Arquivo diários:03/08/2015

Dilma tem 'plano B' para cargo de procurador-geral fora da lista tríplice

Estadão Conteúdo

Brasília – Os procuradores da República vão às urnas na quarta-feira, 5, para definir a lista com os três candidatos mais bem votados pelo Ministério Público ao cargo de procurador-geral da República. Embora o cenário previsto pelo governo seja de que o atual chefe da carreira, Rodrigo Janot, irá encabeçar a lista tríplice, o Planalto já trabalha com um “plano B” no caso de a recondução do procurador-geral ser barrada pelos senadores.

Interlocutores da presidente Dilma Rousseff adiantam que ela não nomeará, nesta hipótese, nenhum outro nome da lista tríplice. Segundo um ministro próximo à petista, a avaliação sobre eventual rejeição a Janot é de que a lista já estará “descaracterizada” caso o primeiro nome seja barrado pelos parlamentares, abrindo espaço para a indicação de um procurador que não teve o respaldo da categoria em eleições. Soam como nomes simpáticos ao Planalto o de alguns subprocuradores, como a vice de Janot, Ela Wiecko, e o vice-procurador-geral eleitoral Eugênio Aragão.

José Dirceu foi preso novamente

O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil do governo Lula) foi preso na manhã desta segunda-feira (3), em Brasília. Dirceu é alvo de prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato.

O ex-ministro está sob investigação por suposto recebimento de propinas disfarçadas na forma de consultorias, por meio de sua empresa JD assessoria, já desativada.

Dirceu cumpria prisão domiciliar por sua condenação no processo do mensalão.

Dilma prepara contraofensiva para recuperar popularidade

Em Brasília

Até o fim de agosto, o Congresso volta a trabalhar com uma pauta recheada de projetos que impactam as finanças federais, o Tribunal de Contas da União (TCU) analisa as “pedaladas fiscais” e uma série de manifestações pelo impeachment estão programadas para tomar as ruas do país.

O Planalto traçou para Dilma um roteiro de viagens e cerimônias para relembrar à população os programas bem-sucedidos de seu primeiro mandato, a exemplo do Minha Casa, Minha Vida e do Mais Médicos , além de usar os Jogos Olímpicos doRio de Janeiro como uma das vitrines de sua segunda gestão.

Nos próximos dias, Dilma faz um evento no Palácio do Planalto para comemorar os dois anos do Mais Médicos. Apesar de toda a polêmica envolvendo a vinda dos médicos cubanos para preencher vagas não requisitadas por brasileiros, o programa agradou à população, especialmente em locais em que o atendimento médico não chegava. Na quarta-feira (5), viaja ao Rio de Janeiro para um novo evento alusivo às Olimpíadas, marcando a contagem regressiva de um ano para a realização do evento.

Dilma deve começar também nos próximos dias um tour pelo Nordeste, tendo como ponto de partida uma visita ao Maranhão, governado por Flávio Dino (PC do B), um dos principais governadores na linha de defesa do mandato da presidente. Em seguida será a vez de Bahia e Ceará. Região em que a presidente obteve a maior parte de seus votos na reeleição, o Nordeste não resistiu à crise econômica e a consequente queda de popularidade da presidente. Hoje, a reprovação de Dilma na região ultrapassa os 70%.

Apesar disso, a avaliação dos assessores mais próximos de Dilma é que ali será mais fácil para a presidente criar uma agenda positiva. Estão no Nordeste as obras com maior impacto social e que podem lembrar à população as boas coisas do governo. Dilma pediu aos ministros um mapeamento completo das obras que devem ser entregues nas próximas semanas para que possa participar, sempre que possível, das inaugurações.

A intenção do Planalto é que a presidente amplie consideravelmente as viagens pelo Brasil. Ao jornal O Estado de S.Paulo, um auxiliar dela disse que Dilma “precisa” viajar mais, “olhar no olho do povo”, “repactuar a relação de amor com a população”.

Além das viagens, Dilma deve intensificar a presença nas redes sociais com a publicação de vídeos ao longo das próximas semanas. No primeiro, já divulgado, a presidente cumprimentou os atletas do Pan-Americano pelas medalhas conquistadas. Outros incluem uma fala sobre o programa de proteção do emprego e um terceiro, uma mensagem de otimismo com os rumos da economia. A ideia é que seja postado, em média, um vídeo por semana, para evitar a saturação da imagem da presidente.

Churrasco

Nesta segunda-feira (3), Dilma receberá líderes e presidentes da base aliada no Congresso, para um churrasco. A intenção é marcar uma reaproximação, ainda que complicada, com os parlamentares, em uma tentativa de evitar a ampliação das pautas-bomba e minimizar poder de persuasão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

A primeira estratégia, obter apoio dos Estados, teve sucesso. Na quinta-feira (30), depois de uma reunião de quase quatro horas, a única promessa dos governadores foi a de acionar suas bancadas para desarmar as bombas fiscais.

Na manhã desta segunda-feira, durante a reunião de coordenação política, a presidente vai cobrar de seus auxiliares atenção redobrada com a tramitação de matérias que tenham impacto nas contas públicas.

Com o fim do recesso parlamentar, o governo prepara suas armas para tentar barrar os avanços de temas que podem aumentar os gastos públicos, como o reajuste do Ministério Público, a criação de um piso nacional para policiais e bombeiros e a mudança no índice de atualização do FGTS.

