Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Câmara classifica a parceria entre os dois partidos como ‘modelo esgotado’ e disse que setores do PT ‘sabotam’ articulação política do vice-presidente Michel Temer
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o fim da aliança PT – PMDB, instituída ainda em 2002, durante a campanha que elegeu o ex-presidente Lula.
Cunha classificou a união entre as duas legendas como um “modelo esgotado”. “Este modelo PMDB com o PT está esgotado. Temos obrigação de dar sustentabilidade política para o governo dela [Dilma Rousseff]. Mas o PMDB vai buscar o seu caminho em 2018. Não vejo o PMDB de novo numa candidatura do PT”, disse o presidente da Câmara.
“O PMDB fez parte do processo de reeleição, faz parte do governo. Mas não é para dizer amém a tudo o que acontece. E o PMDB dificilmente repetirá a aliança com o PT em algum momento. Não repetirá”, pontuou Cunha.
Na entrevista, o presidente da Câmara disse que a articulação política do governo melhorou quando o vice-presidente, Michel Temer, assumiu a função. No entanto, ele ressaltou que os principais problemas na articulação política do governo atualmente são fruto de uma “tentativa de sabotagem do PT ao Temer”.
“É muito melhor [a articulação política com Michel Temer]. O que vejo aqui, pelo cheiro no corredor, é que há ainda problemas com a própria base e com o governo. Vejo nitidamente que há uma tentativa de sabotagem do PT ao Michel dentro da articulação. Não tenho dúvida nenhuma disso. E isso é um tiro no pé, porque a condição, quando levaram o Michel, era que, justamente, você não vai demitir o vice. Qualquer tentativa de sabotagem do Michel acabará em ruptura”, disse Cunha.