BRASÍLIA – Um dia após celebrar o apoio do centrão à sua pré-candidatura ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSDB) se tornou alvo da primeira ameaça de deserção. O deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade, foi pressionado por sindicalistas a discutir uma alternativa à aliança com o tucano e retomou as negociações com Ciro Gomes (PDT), que também disputa a sucessão de Michel Temer.
Os líderes sindicais, que compõem a base do Solidariedade, reclamam dos termos fechados nesta quinta (19) pelo chamado Centrão, que reúne as legendas DEM, PP, PR, PRB e SD, para apoiar Alckmin e fizeram com que Paulinho reabrisse as conversas com o PDT. A proposta, vista com ceticismo tanto por auxiliares de Ciro como de Alckmin, é que, se o ex-governador do Ceará conseguir atrair PSB e PCdoB, o Solidariedade poderia mudar de lado e se somar a eles.
O objetivo de Paulinho é que o tucano flexibilize seu discurso quanto à reforma trabalhista. Alckmin é favorável à nova lei, que excluiu o imposto sindical, mas se comprometeu com o Centrão a rever novas formas de financiamento para entidades. Ciro, por sua vez, é favorável à revogação da reforma trabalhista, o que agrada às centrais sindicais.