Segundo um auxiliar palaciano, a eventual aprovação dessas matérias representaria uma perda ainda maior de prestígio da presidente, que já se viu obrigada a vetar o reajuste do Judiciário. Para pacificar a base aliada e evitar novas traições, o governo decidiu acelerar a liberação de emendas e a composição do segundo e terceiro escalões, que deve ser concluída em meados de agosto.

Justiça potiguar tem que responder o prefeito parlapatão, corregedoria tem que explicar

Sem duvidas nenhuma o fato mais impostante da semana foi a revelação feita pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves que consegue “engavetar” processo no Poder Judiciário do RN.

O prefeito colocou todos os membros do TJRN como suspeitos, agora temos que procurar saber com qual magistrado está o tal processo engavetado.

Veja como fica a situação dos magistrados que estão com processos que tem como parte a Prefeitura de Natal ou o prefeito Carlos Eduardo Alves.

O pai do prefeito de Natal, falecido deputado Agnelo Alves respondia cerca de 60 processos de improbidade administrativa, danos ao erário público, malversação de recursos públicos, falsidade ideológica e outros sem nunca ser condenado em segundo grau.

O judiciário potiguar ficou numa situação complicada. agora tem que acelerar todos os processos envolvendo o prefeito e a prefeitura, sob pena de ser acusado de receber influencia indevida.

O prefeito falou, cabe agora a Corregedoria de Justiça explicar.

Como um prefeito pode pedir para engavetar um processo?

 

FHC descarta diálogo e diz que é hora de a Justiça agir contra o governo

Em artigo publicado na imprensa este fim de semana, ex-presidente tucano afirma que petistas perderam a oportunidade de dialogar com a oposição e que o PT encarna o lobo que se veste de cordeiro para tentar salvar a própria pele

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) descartou a possibilidade de diálogo entre tucanos e petistas para o enfrentamento da crise política e econômica, ventilada nos bastidores por aliados da presidente Dilma Rousseff. Em artigo publicado nos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo neste domingo (2), FHC diz que a proposta chegou tardiamente e poderia ser vista como “conchavo” ou um “abraço de afogados”. Para ele, a hora não é mais de entendimento entre partidos políticos, mas de a Justiça agir contra o governo.

“Tardiamente, círculos petistas se lembraram de que talvez fosse oportuno conversar com os tucanos… Parece a história do abraço do afogado. Calma, minha gente, há tempo para tudo. Há hora de conversar, hora de agir e hora de rezar”, escreveu o ex-presidente. “Para dialogar, não adianta se vestir em pele de cordeiro. Fica a impressão de que o lobo quer apenas salvar a própria pele”, acrescentou.

O tucano disse que propôs a Dilma e ao ex-presidente Lula, em viagem para o funeral do líder sul-africano Nelson Mandela, em 2013, que as principais forças partidárias do país se unissem para fortalecer as instituições políticas e tirá-las da crise de desconfiança em que estão mergulhadas. A sugestão, no entanto, foi ignorada pelos petistas.

“Naquela ocasião, como em outras, a resposta do dirigente máximo do PT foi ora de descaso, ora de reiteração do confronto, pela repetição do refrão autorreferente de que antes dele tudo era pior. Para embasar tal despautério, o mesmo senhor, no afã de iludir, usou e abusou de comparações indevidas”, escreveu o tucano, em alusão a Lula.

Para o ex-presidente, o governo perdeu ali a oportunidade de dialogar com a oposição. “A hora para agir já não é mais, de imediato, do Congresso e dos partidos, mas, sim, da Justiça. Essa constatação não implica dizer um não intransigente ao diálogo. Decidam a Justiça, o TCU e o Congresso o que decidirem, continuaremos a ter uma Constituição democrática a nos reger e a premência em reinventar nosso futuro”, defendeu.

FHC disse que Lula não precisa de intermediários para conversar com ele, mas condicionou um eventual contato entre os dois à discussão de uma “agenda de interesse nacional e pública”. “Por que isso? Porque não terá legitimidade qualquer conversa que cheire a conchavo ou, pior, que permita a suspeita de que se deseja evitar a continuidade nas investigações em marcha, ou que seja percebida como uma manobra para desviar a atenção do país do foco principal, a apuração de responsabilidades.”

Segundo o tucano, o PT precisa fazer mea culpa por ter se apresentado sempre como “única voz legítima a defender o interesse do povo. Essa postura, segundo ele, acentuou a divisão entre “nós” e “eles” em todo o país. “Tomara que as aflições pelas quais passam o PT e seus aliados lhes sirvam de lição e os afastem da arrogância e do contínuo desprezo pelos adversários, até agora tratados como inimigos”, afirmou.

Em entrevista à revista alemã de economia Capital, publicada na edição deste sábado (1º), o tucano afirmou que Dilma é uma “pessoa honrada” e não está envolvida com o esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Ele atribuiu a Lula a responsabilidade política pelo petrolão. “Os escândalos começaram no governo dele [Lula]. Tudo começou bem antes, em 2004, com o Lula, com o escândalo do mensalão”, disse FHC.

Leia a íntegra do artigo de Fernando Henrique publicado no Estadão