RIO – O ex-governador Anthony Garotinho (PRP), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, afirmou nesta segunda-feira (11) que o Estado precisa de um fundo federal de ajuda financeira permanente para resolver as contas públicas de forma definitiva.
Ele defendeu durante sabatina promovida pela “Folha de S.Paulo”, UOL e SBT que a União assuma as folhas de pagamentos das polícias e Judiciário fluminenses, assim como faz com Brasília. Segundo o ex-governador, trata-se de uma forma de compensar a saída da capital federal do Rio de Janeiro, em 1960.
“Tem que colocar na Constituição que o Rio de Janeiro precisa ser reparado por isso. É impossível o melhor governador do mundo resolver o problema estrutural do Estado”, afirmou ele.
O pré-candidato também mencionou uma “federalização completa” na segurança pública, embora discorde que o planejamento no setor seja entregue ao governo federal. “O Exército tem um papel fundamental no Rio”, disse ele.
Preso três vezes no último ano em razão de processos na Justiça eleitoral, Garotinho tem uma das ações penais contra ele pronta para ser julgada no Tribunal Regional Federal (TRE), mas o processo está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Os motivos da minha prisão são bem diferente da do Sérgio Cabral. Ninguém está me acusando de roubar nada. A questão envolvendo a minha prisão é política. Não tenho nenhuma acusação de Lava-Jato. Os meus casos são da Justiça eleitoral de Campos”, disse.
Garotinho voltou a atacar os antigos aliados Sérgio Cabral, Jorge Picciani e Paulo Melo, todos do MDB e presos pela Lava-Jato do Rio. Fez críticas também ao prefeito Marcelo Crivella (PRB) que, segundo ele, está permitindo a entrada do MDB em sua administração.
“Você olha o governo do Crivella, percebe que as mãos do PMDB vão se entranhando, entrando, tomando conta, sendo dominado pela máquina do PMDB”, afirmou ele.
Garotinho disse, porém, que o estilo conflituoso nos últimos anos não o impede de se articular nacionalmente em favor do Estado.
“O [ex-presidente] Fernando Henrique não conseguiu renegociar a dívida do Estado com o Marcello Alencar, que era do partido dele, mas conseguiu comigo. […] Pelo meu jeito de ser, tem quem goste e quem não goste. Não sou um político de ficar indiferente. Brigas acontecem. Algumas [relações] são refeitas, outras não”, afirmou.