Arquivo diários:23/04/2020

Conheça o delegado da PF pivô da ameaça de demissão de Moro

Especialista em inteligência e combate ao narcotráfico, Maurício Leite Valeixo é diretor-geral da Polícia Federal
Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso

Pela segunda vez, a permanência do delegado Maurício Leite Valeixo na diretoria-geral da Polícia Federal (PF) gera uma crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Moro já avisou a Bolsonaro que vai deixar o governo caso o presidente imponha um novo nome no comando da PF. O Estado apurou que o ministro não aceita que essa troca venha de “cima para baixo”, e defende o direito de fazer a escolha.

Especialista em inteligência e combate ao narcotráfico, Maurício Leite Valeixo é diretor-geral da Polícia Federal
Especialista em inteligência e combate ao narcotráfico, Maurício Leite Valeixo é diretor-geral da Polícia Federal

Foto: DENNIS FERREIRA NETO / Estadão Conteúdo

Valeixo é especialista em combate ao narcotráfico internacional e em ações de inteligência policial. Com mais de 20 anos de corporação, o escolhido pelo ministro Moro atuou nos dois maiores casos da carreira do ex-magistrado, a Operação Banestado e a Operação Lava Jato. Então superintendente da Polícia Federal no Paraná, Valeixo compartilha com Moro as raízes paranaenses.

Natural de Mandaguaçu, cidade de cerca de 20 mil habitantes na região de Maringá, Valeixo é um dos três filhos do desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Octávio Jorge de Cesar Valeixo (que morreu em 2003, aos 68 anos de idade).

Ex-chefe da Inteligência da PF, ex-diretor de combate à corrupção e duas vezes superintendente da PF no Paraná, Valeixo é considerado um quadro técnico, mas com fortes ligações com o ex-diretor-geral Leandro Daiello – que comandou a corporação por 6 anos nos governos da ex-presidente Dilma Rousseff.

Sob o comando de Daiello, Valeixo foi o número 3 na hierarquia da corporação, como diretor da Diretoria de Combate do Crime Organizado (Dicor), área considerada chave para a gestão de Moro no governo Bolsonaro. Permaneceu no cargo entre 2015 até o fim de 2017.

O diretor-geral assumiu o posto com a missão de fortalecer a PF, com foco no combate à corrupção e ao crime organizado, livrando-a de ingerências políticas e estabelecendo autonomia para investigar quem quer que seja.

“A Polícia Federal não está para atender ao governo, ela está para atender o Estado brasileiro, para atender a sociedade brasileira”, afirmou Valeixo, em palestra dada em em 2018, em Curitiba. O delegado defendia a necessidade de instituições “fortes, independentes e republicanas” ao explanar sobre o papel da PF.

O passado de Valeixo

Formado em Direito pela PUC do Paraná, a relação de Valeixo com o ex-juiz da Lava Jato é antiga. Em 2003, era ele que comandava o inquérito da força-tarefa do Caso Banestado, primeiro grande trabalho das recém-criadas varas especializadas de lavagem de dinheiro no País – uma delas a de Curitiba, comandada por Moro.

Em 2009 assumiu a Superintendência da PF no Paraná pela primeira vez, cargo que ocupou até 2011, quando foi levado para Brasília para ser diretor-geral de Pessoal. Passou em seguida para a direção de Inteligência.

Em 2013, Valeixo foi para os Estados Unidos como adido policial em Washington. No retorno ao Brasil, em 2015, assumiu o posto de Diretor de Combate ao Crime Organizado (Dicor) – ano de início da Lava Jato.

Em 2018, Valeixo assumiu pela segunda vez o posto de superintendente no Paraná. Durante sua gestão, foi fechada a delação premiada do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e executada a prisão do ex-presidente Lula, em abril.

Foi Valeixo quem decidiu seguir as ordens de Moro em 8 de julho, que contrariam despacho do desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) – a segunda instância da Lava Jato – Rogério Favreto para soltar Lula. Favreto expediu duas decisões que foram posteriormente derrubadas pelo presidente da Corte, Thompson Flores, e pelo relator da Lava Jato, João Pedro Gebran Neto.

Valeixo foi delegado da Polícia Civil e integrou o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) antes de entrar para a PF.

