Em pedido de prisão de marqueteiro do PT, Sérgio Moro diz não haver indícios de que pagamentos de campanhas eleitorais petistas para Santana estejam “revestidos de ilegalidades”
A Polícia Federal concluiu em relatório que não há evidências de irregularidade em pagamentos do Partido dos Trabalhadores pelos serviços do publicitário João Santana nas campanhas da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014; do ex-presidente Lula, em 2006; e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, 2012. Um dos mais renomados marqueteiros de campanha eleitoral do país, Santana teve prisão decretada nesta segunda-feira (22) pelo juiz federal Sérgio Moro, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato – batizada de “Acarajé”, a etapa executou mais de 50 mandados de prisão, busca e apreensão.
Os registros sobre a inexistência de indícios de irregularidade foram mencionados por Moro no despacho de prisão de Santana e de sua mulher, Mônica Moura. Por estar no exterior, João Santana ainda não foi detido.
No despacho que determina a prisão dos investigados, Sérgio Moro ressalta que ao menos os valores apontados no relatório da PF referentes às campanhas petistas, “ao que tudo indica”, foram declarados ao Fisco. “Os valores referentes aos pagamentos pelo préstimo de serviços de João Santana e Mônica Moura para as campanhas eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva (2006), Fernando Haddad (2012) e da atual presidente da República Dilma Rousseff (2010 e 2014) totalizam R$ 171.552.185,00. Não há, e isto deve ser ressaltado, indícios de que tais pagamentos [para as campanhas eleitorais] estejam revestidos de ilegalidades”, registra o juiz, com base nas anotações dos delegados da PF.
O casal é investigado pelo recebimento de cerca de US$ 7,5 milhões em contas bancárias no exterior, sem a devida declaração à Receita Federal, por meio de empresa offshore controlada pela empreiteira Odebrecht, um dos grupos empresariais que estão no centro do esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a PF, o dinheiro pode ser fruto de propina paga a partir de fraude em contratos com a estatal.
Fonte: Congresso em Foco