Arquivo diários:28/01/2019

Damares exibe mãos sujas de sangue em vídeo contra lei de atendimento a vítimas de violência sexual no SUS


CONGRESSO EM FOCO
Vídeo foi gravado em 2013 e fazia parte de campanha contra sanção de projeto de lei que garantia atendimento médico a vítimas de violência sexual no SUSReproduçãoReprodução
Viralizou nas redes sociais um vídeo gravado em 2013 em que a hoje ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, exibe mãos sujas de tinta vermelha, em alusão a sangue, e as esfrega em uma camiseta branca. O vídeo fez parte da campanha antiaborto “Não quero sangue inocente em minhas mãos”, criada com o objetivo de pressionar a então presidente Dilma Rousseff a vetar o Projeto de Lei Complementar 3/2013, que tornou obrigatório o atendimento imediato a vítimas de violência sexual no SUS. Os defensores do veto alegavam que a garantia do atendimento, nesses casos, tornaria o aborto legal no país.

Veja o vídeo:

 

A campanha não teve êxito e a lei foi sancionada sem vetos. De acordo com a norma, o atendimento a vítimas de violência deve incluir o diagnóstico e tratamento de lesões, a realização de exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. A lei também determina a preservação do material coletado no exame médico-legal. “O país está diante de uma escolha: bênção ou maldição! Não se esqueçam, o sangue dessas crianças irá clamar a Deus desde a terra como clamou o sangue de Abel”, destacaram os defensores do veto em manifesto divulgado na época.

Quando o vídeo foi gravado, Damares era assessora parlamentar do deputado Arolde de Oliveira (PSD-RJ), que será empossado senador no próximo dia 1º. Em nota, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos afirmou que “não trabalhará por alterações na legislação relacionada ao aborto por entender que o tema é de competência do Congresso Nacional”.

Missionários, cristãos, “antifeministas”: como é o novo Ministério de Direitos Humanos comandado por Damares Alves

Desde que foi anunciada como ministra, Damares virou alvo de diversas polêmicas, muitas delas suscitadas por vídeos antigos em que aparece em pregações religiosas, condenando relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo e o aborto, entre outras práticas. Na semana passada, uma gravação dela foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter na Holanda. No vídeo, antigo, ela diz a seguidores religiosos que holandeses costumam estimular sexualmente as crianças.

Veja a justificativa para a criação do grupo, conforme registro feito por seus coordenadores no Facebook na ocasião:

“Esse movimento foi criado para contrapor a ação do Congresso brasileiro que aprovou na última semana um projeto de lei que pode levar à morte centenas de crianças nos próximos anos. O Brasil está a um passo da legalização do aborto e só depende de você a aprovação ou não deste projeto. Para que entre em vigor, a presidente Dilma deverá sancioná-lo. Por isso, urge a sua manifestação de forma contundente para que o chefe desta nação vete todos os artigos desta infame artimanha que põe em risco o direito mais elementar do ser humano: a vida. O país está diante de uma escolha: bênção ou maldição! Não se esqueçam, o sangue dessas crianças irá clamar a Deus desde a terra como clamou o sangue de Abel (Gn 4, 10).

O primeiro de todos os direitos naturais do homem é o de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, caput, ao garantir a inviolabilidade do direito à vida, vedando distinções de qualquer natureza, acabou por protegê-la em seu mais amplo espectro, açambarcando suas dimensões extra e intrauterina.

O artigo 4º, item 1, da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, promulgado pelo Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992, cujo status é de supralegalidade, nos termos do Recurso Extraordinário nº 466.343/SP, reza que toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida, direito este que deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção, sendo que ninguém poderá dela ser privado arbitrariamente.

Reconhecemos o nascituro como pessoa e o art. 2º do Código Civil Brasileiro o considera como sujeito de direitos.

Todas as pessoas naturais, inclusive os nascituros, são titulares do direito à vida, ao respeito, à proteção e promoção de sua dignidade.

Legitimar o aborto, em qualquer período da gestação, é desumanizar o humano, para, tornando-o uma coisa, não haver qualquer óbice para o seu extermínio.

