Embraer fecha acordos para venda de 300 jatos

Resultado de imagem para E195-E2Por João José Oliveira | Valor

SÃO PAULO  –   A Embraer anunciou nesta semana acordos que elevaram em 300 jatos a quantidade de aviões que a fabricante pode acrescentar à carteira de pedidos da companhia, em novos negócios que podem somar US$ 15 bilhões se somadas vendas, opções e cartas de intenção assinados apenas na segunda-feira e terça-feira.

No fim do primeiro trimestre — últimos dados públicos de balanço –, a Embraer tinha 421 pedidos firmes e 487 opções de compra na carteira de encomendas, em negócios da ordem de US$ 19,5 bilhões.

Os negócios foram divulgados na feira de aviação Farnborough, na Inglaterra, primeiro grande evento da indústria aeronáutica após a Embraer revelar os detalhes da parceria com a Boeing para criação da joint-venture que vai cuidar de jatos comerciais.

A joint-venture, que será 80% controlada pela Boeing e 20% pertencente à Embraer, terá como principal rival a Airbus, que concretizou em junho a compra da área de jatos regionais da canadense Bombardier.

Essas alianças — a americana-brasileira e a europeia-canadense — disputam o mercado de jatos menores, para até 160 passageiros, um mercado que vai gerar US$ 600 bilhões em encomendas para 10,6 mil novos aviões em 20 anos, segundo a Embraer.

Atualmente, a brasileira responde por 60% desse mercado, mas a Airbus anunciou que quer chegar a 50% de participação no segmento com os rebatizados A220, os antigos CSeries da Bombardier.

Após anunciar na segunda-feira a venda de 25 aviões do modelo E-175 para a United Airlines, a Embraer começou a terça-feira revelando acordo com a brasileira Azul, para 21 aeronaves por US$ 1,3 bilhão em novas encomendas.

Depois, anunciou a venda para a companhia aérea regional americana Republic Airways de 100 jatos E175, além de direitos de compra para outros 100 jatos E175 adicionais, em valor estimado de US$ 9,3 bilhões nos atuais preços de lista.

A Embraer também assinou acordo com a Wataniya Airways, do Kuwait, para dez jatos E195-E2, além de 10 direitos de compra para o mesmo modelo, elevando o pedido potencial total para 20 aeronaves — um pedido de US$ 1,3 bilhão, com entregas que começam em 2020.

A fabricante também assinou com a Mauritania Airlines a venda de dois jatos E175, em contrato tem um valor de US$ 93,8 milhões, além de carta de intenção com um cliente não divulgado da Espanha, para a venda de até cinco jatos E195-E2 em acordo de US$ 342 milhões.

Em uma venda relevante para a empresa na Europa, a Embraer assinou com a suíça Helvetic Airways a venda de 12 aeronaves E190-E2, com direito de compra de mais 12 jatos em acordo de valor estimado em US$ 1,5 bilhão.

No fim do dia, a Embraer anunciou carta de intenção com a Nordic Aviation Capital (NAC) para três aeronaves E190, em contrato de US$ 156 milhões.

Os acordos da Embraer aparecem como contra-ataque após a Airbus ter revelado vendas somadas de 120 jatos do modelo A220 para duas companhias aéreas regionais dos Estados Unidos, em negócios que somam cerca de US$ 11 bilhões a preços de tabela, antes dos descontos tradicionais nesse tipo de transação.

Depois de anunciar semana passada a venda de 60 jatos A220 para a JetBlue, quinta maior companhia aérea dos Estados Unidos — que vai trocar aviões da Embraer pelos modelos criados pela Bombardier –, a Airbus revelou nesta terça-feira a encomenda para mais 60 aviões do mesmo tipo pela mais nova companhia aérea que o empresário David Neeleman, dono da Azul no Brasil, está lançando nos Estados Unidos.