Diante do cenário crítico, o governador Paulo Câmara (PSB) prometeu nesse domingo, 19, criar 230 vagas de UTI no antigo Hospital Alfa, no Recife, e 20 na Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda. “Esses dois hospitais estão se juntando ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz como os principais centros de referência estaduais para tratar doentes do novo coronavírus”, disse.
Arquivo diários:20/04/2020
Em resposta a Bolsonaro, 20 governadores divulgam carta de apoio ao Congresso
Governadores de 20 estados divulgaram uma carta de apoio ao Congresso, numa reação aos últimos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Parlamento. O documento afirma que as declarações do presidente afrontam princípios democráticos. Destaca ainda a “dedicação especial” dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aos estados e municípios, no enfrentamento da crise com o novo coronavírus.
“Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo”, diz a carta, acrescentando, que a ação coordenada dos governos regionais tem sido pautada na ciência e na experiência de outros países que já enfrentaram a fase mais crítica da pandemia.
No texto, os governadores afirmam ainda que é possível conciliar a necessidade de proteger a saúde da população e a economia e, destacam a necessidade do diálogo para superar as diferenças:
”A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise”, conclui a carta do Fórum Nacional de Governadores, assinada nesse sábado.
Leia a carta na íntegra:
“O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação.
Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiories esforços de socorro federativo.
Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.
Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.
Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades.
A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise.”
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Vídeo de Roberto Jeferson alertando que Rodrigo Maia quer derrubar Bolsonaro
Poder 360
O ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson –autor da denúncia do mensalão do PT, participou de uma live neste domingo (19.abr.2020) em que acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de plajenar 1 “golpe” contra o presidente Jair Bolsonaro. Também acusou Maia de inviabilizar votação de MPs (medidas provisórias) no Congresso. A transmissão foi compartilhada pelo presidente via Facebook.
Ao chamar as pessoas para assistirem a live nas redes sociais, Jefferson, que foi 1 dos líderes do chamado “centrão” da Câmara, disse que Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o STF (Supremo Tribunal Federal) tramam 1 impeachment contra o presidente. Segundo ele, o PT, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do Rio, Wison Witzel (PSC), e a TV Globo também participam do suposto conluio.
https://youtu.be/5MiDNti9OGw
Militares reprovam participação de Bolsonaro em manifestação
A presença do presidente Jair Bolsonaro na manifestação em frente ao Quartel General do Exército contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde deste domingo, provocou um “enorme desconforto” na cúpula militar. Ao Estado, oficiais-generais destacaram que não se cansam de repetir que as Forças Armadas são instituições permanentes, que servem ao Estado Brasileiro e não ao governo.
Eles observaram que a presença de Bolsonaro em frente ao QG teve outra gravidade simbólica. Pela Constituição, o presidente da República é também o comandante em chefe das Forças Armadas. Mesmo com cuidados para evitar críticas diretas, os generais ressaltaram que o gesto foi uma “provocação”, “desnecessária” e “fora de hora”.
À reportagem, os generais não esconderam o mal-estar. Afinal, Bolsonaro os deixou em “saia justa”. Chefes militares não podem se pronunciar. O Estado ouviu sete oficiais-generais, sendo cinco do Exército, um da Aeronáutica e um da Marinha. Eles lembraram que o País tem uma “verdadeira guerra” a ser vencida e que não é possível gastar energia com alvos diferentes. Houve quem observasse que o presidente enfrenta “resistências”, inclusive do Congresso, mas todos avaliam que a presença dele na manifestação provocou ainda mais a ira dos representantes do Executivo e do Judiciário.
Por conta da presença do presidente na manifestação, houve necessidade de reforço da guarda do QG. Isso acabou passando uma imagem que também foi considerada ruim pelos generais. Os soldados deslocados para a guarda estavam de plantão e tiveram de sair às pressas para o local da manifestação e, de certa maneira, proteger Bolsonaro da multidão.
No momento, os militares da ativa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, sob a batuta do Ministério da Defesa, tentam focar seus trabalhos no combate à pandemia do novo coronavírus, sem emitir qualquer posicionamento político sobre as polêmicas.
A atitude do presidente, ainda segundo a análise de um dos militares, passa um sinal trocado para a sociedade. As avaliações tiveram uma dose de desabafo por parte dos generais. Eles ressaltaram passam o tempo todo tentando separar o governo do Exército, já que há sempre quem lembre da presença de militares em cargos de ministro no Palácio do Planalto.
