Isadora Peron
Implicado nas delações da Odebrecht e da JBS, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações e presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab, submergiu na crise que desestabilizou o presidente Michel Temer e adotou estratégia de sobrevivência política semelhante à usada no processo de impeachment da petista Dilma Rousseff, quando também era ministro: fazer vista grossa para parlamentares do partido que começam a se insurgir contra o governo.
Foi essa mesma atitude que fez com que Kassab fosse o último ministro a desembarcar do governo Dilma. Ele resistiu o quanto pode à pressão das bancadas e só deixou o cargo três dias antes da votação do afastamento da petista no plenário da Câmara.
Agora, também resiste ao movimento de parte de seus correligionários, que contestam as reformas e, nos bastidores, criticam a permanência de Temer no cargo.