A ideia comandada pelo “gabinete do ódio” era mostrar erros na condução da pandemia do coronavírus, para evitar que saísse como “vítima”
BRASÍLIA – Antes mesmo da demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, o governo intensificou uma ofensiva nas redes sociais para atacar sua gestão. Na prática, um dossiê foi montado contra Mandetta, sob a supervisão do “gabinete do ódio”, núcleo ideológico que incentiva o presidente Jair Bolsonaro a adotar posições beligerantes nas mídias digitais. A ideia era mostrar que Mandetta cometeu erros na condução da pandemia do coronavírus, para que não saísse como “vítima” da crise.
A estratégia foi desenhada para desgastar a imagem de Mandetta desde que o confronto entre ele e Bolsonaro aumentou. Como mostrou o Estado, áreas técnicas do governo detectaram falhas na execução de medidas de combate à pandemia por parte do Ministério da Saúde, como a distribuição de respiradores que não estavam em perfeito estado para Estados como Amazonas, Amapá e Ceará.
No comando do “gabinete do ódio”, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos -RJ), filho “02” do presidente, foi um dos que sempre defenderam a saída de Mandetta. Na avaliação da ala ideológica, a permanência do ministro após a série de atritos com Bolsonaro foi um “tiro no pé”, que deve ser debitado na conta dos militares da Esplanada.