É possível e provável que políticos acabem com a Lava Jato, diz procurador preparando o povo para o abafa
Em entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, disse ser “possível e até provável” que as investigações do maior escândalo de corrupção do país acabem. “Quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República”, afirmou.
Setores dos movimentos pró-Dilma dizem que a Operação Lava Jato foi uma ação com participação de setores do Ministério Público e judiciário para derrubar a presidente Dilma. Pessoas ligadas ao judiciário garantem que Dilma sendo cassada pelo Senado a operação Lava Jato será desativada.
Confira a resposta do procurador ao jornal Estado de São Paulo:
Pergunta do Estadão – É possível um governo ou o Congresso pôr fim à Lava Jato?
Dallagnol – É, sim, possível e até provável, pois quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República. À medida que as investigações avançam em direção a políticos importantes de diversos partidos, a tendência é de que os que têm culpa no cartório se unam para se proteger. É o que se percebe nos recentes áudios que vieram a público. Neles, os interlocutores dizem que alertaram diversos outros políticos quanto ao perigo do avanço da Lava Jato. É feita também a aposta num “pacto nacional” que, conforme também se extrai dos áudios, tinha como objetivo principal acabar com a Lava Jato.
Não podemos compactuar com a generalização de que políticos são ladrões, porque ela pune os honestos pelos erros dos corruptos e desestimula pessoas de bem a entrarem na política. Contamos com a proteção de políticos comprometidos com o interesse público, mas não podemos menosprezar o poder das lideranças que estão sendo investigadas.