A escolhida de Michel Temer para assumir a Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge, foi seguida nesta quinta-feira por pessoas ligadas ao Ministério Público Federal (MPF). Segunda colocada na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), ela é desafeta do atual procurador Rodrigo Janot – a informação é do colunista da Rádio BandNews FM Reinaldo Azevedo.
De acordo com Azevedo, na quarta-feira – dia em que o porta-voz da Presidência anunciou a indicação de Raquel Dodge ao cargo de procuradora-geral – um grupo ligado a Janot fazia a revisão de um mandado de segurança ao STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido, em caráter liminar, tinha como objetivo impedir Temer de indicar o sucessor da PGR.
O argumento do grupo era de que o presidente não poderia indicar a chefe do órgão que o denuncia. O pedido, porém, não foi protocolado no STF porque a Presidência anunciou a indicação no momento em que a petição passava pela revisão final.O jornalista também apurou que Janot enviou emissários ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), pedindo que o parlamentar adiasse – por quanto tempo fosse possível – a sabatina de Raquel Dodge na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para o dia 12 de julho. “Pretexto? O de sempre: sabatinar a indicada nos próximos dias concorreria para enfraquecer Janot e, consequentemente, a Lava Jato. Eunício ouviu, mas não cedeu”, diz Azevedo.
Reinaldo Azevedo ainda informa que uma “central clandestina” de espionagem estaria sendo desmontada às pressas. Ela existiria em uma mansão no Lago Sul, em Brasília, equipada com o sistema guardião – um super-aparelho de escuta telefônica destinado a órgãos policiais de inteligência.