Dilma é hostilizada com gritos e rojões em almoço em Campinas

Grupo contrários à presidente afastada, Dilma Rousseff, na frente do condomínio residencial onde ela almoçou

Fabiana Marchezi
Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

A presidente afastada, Dilma Rousseff, foi recebida com buzinaços, panelaços, rojões e gritos de “fora, Dilma” e “fora, PT” por moradores de um condomínio do bairro Alto das Palmeiras, em Campinas (SP), onde ela almoçou nesta quinta-feira (9) com cientistas e intelectuais na casa do professor e físico Rogério Cerqueira Leite, diretor do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materias).

O CNPEM abriga as obras do projeto Sirius, novo acelerador de partículas brasileiro que está sendo construído pelo Laboratório Sincrotron.

A visita ao projeto Sirius durou cerca de uma hora. Lá, ela foi recebida com aplausos e rosas por manifestantes que a apoiam e pelo funcionário do centro. Distribuiu abraços e sorrisos, mas não falou com a imprensa.

Sob forte esquema de segurança, Dilma seguiu para o almoço, onde mais uma vez, na porta no condomínio, era aguarda por manifestantes. Desta vez, manifestantes contrários e favoráveis à presidente ocuparam quase o mesmo espaço. Não houve conflitos, apenas alguns xingamentos.

“Eu gosto muito dela. Acho uma injustiça o que está acontecendo. É um golpe”, disse Dagmar Canguço

Na porta da casa onde ela almoçou, moradores do condomínio se aglomeraram para buzinar, bater panelas e gritar contra ela. A empresária Rosicler Segura, 57, contrária ao governo Dilma, esperava a saída de presidente da casa. “Ela não tem que ter lugar aqui e em nenhum lugar. O PT acabou com o país”, disse.

Do outro lado da rua, a aposentada Dagmar Canguço, 90, era a única que apoiava a presidente e estava ali esperando para ao menos acenar para à presidente. Ela é uma das primeiras moradoras do condomínio, fundado há 15 anos, e estava muito emocionada com a presença da presidente.