A norma penal, portanto, que criminaliza o aborto desde à concepção, visa à proteção de valores humanistas e constitucionais, não havendo razão para relativizá-la durante as doze primeiras semanas de gravidez, fato este que golpearia de morte o ordenamento jurídico hodierno.

Reconhece-se, entretanto, que a pena a ser aplicada deve ter fim educativo e que a família, a sociedade e o Estado são responsáveis por dissipar a ignorância que é fator responsável por muitas aflições e misérias que visitam a criatura humana, ensejando toda sorte de crimes, entre eles o aborto.”

Após 7 horas de cirurgia, médicos retiram bolsa de colostomia de Bolsonaro

ReproduçãoNathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/01/2019 15h38Atualizada em 28/01/2019 17h17

Terminou por volta das 15h30 desta segunda-feira (28) a cirurgia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para retirada de uma bolsa de colostomia, segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. O procedimento foi realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, durou cerca de sete horas e, de acordo com o Planalto, teve “êxito”.

Às 17h01, o Hospital Albert Einstein divulgou boletim médico informando que o procedimento ocorreu sem intercorrências ou necessidade de transfusão de sangue.

Após a operação, Bolsonaro foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva, “clinicamente estável, consciente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, prevenção de infecção e de trombose venosa profunda”, segundo o comunicado.

O boletim foi assinado pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, pelo clínico e cardiologista Leandro Echenique e pelo diretor superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo.

Governo reúne empresários do Pró-Sertão e confirma apoio para ampliar negócios

A governadora Fátima Bezerra confirmou nesta sexta-feira, 25, o total apoio do Governo do Estado à ampliação do Programa de Industrialização do Interior, o Pró-Sertão. “Estamos aqui, hoje, quando o nosso Governo ainda não completou um mês, externando o nosso compromisso com o fortalecimento e o desenvolvimento deste programa que gera emprego, renda e arrecadação”, afirmou Fátima Bezerra aos representantes de 124 oficinas de costura, dirigentes da Federação das Indústrias do RN, do Sistema S, do Sebrae, representantes das bancadas parlamentares na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, prefeitos e empresários parceiros do Pró-Sertão como a Guararapes/Riachuelo.

Fátima explicou que a administração estadual está trabalhando para viabilizar a alocação de recursos para a instalação de uma Central de Cortes, no município de Parelhas para atender as oficinas, uma reivindicação do setor. “Vamos buscar junto às bancadas federal e estadual emendas aos orçamentos e também junto às empresas parceiras medidas para dar andamento à instalação. O Estado doou o terreno e vai realizar todos os esforços para tornar realidade a Central de Corte que vai dar mais agilidade à produção, agregar valor e fortalecer o Pró-Sertão”, informou.

Justiça do Trabalho considera discriminatório demitir funcionário depressivo em tratamento

CONJUR- Demitir sabendo que o empregado está com problemas de saúde é discriminatório. Esse foi o entendimento da 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região ao condenar uma companhia de fertilizantes de Catalão (GO) a indenizar em R$ 5 mil um empregado que foi demitido enquanto se tratava por depressão.

Dispensa foi feita sem justa causa, mesmo a empresa tendo ampla ciência do quadro clínico do empregado, ressalta desembargador.

O autor da ação trabalhava na empresa há 15 anos e se tratava desde 2013. Conforme disse no processo, ainda não tinha estabilizado sua situação de saúde.

Seu pedido de indenização foi negado pela Vara do Trabalho de Catalão.

No recurso ao TRT-18, ele afirmou que o laudo médico presente nos autos confirmou a doença psicológica na data de sua demissão, apresentando “incapacidade laboral, parcial e temporária, da ordem de 15%”. Ressaltou que a dispensa aconteceu por ele ser considerado “inútil” para a empresa.

A defesa do eletricista também argumentou que o empregador se esquivou de suas obrigações legais e sociais ao substituir o reclamante por outro funcionário sem problemas de saúde. “Trocou o ruim pelo bom, como se fosse um objeto qualquer”, destacou.

