov.br já recebeu 271,2 milhões de visitas.

Foram enviados 118,7 milhões de mensagens por celular (SMS) para a confirmação do cadastro do auxílio emergencial.

A central 111, na qual os brasileiros podem tirar dúvidas e pedir informações, recebeu até o momento 7,3 milhões de ligações.

“Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir”, diz Bolsonaro

Presidente foi ao Hospital das Forças Armadas, fez compra em farmácia e visitou o filho Renan
Fabrício de Castro


BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaroaproveitou a sexta-feira da Paixão para fazer um novo tour por Brasília, contrariando novamente as recomendações sanitárias de isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus.
Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, pouco depois das 9 horas. Na saída, a comitiva do presidente evitou passar pela portaria principal, onde tradicionalmente os jornalistas e apoiadores permanecem à espera de Bolsonaro.

Ele se dirigiu primeiro ao Hospital das Forças Armadas. Ainda não há informações oficiais sobre o motivo da visita ao HFA. Questionado, ele não quis dizer o que foi fazer no hospital. Na agenda oficial não constava esse compromisso.

Em seguida, às 10h30, o presidente parou em uma drogaria, onde tirou fotos com apoiadores. “Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir”, afirmou. Ao ser indagado sobre o que comprou na farmácia, ele não quis dizer.

A recomendação do Ministério da Saúde é permanecer em casa e evitar aglomerações, como forma de não facilitar a transmissão do coronavírus.

Ao sair da drogaria, Bolsonaro foi para o Sudoeste, uma das regiões administrativas do Distrito Federal. Ele visitou o filho Renan e, na saída, ouviu gritos de apoio e de críticas. Depois, voltou ao Alvorada.

Na quinta-feira, Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto e foi a uma padaria da Asa Norte de Brasília, onde comeu um pão doce e bebeu refrigerante. Segundo decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o comércio pode vender alimentos, mas não é permitido comer no local. Nas imagens, é possível ver que o presidente abraçou funcionários do local, cumprimentou pessoas com abraços e apertos de mão, posou para fotos. Também há sons de vaias e de algumas panelas

No dia 29 de março, o presidente já havia quebrado o isolamento ao percorrer comércios em Taguatinga e Ceilândia, regiões administrativas do Distrito Federal. O passeio havia ocorrido um dia após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçar o pedido para que as pessoas mantenham o distanciamento social.

Bolsonaro tem reiterado seu posicionamento contrário ao isolamento social como método para conter a epidemia de coronavírus.Ele considera que esse método prejudica a economia, responsabiliza os governadores que determinaram o fechamento de lojas e defende a reabertura do comércio.