Por que Amazon e Magalu estão de olho na compra dos Correios

Jeff Bezos, executivo-chefe da Amazon. (Foto: AP Photo/Pablo Martinez Monsivais)

Marcus Couto

Nesta quarta-feira (16), o ministro das Comunicações, Fabio Faria, revelou que há cinco grupos interessados na compra dos Correios brasileiros. Entre eles, as redes de varejo Magazine Luiza, Amazon e Fedex (essas duas últimas estrangeiras).
O serviço postal nacional tem estado no centro de uma discussão sobre sua privatização, acelerada por uma greve de funcionários contra condições de trabalho precárias, e a criação de uma “casta” de supersalários no topo da empresa, composta por militares ligados ao atual presidente, o general Floriano Peixoto Vieira Neto.
Os Correios afirmam que as condições financeiras da empresa não permitem atender às reivindicações dos funcionários.

Paralelamente, o governo anunciou esforços para privatizar a empresa, e essa última revelação, dos nomes de grupos interessados, demonstra que os trabalhos se encontram em estágio avançado.

Mas por que empresas como Amazon e Magalu estariam interessadas nos Correios, considerando que a empresa vencedora terá que assumir o serviço de entregas postais, considerado decadente?

Posição de mercado pode ser a explicação mais direta. A Amazon, por exemplo, acaba de anunciar a abertura de ma quinto centro de distribuição em São Paulo – seu maior até agora – e garantiu que seus planos de expansão no país estão a todo vapor. Nesse contexto, assumir a operação dos Correios poderia garantir vantagens logísticas importantes para dar à empresa uma vantagem estratégica sobre as concorrentes.

E o mesmo vale para as outras empresas interessadas.

Em julho, o executivo-chefe da Amazon, Jeff Bezos, deu uma pista importante sobre essa estratégia em seu depoimento ao Congresso dos Estados Unidos. Questionado sobre os motivos para a aquisição de uma empresa, Bezos revelou que a obtenção de posição de mercado é um fator crucial para suas decisões, até mesmo em situações em que este seja o único motivo para abrir o bolso e seguir com o negócio.

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