Áudios e atas de reuniões do Conselho Administrativo da Petrobras mostram a ex-presidente da estatal Graça Foster admitindo que a empresa era “míope” diante da corrupção e que a Operação Lava Jato, que deflagrou esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro entre a companhia, partidos e empreiteiras, foi um “fato tenebroso”. As informações são do jornal O Globo.
Em um dos registros dessas reuniões, o conselheiro Silvio Sinedino, representante dos funcionários, disse que a simples criação de uma diretoria de governança, isto é, um controle interno na companhia, não resolveria os problemas. Também falou que só os “peões” eram alvo de investigação.
“Há governança na Petrobras. Ninguém pode dizer que não há. A governança hoje funciona para os peões. Se um operador de refinaria erra uma permissão de trabalho, é severamente punido. Já os diretores puderam comprar a refinaria de Pasadena sem EVTE (estudo de viabilidade técnica e econômica). (…) Governança existia. Só que só funciona para baixo”, questionou.