“Bacurau” já está na disputa por uma indicação a todas as categorias do Oscar 2021, com exceção de melhor filme internacional — no ano passado, foi preterido pela comissão responsável por definir o indicado brasileiro ao prêmio. A distribuidora americana Kino Lauber disponibilizou o longa-metragem dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhador do prêmio do júri do Festival de Cannes em 2019, na plataforma de exibição a que os membros da Academia têm acesso.
O anúncio foi feito pelo ator Silvero Pereira, que interpreta Lunga em “Bacurau”, em seu perfil no Twitter e confirmado ao GLOBO pela Kino Lauber.
A produção estreou em Nova York em 6 de março deste ano, antes de a pandemia determinar o fechamento das salas físicas. De acordo com as regras da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, são elegíveis ao Oscar as produções estrangeiras que ficaram em cartaz em Los Angeles durante ao menos uma semana do ano vigente — e desde que não tenha ficado entre os cinco finalistas da categoria de melhor produção internacional no ano anterior.
Assim, “Bacurau” pode concorrer a todas as categorias do maior prêmio de cinema do mundo. Em outubro, O GLOBO mostrou que a distribuidora americana já mirava, inclusive, na categoria de melhor filme, atenta à tendência da Academia de buscar mais diversidade para a festa.
Lançado no circuito brasileiro em agosto de 2019, “Bacurau” atraiu mais de 800 mil pagantes, além de conquistar inúmeros prêmios em festivais internacionais ao logo de todo o ano, após sua estreia em Cannes, em maio. O thriller sobre uma pequena comunidade no sertão brasileiro assombrada por fenômenos estranhos, que colocam em risco a sua própria existência, ganhou nova força a partir de sua estreia nos Estados Unidos e em praças importantes na Europa. Desde então, ele tem figurado na lista dos melhores filmes do ano — e, portanto, potenciais concorrentes ao Oscar — de muitas publicações, com os jornais “The New York Times” e “The Guardian”, as revistas “Vanity Fair” e “Esquire”, e o site de entretenimento “Indiewire”.
O GLOBO