Arquivo diários:04/05/2020

Rodízio de pizza no depoimento de Moro à Polícia Federal


GUILHERME AMADO
Por volta das 21h, um entregador de pizza chegou à superintendência, a pedido dos delegados, para todo o grupo — conforme mostra o registro em foto e vídeo do repórter Eduardo Matysiak. Foram pedidas inicialmente oito pizzas.
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Meia hora depois, chegou um segundo motoqueiro com masi oito pizzas, no valor de R$ 261. Foram pedidas pelo delegado Maurício Moscardi Grillo.
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Além de Moro e de seu advogado, Rodrigo Rios, estavam na sala três procuradores, um escrivão e a delegada Cristiane Corrêa, chefe do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), que investiga pessoas com foro privilegiado, entre outros delegados.

Correa foi quem conduziu o inquérito.

Os procuradores eram João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.

Após críticas de Bolsonaro a Alexandre de Moraes, associação de juízes diz que ‘ofensas pessoais’ a magistrados são ‘inadmissíveis’

Alexandre Moraes e seu amigo Temer

O Globo/Marco Grillo
BRASÍLIA – Depois das críticas do presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quinta-feira, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) saíram em defesa do ministro Alexandre de Moraes. Em nota, a entidade afirmou que considera “inadmissível” que magistrados sofram “ofensas pessoais” em função de suas decisões.

Ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que Moraes tomou uma decisão “política” ao suspender a nomeação de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal e afirmou que o ministro foi indicado para a Corte porque mantinha “amizade” com o ex-presidente Michel Temer.

“É inadmissível que Magistrados, no exercício das funções constitucionais, dentro do seu poder de decidir com base em seu livre convencimento motivado, sejam alvos de ofensas pessoais”, diz a nota da Ajufe, que manifestou “total repúdio” às declarações de Bolsonaro. “O Poder Judiciário é um dos poderes da República, e é inadmissível que uma autoridade pública não reconheça esse princípio basilar ou queira se sobrepor a essa realidade constitucional”.

Natal tem décimo terceiro óbito em decorrência da Covid-19


A Secretaria Municipal de Saúde de Natal, SMS-NATAL, informa que neste sabado (02), foi confirmado o óbito da décima terceira vítima diagnosticada com a Covid-19, na capital potiguar.

A paciente, do sexo feminino, 56 anos, sem historico de comorbidades, buscou o serviço público em 26/04, sendo transferida para uma UTI pública no mesmo dia, evoluindo para óbito no dia 02/05.

A Prefeitura de Natal se solidariza com os familiares.

Moro amarelou na Polícia Federal


Revista Época
O depoimento do ex-ministro Sergio Moro à Polícia Federal reiterou e trouxe mais detalhes sobre a tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O depoimento resultou em 10 páginas redigidas e já enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Celso de Mello é relator do inquérito que apura as acusações do ex-ministro. Foi Celso de Mello quem autorizou as investigações.  Antes de remeter o depoimento à Corte, a delegada que conduziu a oitiva, Christiane Correa Machado, enviou uma cópia por e-mail na madrugada de domingo (3) para o ministro.

Segundo dois interlocutores que assistiram à oitiva, as novas conversas apresentadas são complementares às mensagens de WhatsApp já apresentadas ao Jornal Nacional, em que Bolsonaro sugere preocupação com o inquérito das fake news e em que a deputada Carla Zambeli propõe ao ministro uma vaga no STF em troca de aceitar a troca do comando da PF por um delegado amigo do presidente. Segundo as duas fontes, as prints já conhecidas são mais contundentes do que o material mostrado pelo ministro ao longo de toda a oitiva. Uma das fontes se referiu às novas mensagens como “água”, uma analogia ao fato de não serem tão robustas se comparadas ao que já foi mostrado. Segundo essas fontes, o ex-ministro não apresentou novas situações em que o presidente tenha se valido de seu cargo para investir contra a autonomia da pasta da Justiça.

Moro depôs na sala da superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Começou tenso, mas relaxou ao longo das nove horas em que permaneceu no local. Na mesa principal estava a delegada Christiane, chefe do Serviço de Inquérito Especiais do STF, ao centro. Ao seu lado, um escrivão e os delegados Igor Romário de Paula e Maurício Moscardi Grillo, ambos já conhecidos do ex-juiz por terem atuados na Lava-Jato, em Curitiba. Ao lado de Moro sentaram-se três advogados contratados por ele, liderados por Rodrigo Sanchez Rios, que já advogou para o ex-deputado Eduardo Cunha. Acomodados em outras mesas ficaram os procuradores enviados de Brasília, Antonio Morimoto, Hebert Reis Mesquita  e João Paulo Lordelo Guimarães Tavares.

Todas as perguntas eram feitas por Christiane e algumas delas eram complementadas pelos procuradores. A sala da superintendência da PF em Curitiba fica de frente para área onde os apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva montaram acampamento para fazer vigília para o petista no período em que ele esteve preso lá. No sábado, esse terreno foi tomado por apoiadores de Bolsonaro. Uma das fontes relatou que, durante todo o depoimento, os apoiadores gritavam palavras de ordem, usando megafone. “Traidor”, “vou te matar”, “vai tomar facada” eram algumas das ameaças entoadas, que deixaram todos na sala preocupados. Moro também externou preocupação com essa reação, mas nenhum agente foi deslocado ao protesto para interrogar os manifestantes.

