A realização de mais uma Marcha da Maconha neste sábado em São Paulo trouxe mais uma vez o debate sobre a descriminalização da droga. Qualquer cidadão pode se posicionar a favor ou contra a liberação do consumo da erva, mas o que assusta é a associação direta do consumo da maconha com a criminalidade, sendo que o que os ativistas querem – de uma vez por todas – é legalizar o comércio da maconha e tirar o controle da venda do produto das mãos dos bandidos.
Após ser publicada a reportagem sobre o início da marcha pelo Terra, alguns internautas começaram a tecer comentários sobre o assunto, chamando os ativista de “vagabundos”. “Trabalhar ninguém quer”, disse uma internauta, que provavelmente está de folga assim como a maioria dos brasileiros neste sábado.
Já outro ativista do Facebook defendeu atos de violência contra os manifestantes. “Tem é q descer a borracha nesses safados, a maioria dos crimes são cometidos por causa de drogas”. Segundo ele, é comum usuários de maconha invadir casa e assaltar pessoas para comprar a erva.
Muito provavelmente serei chamado de maconheiro por esta publicação, apesar de não fumar nenhum tipo de cigarro. Mas, o que importa? A internet está sempre pronta para julgar a todos e chamar qualquer um que protesta de vagabundo.
Uma mulher que se manifestou a favor da marcha foi prontamente hostilizada por outro internauta, que a chamou de “velha maconheira” e a acusou de dar “drogas para seus netos”.
Sério, está muito chato viver no Brasil. As pessoas não se preocupam em pensar e logo saem despejando ódio, desejando que todos sejam espancados apenas por emitir uma opinião.
O debate sobre a maconha é muito mais complexo do que se pensa. Alguns grupos defendem simplesmente o plantio para o consumo próprio, outros querem que a venda seja fiscalizada e controlada pelo governo, enfraquecendo o crime organizado que vive da venda da droga. Outra vertente luta pela regulamentação de componentes presentes na planta e que podem ser utilizados para o tratamento de doenças.