Garotas de 14 e 15 anos ‘inventaram’ estupro coletivo, diz polícia de MG

Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

Um estupro coletivo inventado por duas adolescentes. Essa é a conclusão da Polícia Civil de Minas Gerais sobre uma denúncia de crime sexual feita pela mãe de uma menina da cidade de Machado (a 378 km de Belo Horizonte). Duas garotas, de 14 e 15 anos, alegaram que foram dopadas e estupradas por mais de 20 homens no último final de semana (18 e 19 de junho).

Em anúncio feito nesta segunda-feira (27), a polícia informa que “resolveu o caso descobrindo que a história foi toda inventada pelas adolescentes”. Em um segundo depoimento, na semana passada, as duas teriam confessado a farsa, segundo o delegado Juliano Lago.

As garotas chegaram a listar para a polícia o nome de 24 pessoas como responsáveis pelo crime, seis jovens chegaram a ser detidos por causa da denúncia e ainda houve um tiroteio nas buscas pelos suspeitos.

“Em um primeiro momento, as jovens alegaram terem sido estupradas por 24 homens durante uma festa. Na sequência, seis dos apontados como responsáveis, todos menores, foram apreendidos e interrogados. Todos eles disseram que uma delas teria mantido relação sexual consensual com três deles”, disse o delegado.

Após conversar com os garotos, Lago diz que percebeu incoerências nos depoimentos das meninas. “Como os depoimentos deles foram bastante coerentes, resolvemos confrontar as supostas vítimas com as informações e elas acabaram confessando que o estupro coletivo não aconteceu. Era tudo mentira.”

Segundo o delegado, exames periciais colhidos nas jovens também acabaram por fortalecer os indícios de que a denúncia foi “inventada”. Apesar dos sinais de relação sexual recente em uma das garotas, não havia marcas de lesões corporais.

A motivação da mentira, no entanto, surpreendeu os policiais. “As adolescentes confessaram que têm amigos em uma gangue da cidade. Teriam criado a história na tentativa de incriminar membros de uma gangue rival.”

As supostas atividades criminosas desses grupos são alvos de investigações da Polícia Civil. Entre os crimes estão homicídio e tráfico de drogas. Por conta disso, os seis menores permanecerão apreendidos.