Moro detalhou diálogos ocorridos no gabinete presidencial em que Bolsonaro o teria pressionado para que o então diretor da PF, Maurício Valeixo, fosse exonerado, e para ter acesso a relatórios produzidos pela corporação. Essas conversas não tinham testemunhas e não foram gravadas pelo ministro. Segundo o jornal O Globo, Moro também relatou uma reunião ministerial em que o presidente teria ameaçado demiti-lo caso ele não trocasse a direção da PF. Ela foi gravada em vídeo pelo Palácio do Planalto, segundo o ex-ministro.

Apesar da existência de um vídeo e das novas mensagens apresentadas pelo ex-ministro, uma das fontes ouvidas pela reportagem avaliou que tais provas, até o momento, terminam por corroborar apenas o que já foi dito pelo próprio presidente no pronunciamento feito logo após a demissão de Moro: que ele queria, sim, alguém de sua confiança na chefia da PF. Foram entregues mensagens trocadas durante os últimos 15 dias, já que o ministro tem por hábito apagar tudo de seu celular desde que foi hackeado, no ano passado. Técnicos da PF espelharam o aparelho do ministro na intenção de obter dados deletados.

De acordo com um policial, o depoimento de Moro foi longo em razão da dificuldade técnica em recuperar mensagens e também porque a oitiva não foi filmada, o que obrigou a Polícia Federal a transcrever em tempo real tudo o que era falado na sala. “Se estivéssemos filmando, esse depoimento teria uma hora e meia”, avaliou um dos presentes.

Apesar de ter levado advogados, Moro não os consultou em nenhum momento e seus defensores também não fizeram qualquer tipo de interferência. O ex-juiz deixou claro que só lançou mão da defesa particular depois das declarações do procurador-geral da República, Augusto Aras, em que ele pedia que fossem apurados possíveis crimes de calúnia e difamação cometidos pelo ex-juiz.

Em seu depoimento, Moro disse à PF que Bolsonaro ameaçou demiti-lo em reunião gravada em vídeo com outros ministros

Em seu depoimento prestado neste sábado, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou aos investigadores que o presidente Jair Bolsonaro ameaçou demiti-lo em uma reunião do conselho de ministros do governo federal caso Moro não concordasse com uma nova substituição do superintendente da Polícia Federal no Rio. Segundo Moro, essa reunião ocorreu em 22 de abril e foi gravada em vídeo pela própria Presidência da República, o que poderia comprovar suas acusações de que Bolsonaro tentou realizar interferências indevidas na PF.

Esse encontro do conselho de ministros ocorreu dois dias antes do pedido de demissão de Sergio Moro.

Na mesma reunião, Bolsonaro teria manifestado sua insatisfação com a falta de acesso a informações de inteligência da PF. Em seu depoimento, Moro afirmou que o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) discordou do presidente e disse que esses relatórios não poderiam ser fornecidos. Após a demissão dele, o próprio Bolsonaro havia afirmado que divulgaria o vídeo de sua última reunião com Moro como forma de comprovar que ele estaria falando a verdade, mas o presidente ainda não divulgou esse vídeo.

No depoimento, Moro afirmou à PF que caberia a Bolsonaro explicar as razões por trás das tentativas de interferência na PF e disse não saber os motivos. Ao prestar depoimento, Moro entregou seu celular para a PF extrair cópias das conversas relevantes para a investigação. O ex-ministro, entretanto, não guardava diálogos antigos, por ter receio de ser alvo de novos ataques hacker. Por isso, as conversas entregues por Moro se referiam apenas aos últimos 15 dias, quando ele já acumulava atritos com Bolsonaro e sofria pressão para demitir Valeixo.

O GLOBO

Coronavírus: Brasil passa dos 100 mil casos contabilizados; mortes por covid-19 são 7.025



BBC
Segundo informações deste domingo (3/5) do Ministério da Saúde, estão confirmados 101.147 casos, e o número de mortes por covid-19 chega a 7.025.

Foram 275 mortes nas últimas 24 horas.

A taxa de letalidade da doença (ou seja, a relação entre mortes por casos confirmados) é de 6,9%. Todos os Estados já têm óbitos confirmados.

Em número de casos confirmados, a maior parte está nos Estados de São Paulo (31.772), Rio de Janeiro (11.139) e Pernambuco (8.643).

Em número de óbitos, São Paulo já tem 2.627 mortos; no Rio, são 1.019 e o Ceará tem o terceiro maior número: 663.

O Amazonas, um dos Estados cujo sistema de saúde se encontra em situação mais crítica atualmente, tem 6.683 casos oficialmente contabilizados, com 548 mortes por covid-19.

Segundo o ministério, há 51.131 pacientes em acompanhamento; outros 42.991 estão recuperados da covid-19.

E 1.364 óbitos estão sob investigação.

Desde 19 de março, a pasta deixou de divulgar a quantidade de casos suspeitos e, dois dias depois, passou também a considerar que há casos de transmissão comunitária do vírus em todo o país.

A transmissão comunitária ocorre quando há casos em que não é mais possível identificar a cadeia de infecção. Isso significa que o vírus está circulando livremente na população. A situação é diferente de quando há apenas casos importados ou de transmissão local, em que é possível identificar a origem da infecção.