A empresa refutou as alegações afirmando não haver configuração de qualquer doença de origem ocupacional nos autos nem acidente de trabalho. Ressaltou a evidência apontada no laudo de não existir relação entre as doenças que acometeram o eletricista e o trabalho por ele desempenhado. Além disso, argumentou que, no momento da demissão, ele não detinha nenhuma estabilidade e não comprovou o caráter discriminatório da dispensa.

O desembargador Elvecio Moura, ao analisar o caso no TRT-18, concluiu que, por se tratar de violação aos direitos da personalidade, não é necessária a prova do prejuízo, porque o dano é presumido. “De sorte que a demonstração de que a conduta lesou direto da personalidade do trabalhador é suficiente para fins de atribuição de responsabilidade”, explicou.

Ele comentou ser incontroverso o afastamento do reclamante do trabalho por diversas vezes a partir do ano de 2008 em razão de quadro depressivo e transtornos de ansiedade e de adaptação.

Elvecio Moura validou as informações do laudo psicológico, assinado dois meses antes da dispensa, em que ficou consignado o tratamento contínuo há mais de dois anos e que naquele momento ele apresentava “quadro acentuado de ansiedade, angústia e isolamento social, impedindo-o, assim, de exercer suas funções profissionais”.

O desembargador observou também que a dispensa foi feita sem justa causa, mesmo a empresa tendo ampla ciência do quadro clínico do empregado, “não restando demonstrado nos autos outro motivo para o rompimento do pacto laboral”.

A decisão do colegiado, no entanto, não foi unânime. O desembargador Daniel Viana discordou do relator por entender que a incapacidade parcial não impede a dispensa. Além disso, segundo ele, o eletricista não recorreu quanto ao pleito de reintegração, “revelando que a dispensa não teve relevante potencial ofensivo”. Com informações da Assessoria de Imprensa do Conselho Superior da Justiça do Trabalho

Robinson Faria: “Eu sabia que a minha decisão de não demitir me levaria ao atraso salarial e, por consequência, ao gigantesco desgaste político.”

Resultado de imagem para Robinson FariaO ex-governador Robinson Faria postou texto relatando obras e programas do seu governo sem seu perfil no instragram.

Tido como um homem solidário e grato a seus amigos, Robinson deixou claro que fez o melhor que poderia fazer.

Disse que hoje dorme tranquilo por não demitir 20 mil servidores como foi orientado atá pelo Ministério Público.

Confira o texto:

 

Depois de 32 anos de vida pública, exercendo mandatos eletivos até chegar ao cargo de governador, em 2015, numa eleição que as pessoas denominaram “a vitória do impossível”, tomo a liberdade de fazer com vocês uma reflexão de um dos sentimentos mais nobres do ser humano que é a “gratidão”.

Deus nos deu o livre arbítrio para que pudéssemos escolher os nossos próprios caminhos.

O tema “Gratidão ou Ingratidão” há muito vem sendo discutido por filósofos, poetas, escritores e ate na Bíblia Sagrada, por Davi, que desabafa com Deus sobre a ingratidão no Salmo 41, onde daqui a pouco farei menção.

Santo Agostinho falou muito sobre a ingratidão, comentando que é a maior fraqueza do homem. Enquanto que a gratidão é a maior das virtudes. Alguns poetas escreveram que a ingratidão é o câncer da alma; e outros, que a gratidão é a memória do coração.

É bom lembrar que Jesus curou dez leprosos e apenas um voltou para agradecer.

Voltando a Davi, no Salmo 41, ele indagava a Deus num tom de decepção e desabafo: “Eles dizem assim: ele está muito mal mesmo e não vai se levantar mais”.

Davi continua “Até o meu melhor amigo, em quem eu tanto confiava, aquele que tornava refeições comigo, até ele se virou contra mim”.

Em outro momento, Davi também desabafou: “Todos os que me odeiam falam de mim cochichando, e pensam que o pior vai me acontecer”.

E chega o momento de maior angústia, e pergunta a Deus: “Os meus inimigos falam mal de mim e perguntam: Quando será que ele vai morrer e ser esquecido?”

 

Quero deixar claro que essa narrativa que divido com vocês não tem motivação política, assim como não reflete o fato de não ter sido vitorioso na última eleição para o governo.

