O Instituto Lula contestou o teor da reportagem do jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira (8), sobre o lançamento do livroUma ovelha negra no poder, fruto de cem horas de relatos do ex-presidente do Uruguai José Mujica (2010-2015) a dois jornalistas uruguaios. Em um trecho sobre encontros entre Lula e Mujica, diz o jornal, o uruguaio “relata que, ao falarem sobre o escândalo do mensalão […] o petista lhe teria dito que aquela era ‘a única forma de governar o Brasil’”. Lula nega a informação e menciona que, mais tarde, o portal G1, das Organizações Globo, “desmente” o que foi publicado no impresso.
Em notícia publicada à tarde, o G1 registra o que foi dito por um dos autores do livro, o jornalista Andrés Danza, sobre o assunto. O portal perguntou aos jornalistas uruguaios se, ao falar sobre “a única forma de governar o Brasil”, Lula teria se referido especificamente ao mensalão. “Não. Lula estava falando sobre as ‘coisas imorais’ [praticadas durante seu mandato] e não sobre o mensalão. O que Lula transmitiu ao Mujica foi que é difícil governar o Brasil sem conviver com chantagens e ‘coisas imorais’”, respondeu Danza, por e-mail.
Lula reagiu à notícia tão logo ela foi veiculada no G1, com a declaração do jornalista. “Lamentamos que, uma vez mais, a imprensa brasileira se utilize de imprecisões para gerar interpretações equivocadas e divulgar mentiras”, reclama o Instituto Lula, em registro feito em seu site no final da tarde desta sexta-feira (8).
Como registra a reportagem impressa de O Globo, o Instituto Lula havia pedido, depois de procurado pelo jornal, “que as palavras de Mujica não fossem reproduzidas parcialmente”. O G1 lembra, como já fizera o jornal, que a conversa entre Lula e Mujica foi presenciada pelo ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori, a semanas da posse de Mujica como presidente, em 2010.
“No texto, antes de reproduzir o diálogo, os escritores relatam que, durante o mandato como presidente, Lula teve de enfrentar um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil, o mensalão”, explica o portal.
Leia aqui a reportagem do jornal O Globo e o registro do portal G1