Após encontrar indícios de privilégios nas celas do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do ex-senador Luiz Estevão, a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal determinou a transferência dos dois para o bloco de segurança máxima da Papuda, onde estão presos. Em revista na cela, a Polícia Civil encontrou chocolate, tesoura e cinco pen drives com o ex-senador.
Na decisão, a juíza Leila Cury afirma que há indícios de que Luiz Estevão esteja exercendo “liderança negativa”, após ter sido flagrado duas vezes com objetos proibidos. Foram encontrados 25 itens na cela de Luiz Estevão e dois itens na cela de Geddel.
“Há indícios de que ele vem exercendo liderança negativa no ambiente em que atualmente está recolhido, pois ele já foi flagrado, pelo menos duas vezes, na posse de objetos proibidos, tudo estando a indicar que, se não for imediatamente realocado em outro local, além de dificultar a efetiva apuração dos fatos, pode vir a conseguir novamente outros privilégios”, disse a juíza.
A juíza destacou ainda que os indícios da prática de falta disciplinar desclassificaram Luiz Estevão do trabalho interno que vinha desempenhando, por quebra de confiança. “Não se pode afirmar que Luiz Estevão seja ‘o dono da cadeia’ [como afirma a Polícia], porque não há prova do descontrole total do Estado ou vácuo de Poder”, concluiu a juíza.
Em nota, a defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima afirmou que a decisão é confusa, contraditória e sem fundamento. “Sob o pretexto de supostamente garantir a proteção à integridade física do senhor Geddel Vieira Lima, a decisão acaba por lhe aplicar regime de cumprimento de prisão preventiva de gravidade assemelhada ao regime disciplinar diferenciado, em clara inobservância aos regramentos do Código de Processo Penal e Lei de Execução Penal”, afirma advogado Gammil Föpel, que vai recorrer da decisão.