Tenho consciência de que procurei governar cumprindo o juramento que fiz a Deus: “Governar para os que mais precisam”.

Me orgulho do RN ser o estado que hoje tem o maior programa de acesso à alimentação do Brasil, oferecendo mais de um milhão de refeições, num preço simbólico de 1 real, saciando a fome de milhares de desempregados.

O Transporte Cidadão, oferecendo transporte gratuito para doentes crônicos, pessoas com necessidades especiais, idosos.

Somos o único estado do Brasil que oferece esse serviço.

Sei que muitos vão falar: “Mas Robinson deixou atrasar o pagamento do servidor”.

Quero pedir a sua paciência para uma reflexão, com honestidade e sem o calor da batalha eleitoral.

Como governador, infelizmente, só tinha duas escolhas para tomar.

A primeira seria a mais cômoda, mais fácil, vamos chamar assim, que seria demitir 20 mil servidores, e assim teria governado os quatro anos sem atraso.

A outra opção, que foi a que escolhi, não demitir e lutar, perseverar e esperar um apoio da União, que foi dado a outros estados e aqui nunca chegou.

 

Vocês sabem que não tive apoio político, muito pelo contrário, fui boicotado por aqueles que derrotei em 2014, que quiseram me enfraquecer para voltar ao poder.

Eu sabia que a minha decisão de não demitir me levaria ao atraso salarial e, por consequência, ao gigantesco desgaste político.

Mas à noite, quando vou dormir, não imagino a cena de um pai ou uma mãe, uma enfermeira, um policial, um médico e tantos outros servidores chegando em casa e falando pra família: “Estou desempregado, não sou mais servidor do Estado”.

Essa culpa eu não levo.

Fui aconselhado por muitos a demitir os servidores.

Vários governadores demitiram e foram reeleitos.

Falaram também: “Governador, o estado tem três milhões e quinhentos mil habitantes, não serão vinte mil que irão derrotá-lo.

Vejam, meus amigos, o que vivi, o que passei sentado naquela cadeira solitária com a caneta na mão para assinar as demissões.

Tomo hoje a liberdade para abrir o coração, com toda a fé que Deus me deu, que para mim a escolha estava na ambição de um novo mandato ou no coração de não castigar milhares de pais, mães e filhos.

 

Falam que governar não se pode ter coração. Não vejo dessa forma, sei que a minha escolha custou a minha derrota.

Os servidores não entenderam, não compreenderam que eu estava garantindo o futuro deles.

Perdi a eleição, mas não perdi a dignidade, a gratidão, o sentimento de justiça!

O coração venceu a ambição, essa é a grande vitória.

Se Deus e o povo anônimo me deram a missão de governar o RN, no momento mais difícil da sua história, é porque Deus conhecia o meu coração.

Lembro que o povo até comentou que a minha vitória em 2014 foi semelhante a de Davi contra Golias.

 

Não fui eu quem quebrei o RN. Não fui eu quem quebrei o Brasil. Não fui eu quem quebrei a Petrobras, que era um braço forte da nossa economia.

Recebi o estado mais falido do Nordeste.

Também não tive culpa do meu governo ter enfrentado a maior seca dos últimos 100 anos, dizimando o setor primário e contribuindo para abalar ainda mais as nossas finanças.

Mas nunca desanimei, sabia que seria o governo do impossível, da superação, da perseverança e da esperança.

Mesmo com todas as tempestades que enfrentei, com coragem e humildade, combatendo o bom combate, deixo um legado de mais de 1.300 obras, em diversas áreas, como por exemplo na Saúde, com a construção de 160 leitos de UTI acabando com a fila da morte.

Hospitais regionais que esperavam décadas por cirurgias ortopédicas para não dependerem mais do Walfredo Gurgel, em Natal.

Pau dos Ferros, Caicó, Currais Novos, Macaíba, Parnamirim, o novo Hospital da Policia Militar com vinte novos leitos de UTI, com a reforma e ampliação, o hospital saiu de 60 para 130 leitos, aumentamos o tamanho em seis vezes.

