ZURIQUE (Reuters) – O presidente da Fifa, que está de saída, Joseph Blatter, tem sido tratado de forma injusta em relação ao escândalo de corrupção que envolve a federação mundial de futebol, disse o chefe do comitê de reforma da entidade a um jornal suíço.
Em maio, promotores dos Estados Unidos indiciaram nove dirigentes do esporte, a maioria deles com cargo na Fifa, e cinco executivos da área de marketing e transmissão esportiva, por suposta fraude, lavagem de dinheiro e extorsão.
Promotores suíços e norte-americanos estão examinando se houve irregularidades na concessão do direito para sediar a Copa do Mundo de 2018 na Rússia e o torneio de 2022 no Catar.
Blatter, que decidiu deixar a presidência dias após de ser eleito para um quinto mandato consecutivo, tem sido atacado pelo fato de a Fifa não ter reprimido antes a corrupção.
A eleição do seu sucessor está prevista para um congresso extraordinário no dia 26 de fevereiro.
“Há algo de injusto sobre a maneira como ele vem sendo tratado”, disse François Carrard, segundo o jornal Le Matin Diamanche, em entrevista publicada neste domingo.
“Digo isso com toda a independência. Estamos queimando-o. Certamente ele cometeu erros, mas ele também trouxe elementos positivos. Infelizmente, é sempre assim quando alguém fica por tanto tempo, o negativo se sobressai.”
Carrard, ex-diretor-geral do Comitê Olímpico Internacional, foi nomeado neste mês presidente do comitê de reforma da Fifa.
(Reportagem de Joshua Franklin)