Braga Netto nega demissão de Moro: “Assessoria dele já desmentiu”

Sem querer se estender, ministro da Casa Civil limitou-se a dizer que a informação já estava desmentida – mas não houve nota formal do MJ
Metrópoles/MAYARA OLIVEIRA

Questionado durante coletiva no Palácio do Planalto, Braga Netto disse que “a assessoria do ministro Moro já desmentiu a saída dele do governo. Já está publicada essa informação”. Até o fim da entrevista, por volta das 17h40, a única posição oficial da Justiça era a de que o ministro “não havia confirmado” pedido de demissão – sem desmentir formalmente as informações.

Na manhã desta quinta, Moro se encontrou com Bolsonaro, conforme previa a agenda oficial do presidente. No encontro, Bolsonaro comunicou ao ministro uma possível troca no comando da Polícia Federal, hoje chefiada por Maurício Valeixo – hipótese que já tinha sido aventada pelo presidente desde agosto do ano passado.

Segundo Bolsonaro, essa mudança ocorrerá nos próximas dias. A pessoas próximas, o ministro disse que, se a troca de fato acontecer, ele pode pedir demissão.

 

Alerta para fortes chuvas no RN

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de chuvas intensas, com perigo, em todos os municípios do Rio Grande do Norte entre esta quinta-feira(23) e o fim da manhã desta sexta-feira(24), 11h- prazo final do alerta. De acordo com o Instituto, as chuvas terão entre 30 e 100 milímetros por dia, e ventos intensos (60-100 km/h).

O Inmet ainda alerta que há risco de alagamentos, cortes de energia, descargas elétricas e quedas de galhos e árvores. Por esses motivos, orienta a, em caso de rajadas de vento, não se abrigar debaixo de árvores e não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Além disso, o Instituto também diz para, se possível, desligar aparelhos elétricos e quadro geral de energia.

Em caso de necessidade em tempestade, informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

Cantei a pedra: Paulo Guedes diz que Rogério Marinho “ é desleal”

Rogério Marinho se aproximou de Bolsonaro e agora que derrubar seu ex-chefe no Ministério da Economia Paulo Guedes.

O Blog do Primo repetidas vezes publicou posts prevendo que Rogério Marinho estava articulando a derrubada do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em meio à pandemia do coronavírus, Rogério Marinho deu uma pernada em Guedes.
O Blog do Primo conhece bem o caráter e comportamento de Rogério, também conhecido como “saco preto”.

Guedes uma fera com ele, mas ainda não viu nada.. O ministro da Economia e Bolsonaro não sabem do que Rogério é capaz..

Veja matéria do Poder 360 do jornalista 
23.abr.2020 (quinta-feira) – 15h30

Não é novidade que o ministro Paulo Guedes (Economia) acha 1 erro despejar dinheiro público para obras de infraestrutura pelo país. A novidade é que ele vocalizou em reunião recente isso de forma muito explícita para Jair Bolsonaro e para os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Guedes expressou de maneira muito dura a Bolsonaro, Braga Netto e Marinho seu juízo a respeito do plano Pró-Brasil, elaborado pela Casa Civil para a retomada da economia pós-pandemia: “Querem cavar mais fundo para ver se saímos do buraco”.

Em reuniões com o presidente e outros ministros, Paulo Guedes apresentou sua avaliação sobre o que acha do Pró-Brasil: “Isso aí é o PAC. Isso aí é a Dilma[Rousseff]. Voltou a Dilma! Nós vamos querer nos levantar segurando os próprios suspensórios. O Brasil afundou por causa dessas obras que não terminaram, ficaram todas quebradas, jogaram dinheiro fora. Quer dizer: nós vamos então sair do buraco cavando mais fundo?”.

GUEDES A MARINHO: ‘VOCÊ É DESLEAL’

Rogério Marinho foi o mastermind do projeto. Telefonou para vários ministros militares e disse ser necessário fazer imediatamente 1 programa de investimentos públicos para alavancar o crescimento. Saudosos do período em que essa era a regra no Brasil (no início da década de 1970), os generais abraçaram a proposta na hora. Braga Netto tomou a dianteira.