E tantas outras obras esperadas ha décadas como o Anel Viário

Metropolitano, a Moema Tinôco, a Estrada da Castanha em Serra do Mel, o aeroporto comercial de Mossoró, já com voo da Azul.

O resgate do turismo gerando milhares de empregos, o novo Centro de Convenções de Natal, que passou de 6 mil para 13 mil lugares. Temos hoje o Centro de Convenções mais bonito do Brasil.

Enfim, poderia ficar aqui prestando contas de obras históricas, mas deixo o tempo, que é o senhor da Verdade, tocar o coração dos norte-rio-grandenses.

Voltando ao tema “Gratidão”, só tenho a agradecer a Deus, aos meus seis filhos que Deus me deu, ao povo amigo do RN que me deu a missão de ser o seu governador em 2014.

Terminando aqui a nossa conversa, confesso que escrevi do começo ao fim com os olhos tomados de lágrimas.

Tive que parar algumas vezes para rezar, me recompor e pedir a Deus inspiração!

A minha contribuição depois de ter sofrido na alma a dor da ingratidão muitas vezes.

Nunca percam dentro de si o sentimento da gratidão, mesmo que não seja retribuído.

Deus estará vendo o seu coração, é Ele quem nos julgará.

Peço desculpas pelos meus erros, continuo aqui torcendo pelo nosso Rio Grande do Norte.

Amo todos vocês.

Que Deus abençoe a todos!

Muito obrigado!

Mercado reduz projeção de crescimento da economia para 2,5% em 2019

Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil

Instituições financeiras, consultadas pelo Banco Central (BC), reduziram a projeção para o crescimento da economia, neste ano e em 2020. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi ajustada de 2,53% para 2,50%, em 2019.

Para o próximo ano, a expectativa caiu de 2,60% para 2,50%. Em 2021 e 2022, a projeção segue em 2,50%. Essas são as previsões de instituições financeiras consultadas pelo BC todas as semanas sobre os principais indicadores econômicos.

A inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 4% este ano.

Na semana passada, a projeção para o IPCA estava em 4,01%. A estimativa segue abaixo da meta de inflação (4,25%), com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%, este ano.

Para 2020, a projeção para o IPCA segue em 4%, há 82 semanas seguidas. Para 2021 e 2022, a estimativa permanece em 3,75%.

A meta de inflação é 4%, em 2020, e 3,75%, em 2021, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos (2,5% a 5,5% e 2,25% a 5,25%, respectivamente).

O BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano, para alcançar a meta da taxa inflacionária.

De acordo com o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2019 em 7% ao ano e continuar a subir em 2020, encerrando o período em 8% ao ano, permanecendo nesse patamar em 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic para conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação.

A manutenção da taxa básica de juros indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,75 no final deste ano, e em R$ 3,78, no fim de 2020.

O MERCADO DA SOLIDÃO :A tecnologia facilita a vida de quem vive só, mas há quem pague por um abraço

A advogada Renata Cruz, 44, não nega ombro às amigas e aos amigos. Fica a postos 24 horas por dia, seja pessoalmente, por WhatsApp ou Skype (para aqueles que moram longe). Quando eles mais precisam, está pronta para ouvir e acolher suas lamúrias. Além disso, faz questão de acompanhar cada caso e saber o desfecho. “Eu não dou conselhos genéricos. Estudo a problemática e faço o possível para ajudar a resolver”, afirma Renata, com a segurança de quem é perita no assunto.

Renata atua como amiga profissional – ou “personal friend”, como é chamado o serviço que oferece há duas décadas. “Era muito comum que as pessoas me abordassem em lugares públicos, como o ponto de ônibus ou o trem, para desabafar”, conta ela, que morava em Portugal quando começou a oferecer o serviço. “Percebi que tem muita gente com necessidade de conversar e sem ninguém para ouvir e que eu poderia ajudar de maneira profissional. Hoje eu tenho formação de coach, o que aperfeiçoou meu atendimento”. Os valores das sessões variam entre R$ 120 e R$ 170 reais por hora.

