Daniel Menezes
O Tribunal de Justiça do RN, conforme o Conselho Nacional de Justiça, é o mais caro do nordeste e, ao mesmo tempo, o mais ineficiente. Foi diante de uma montanha de dinheiro repassada todos os anos para o poder judiciário, que o mesmo fez um caixa de R$ 500 milhões, mesmo com toda a crise fiscal no Brasil e nas terras de poti.
Em apenas três estados este dinheiro não vem sendo devolvido aos cofres do governo estadual, para ser devidamente executado por quem foi eleito e tem legitimidade para tanto. O RN está na lista pequenina, perversa e mantenedora de um absurdo. É, portanto, um ponto fora da curva.
Apesar de não agir como verdadeiramente deveria, fazendo retornar cada centavo dos R$ 500 milhões a serem destinados aos funcionários públicos, usuários de unidades de saúde e delegacias, o desembargador Cláudio Santos, hoje presidente do TJ, disse que iria remeter R$ 100 milhões para abastecer hospitais públicos, manter UTIs neonatais e melhorar a questão da segurança pública.
E o que faz a Associação dos Magistrados do RN? Luta para que nem isso aconteça, a partir de uma representação no Conselho Nacional de Justiça contra Cláudio Santos. A Amarn acha pouco ficar deitada em R$ 400 milhões de reais. Quer o colchão custeado pelo contribuinte com todos os R$ 500 milhões. Deus sabe por qual razão efetiva.
Classe cheia de regalias, privilégios e outros penduricalhos, gente que não gosta de entrar na fila de precatório como todo e qualquer mortal, mas sabe receber um acintoso auxílio paletó; quer agora também segurar o dinheiro do povo do Rio Grande do Norte em um momento em que este precisa da seguridade dos serviços estatais e enfrenta uma crise de perda de receita que já é histórica. Os servidores com salários atrasados também não sensibilizam a AMARN. Ao contrário: seus representantes entendem que não tem nada a ver com a situação.
Coisa tenebrosa, pois são esses que estão em confortáveis comarcas, sendo muito bem remunerados para decidir o futuro dos que acessam à justiça. Tal comportamento deplorável e sintomático ajuda a explicar a constante falta de respeito praticada por estes senhores em suas jurisdições contra advogados, partes reclamantes e reclamadas.
Em suma, não há como sofismar – o dado posto é que a toga potiguar se lixa para o que acontece no nosso Estado. Mais. Toda vez em que eles se movem a totalidade da sociedade civil organizada deve ficar atenta. Eles são o corporativismo elevado até a enésima potência. Nada que ultrapasse o próprio umbigo comove os remanescentes da nobreza estatal. Enquanto houver capitulação diante dos interesses da Amarn, o RN não terá desenvolvimento, sossego e prosperidade. Alguém duvida?