Arquivo diários:22/05/2020

Em reunião ministerial, Bolsonaro chama João Doria de “bosta” e Wilson Witzel: “Estrume do governador”

Rogério Marinho e seu líder João Doria considerado um “bosta” por Bolsonaro

Anita Efraim
Na reunião ministerial divulgada nesta sexta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaroofendeu os governadores de São Paulo, João Doria, e Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

Bolsonaro se referiu ao governador de São Paulo como “aquele bosta do governador de São Paulo” e o “estrume do governador do Rio de Janeiro”.
O presidente ainda atacou opositores e disse que o que eles querem são “as nossas hemorroidas, a nossa liberdade”.

Onde o Brasil vai parar? “Botava os vagabundos do STF na cadeia”, disse Weintraub

Celso de Mello apontou indícios de crime em conduta de Weintraub. Vídeo de reunião no Planalto foi liberado pelo ministro.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse durante a reunião de ministros do dia 22 que botava na cadeia todos os ministros do Supremo tribunal Federal. Ele disse ao presidente Jair Bolsonaro: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca. Era só isso presidente, eu … eu … realmente acho que toda essa discussão de ‘vamos fazer isso’, ‘vamos fazer aquilo’, ouvi muitos ministros que vi … chegaram, foram embora. Eu percebo que tem muita gente com agenda própria.”
O relator do inquérito no STF, ministro Celso de Mello, considerou que Weintraub cometeu possível crime.
O ministro começou sua fala afirmando que “tem três anos que, através do Onyx (Lorenzoni), eu conheci o presidente.” Weintraub havia acabado de ter um inquérito por suposto racuismo aberto pelo STF. Ele continua dizendo. “Nesses três anos eu não pedi uma única conselho, não tentei promover minha carreira. Me ferrei, na fisica. Ameaça de morte na universidade. E o que me fez, naquele momento, embarcar junto era a luta pela … pela liberdade. Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu tinha uma visão extremamente negativa de Brasília. Brasília é muito pior do que eu podia imaginar. ”

Weintraub continua com suas queixas afirmando que as pessoas perdem a percepçã, a empatia, a relação com o povo. “Se sentem inexpugnáveis. Eu tive o privilégio de ver a … a mais da metade aqui desse time chegar. Eu fui secretário-executivo do ministro Onyx. Eu acho que a gente tá perdendo um pouco desse espírito. A gente tá perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo tá gritando.”

Para Weintraub, o povo “não tá gritando pra ter mais Estado, pra ter mais projetos, pra ter mais .. . o povo tá gritando por liberdade, ponto. Eu acho que é isso que a gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. A ge … o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui”. È quando o ministro fala: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca. Era só isso presidente, eu … eu … realmente acho que toda essa discussão de “vamos fazer isso”, “vamos fazer aquilo”, ouvi muitos ministros que vi … chegaram, foram embora. Eu percebo que tem muita gente com agenda própria. Eu percebo que tem, assim, tem o jogo que é jogado aqui, mas eu não vim pra jogar o jogo.”

O ministro prossegue afirmando: “Eu vim aqui pra lutar. E eu luto e me ferro. Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de ética da presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar. A gente não tá sendo duro o bastante contra os privilégios, com o tamanho do Estado e é o … eu realmente tô aqui -~o aberto, como cês sabem disso, levo tiro … odeia … odeio o prutido comunista.”

O vídeo da reunião do dia 22 no Palácio do Planalto foi liberado nesta sexta-feira, dia 22, pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito que investiga a acusação de que o presidente Jair Bolsonaro teria interferido politicamente na Polícia Federal (PF) para nomear alguém de sua confiança para a direção da superintendência do órgão no Rio. A gravação é uma das principais provas do caso. Ela foi entregue pelo governo ao STF por ordem do decano do tribunal.

O trecho em que o ministro Weintraub pede a prisão dos ministros do Supremo é um dos mais polêmicos da reunião a ameaça a sobrevivência do ministro no Planalto. Mais conhecido por suas publicações nas redes sociais bolsonaristas do que por suas realizações a frente da pasta, Weintraub assumiu o cargo depois da queda de Ricardo Vélez Rodríguez, primeiro nomeado para o cargo por Bolsonaro. Desde então, protagonizou ofensas contra seguidores de suas redes sociais e contra estudantes que protestavam contra cortes no orçamento da Educação.

Em resposta à ameaça do general Heleno, ministro Celso de Mello manda divulgar o vídeo da reunião do Presidente Bolsonaro com ministros

URGENTE: CELSO DE MELLO LIBERA VÍDEO DE BOLSONARO NA ÍNTEGRA.

Por Renan Ramalho
O ministro Celso de Mello acaba de autorizar a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril em que Jair Bolsonaro teria ameaçado Sergio Moro de demissão pela recusa em trocar o comando da Polícia Federal.

“Determino o levantamento da nota de sigilo imposta em despacho por mim proferido no dia 08/05/2020 (Petição nº 29.860/2020), liberando integralmente, em consequência, tanto o conteúdo do vídeo da reunião ministerial de 22/04/2020, no Palácio do Planalto, quanto o teor da degravação referente a mencionado encontro de Ministros de Estado e de outras autoridades.”

A única restrição imposta foi a trechos específicos em que há referência a dois países com os quais o Brasil mantém relação diplomática.

Quem será desmoralizado: Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal ou a Constituição?

O Presidente da República é um servidor público igual aos demais, ele não está acima da Lei.
Caso exista suspeita sobre ele, os meios de investigações não podem sete restringidos.
Ameaça de ministro Militar as prerrogativas do Poder Judiciário é um atentado à democracia. Ato de desobediência às decisões do Poder Judiciário é crime, seja de quem for..

Apreender celular de Bolsonaro é “inconcebível”, diz Heleno

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirmou nesta sexta-feira considerar ‘inconcebível’ o pedido de apreensão do celular do presidente.
Tânia Monteiro

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou nesta sexta-feira, 22, considerar “inconcebível” o pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro e que, caso aceito, poderá ter “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.

A solicitação foi apresentada por parlamentares e partidos da oposição em notícia-crime levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que apura suposta interferência do presidente na Polícia Federal. Nesta sexta-feira, 22, o ministro Celso de Mello, relator do caso, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre assunto.

“O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, diz Heleno, em nota.