ESTADÃO CONTEÚDO
Bolsonaro compartilha entrevista que Roberto Jeferson, diz que Rodrigo Maia fez acordo com a esquerda para o impeachment
Depois de participar de uma manifestação de apoio ao isolamento vertical, e que também pediu o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro usou a internet para continuar os ataques ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na noite deste domingo, 19.
Ele fez uma transmissão ao vivo, em que aparece assistindo a uma entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) para jornalistas e blogs de direita. Na entrevista, Jefferson, que delatou o esquema do Mensalão e foi condenado a sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, diz que Maia fez um acordo com a esquerda para aprovar o impeachment do presidente.
Desde que a crise do coronavírus estourou, ao menos três pedidos de impeachment contra Bolsonaro foram apresentados na Câmara dos Deputados. Como presidente da Casa, cabe a Maia aceitar ou negar os procedimentos. Por enquanto, ele não deu nenhum sinal de que pretende levar os processos adiante. Em 17 de março, o parlamentar disse, em entrevista ao Valor, que o Congresso não deveria com um procedimento que pode aumentar a crise, como um processo de impeachment.
Na quinta-feira, 16, o presidente atacou Maia, ao dizer em entrevista à CNN que acha que a intenção do parlamentar é tirá-lo da Presidência. Em reação às críticas, Maia disse que não entraria numa disputa pública com Bolsonaro: “O presidente não vai ter ataques (de minha parte). Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores”, completou.
Segundo Jefferson, que hoje preside o PTB, o “golpe” de Maia tem duas partes. A primeira é realizar o impeachment, que ocorreria após perda de governabilidade do presidente. A segunda parte seria mudar a legislação para permitir que Maia se reeleja como presidente da Câmara. O mandato de Maia termina em 31 de janeiro de 2021, e ele não pode mais se reeleger. “Ele troca, com a esquerda, o impeachment pela reeleição. Ele dá à esquerda a admissibilidade do pedido de impeachment e depois eles votam a reeleição de Maia como presidente da Câmara”, disse Jefferson, na entrevista compartilhada por Bolsonaro.
Segundo Jefferson, Bolsonaro se negou a fazer um governo de “toma lá, dá cá” e por isso haveria uma “crise de abstinência” pela corrupção. O ex-parlamentar tem caído nas graças de aliados de Bolsonaro. Uma publicação de Jeffferson foi compartilhada por um dos filhos de presidente, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), neste domingo.
Na entrevista, feita pelo grupo bolsonarista República de Curitiba, Jefferson também fala sobre a entrevista concedida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Estado publicada nesse domingo, na qual o tucano afirma que o Brasil vive hoje um parlamentarismo branco e que há um governo compartilhado entre STF e Congresso. O grupo República de Curitiba era um dos que estavam por trás da convocação para ato de 15 de março que também pediu o fechamento do Supremo e do Congresso, como fizeram as manifestações deste domingo.
Jefferson ficou conhecido nacionalmente após delatar o esquema de compra de votos no Congresso Nacional no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, batizado pelo próprio Jefferson de “mensalão”.
ESTADÃO CONTEÚDO
“Vai acontecer uma tragédia nacional na saúde e na economia e ninguem sabe de nada”, diz Drauzio Varella
O médico Drauzio Varella corrigiu seu otimismo em relação a projeção do contágio do novo coronavírus.
Ele disse para a BBC:
“Eu, sinceramente, eu já fui otimista, sabe? Acho que no início todos nós fomos, o mundo foi otimista. E eu participei desse otimismo e me recrimino por isso hoje. Porque nós recebíamos as notícias da China e essas notícias eram muito ocasionais, e não davam ideia de como eram realmente a epidemia.”
Seu otimismo desapareceu:
“Eu acho que vai acontecer uma tragédia nacional, eu não tenho dúvida disso. Eu acho que nós vamos ter um número muito grande de mortes, vamos ter um impacto na economia enorme, vamos ter uma duração prolongada. Você vê que até hoje a gente não conseguiu definir a partir de quanto tempo nós podemos relaxar. Quanto tempo? Dois meses? Três meses? Seis meses? Ninguém sabe. Ninguém arrisca dizer por ter responsabilidade. Nós não sabemos. Isso é um vírus novo, nunca existiu uma situação como essa.”
O ANTAGONISTA