Rede de Saúde privada de Salvador deve entrar em colapso antes do setor público, avalia secretário; Agora o SUS vai salvar os ricos


Por Matheus Simoni

O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, demonstrou preocupação com os índices de ocupação no setor de saúde privado da capital baiana. Segundo o gestor, o setor está 80% ocupado diante da pandemia de coronavírus, o que acende um “sinal amarelo”. No entanto, de acordo com Prates, o índice preocupa, mas não indica uma situação anterior a um colapso.

“Nos preocupa muito isso, há uma ocupação maior na rede privada do que na rede pública. Mantida a tendência de crescimento da rede privada, ela colapsaria, em tese, antes. E aí vários pacientes de planos de saúde e da rede privada teriam que migrar para a rede pública. Assim como temos acompanhando a superlotação em planos de saúde, há migração para sistema público. Acontece em determinados dias e não de forma contínua em alguns planos de saúde. Isso preocupa bastante”, disse, em entrevista a José Eduardo no Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole hoje (18).

“Salvador deve ter uma ocupação de 70% dos leitos clínicos neste momento. Não temos uma situação de pré-colapso ou de colapso, mas nos preocupa bastante. Há uma projeção inclusive para um colapso do sistema de saúde ainda neste mês de maio”, acrescentou.

Ainda segundo o secretário, a principal preocupação da prefeitura de Salvador em meio ao crescimento da contaminação por Covid-19 é nas áreas carentes da cidade. “Temos algumas localidades onde o IDH é baixo e há oito ou nove pessoas morando em uma residência de 30 m². A gente estudou sempre como vencer esse vírus nessas regiões, onde o isolamento é impossível. Se alguém se contamina e vai morar em uma casa como essa, é muito complexo. O governador sugeriu e acatamos prontamente, ele está desenvolvendo hotéis para contaminados. Foi aprovado na Assembleia nesta semana passada e será aprovado na Câmara, tenho certeza, o benefício de R$ 500 para quem se isolar nesses hotéis para se isolar e evitar uma proliferação mais forte. São áreas que nos preocupam muito”, declarou Léo Prates.

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