O Poder360 apurou no Planalto que Paulo Guedes demonstrou grande irritação com Rogério Marinho. Enviou nesta semana uma mensagem de 3 palavras para o ministro do Desenvolvimento Regional, que até 2019 era 1 de seus maiores protegidos: “Você é desleal”. O Poder360procurou Guedes, mas ele não quis falar a respeito.

Bolsonaro acha que não há como barrar o plano idealizado por Rogério Marinho e agora comandado por Braga Netto. O presidente disse a Paulo Guedes para conter suas críticas e esperar 1 pouco para que seja verificado até onde o Pró-Brasil poderia avançar. É por essa razão que Guedes está evitando aparecer para dar entrevistas.

Moro diz que fica no cargo se puder escolher substituto de Valeixo

247 – O ministro da Justiça, Sérgio Moro, condicionou sua permanência no cargo à escolha do substituto de Maurício Valeixo, atual diretor-geral da Polícia Federal, de acordo com O Antagonista.
Novos nomes para o comando da PF já são ventilados: o secretário de Segurança Pública, do Distrito Federal, Anderson Torres; o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagen; e o diretor do Departamento Penitenciário (Depen), Fabiano Bordignon.

Para proteger o filho, Bolsonaro demite do superintendente da Polícia Federal e Moro pede demissão

BRASÍLIA

O ministro Sergio Moro (Justiça) pediu demissão a Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (23) ao ser informado pelo presidente da decisão de trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo.

Bolsonaro informou o ministro, em reunião, que a mudança na PF deve ocorrer nos próximos dias. Moro então pediu demissão do cargo, e Bolsonaro tenta agora reverter a decisão do ex-juiz federal.

Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer o ministro a recuar da decisão. Se Valeixo sair, Moro sairá junto, segundo aliados do ministro.

Valeixo foi escolhido por Moro para o cargo. O atual diretor-geral é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato. Desde o ano passado, Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.

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Militares no governo mostram fraqueza de Bolsonaro, diz FHC


O aumento da participação de militares nos altos cargos do governo federal indica mais uma fraqueza política do presidente Jair Bolsonaro do que uma tentativa de articular um golpe no País, avaliou o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) durante “live” organizada pela Abitrigo nesta quinta-feira (23).

FHC comparou a situação de Bolsonaro com a do ex-presidente chileno Salvador Allende. “Quando ele chamou os militares para o governo, não foi para dar um golpe. Foi porque era o que restava”, disse o ex-presidente.

Para FHC, a condução que Bolsonaro faz da crise preocupa, já que, na avaliação do tucano, o presidente não consegue mostrar tranquilidade e sinalizar um rumo para sair da crise. “O presidente fala mais do que pensa, sempre. E eu não aprecio algo que está acontecendo no Brasil, rixas crescentes entre as instituições, a disputa entre o presidente da Câmara e o presidente da República”, afirmou.

Estadão

Banco da Inglaterra prevê a pior recessão em um século

Um dos países mais afetados pela pandemia de covid-19, empresa de consultoria estima quebra recorde na atividade do Reino Unido em abril

O Reino Unido pode sofrer uma recessão “mais rápida e profunda do que qualquer outra que já vimos no século passado ou mesmo em vários séculos” devido à pandemia de coronavírus, alertou nesta quinta-feira (23) uma autoridade do Banco da Inglaterra.

“É importante não ver a crise econômica causada pela covid-19 como uma inevitável contração temporária com a qual simplesmente temos que conviver”, disse Gertjan Vlieghe, membro do comitê de política monetária do banco central britânico. “É muito mais complexo que isso e, portanto, há uma chance muito maior de responder com políticas proativas”, acrescentou.

No entanto, Vlieghe insistiu que a crise econômica causada pelas medidas de confinamento ou restrições drásticas de viagens não prejudica a independência do Banco da Inglaterra ou sua meta de inflação anual de cerca de 2%.

A empresa de consultoria IHS Markit divulgou uma estimativa que mostra uma queda recorde na atividade do Reino Unido em abril.
Segundo a Markit, é “de longe o declínio mais rápido da atividade desde que esses dados começaram a ser coletados há mais de duas décadas”.

O Reino Unido é um dos países mais afetados da Europa, com mais de 18.000 mortes apenas em hospitais, aos quais devem ser adicionadas milhares mais em casas de repouso e domicílios.