O “personal friend” é só um dos produtos e serviços disponíveis para quem vive sozinho. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em 2015, esse grupo já soma quase 70 milhões de pessoas. Trata-se de um número 30% maior do que na década anterior, mostrando que o Brasil segue uma tendência mundial, vivida sobretudo pelos países mais desenvolvidos.

Em 2016, o Canadá atingiu pela primeira vez em sua história um número maior de casas com uma só pessoa do que qualquer outro tipo de habitação. Segundo dados daquele ano, 28,2% dos domicílios tinham apenas um morador no país. Ainda assim, a porcentagem é significativamente menor que a de vários países europeus: Dinamarca, Finlândia, Alemanha e Noruega, por exemplo, têm mais de 40% de suas casas com um só morador. A estimativa é que esse já seja o modelo adotado em 15% dos dois bilhões de residências que existem no mundo todo.

PRODUTO SOLIDÃO

Além do amigo de aluguel, há uma variedade enorme de opções para atender a essa turma. Segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo, a capital paulista teve em 2018 um crescimento de 91% nos lançamentos de unidades residenciais com até 45 metros quadrados. Em 2017, 42,6% dos imóveis lançados tinham esse tamanho. Nesses ninhos de um pássaro só, dá para fazer de tudo sem colocar o pé para fora da porta ou estabelecer vínculo com ninguém. Graças, principalmente, à tecnologia. Os aplicativos, por exemplo, incrementaram os serviços de entrega em domicílio. Hoje é possível ir ao supermercado, à farmácia, à papelaria e até sacar dinheiro sem colocar o pé para fora da porta de casa. O silêncio incomoda? Na internet, há áudios de horas ininterruptas com o som de pessoas conversando, como se estivesse acontecendo uma festa em sua casa. Isso sem falar no mundo do sexo virtual, que garante até a experiência de estar dentro de uma casa de swing ou coisa do tipo.

O Japão, onde imóveis minúsculos e códigos rígidos de convívio fazem parte da cultura, o atendimento a esse público chegou ao extremo. Lá, estão se popularizando os “cuddle cafes”, locais onde é possível pagar para dormir de conchinha. Em 2012, foi inaugurado o primeiro, no distrito de Akihabara, em Tóquio, chamado Soineya, que literalmente significa “dormir juntos”.

Os clientes, todos homens, precisam pagar uma taxa para entrar no estabelecimento. Os preços variam de acordo com o tempo gasto com o serviço: entre US$ 40 para vinte minutos, e US$ 645 para uma noite completa de 10 horas. Para quem deseja ainda mais calor humano, há pacotes opcionais que incluem itens como troca de olhares. Inspirados na experiência oriental, empresários de Nova York e Portland, nos Estados Unidos, e Vancouver, no Canadá, estão abrindo negócios semelhantes, porém para atender também as mulheres.

O surgimento de tantos produtos para este, digamos, mercado da solidão, levanta algumas questões: estar só é uma escolha, uma busca do sujeito pós-moderno, ou uma condição imposta pela vida contemporânea, marcada pela fragilidade dos laços afetivos? Existe uma dose segura e aconselhável de solidão? O historiador Leandro Karnal publicou em 2018 um livro com discussões semelhantes: “O dilema do porco espinho – como encarar a solidão” (Ed. Planeta).

Já na introdução, ele nos expõe o paradoxo por meio da metáfora do porco-espinho, usada pela primeira vez pelo filósofo Arthur Schopenhauer: assim como aquele animal, precisamos nos unir para nos proteger do frio. A proximidade, no entanto, espeta, machuca. E, então, nos afastamos. A vida moderna, onde quase tudo é possível, impõe o dilema: “Quero estar sozinho, quero companhia e gostaria de controlar esses dois momentos de acordo com minha vontade. Não é possível. A busca do equilíbrio tem sido um desafio constante para estimular casamentos e divórcios”, escreveu.

A SOLIDÃO COMO DOENÇA

A busca pelo equilíbrio entre a liberdade de estar só e o convívio saudável com outras pessoas parece estar desbalanceada. A solidão extrema é, sim, considerada um mal moderno e tem sido tratada como epidemia em alguns países. No início do ano passado, o Reino Unido, por exemplo, anunciou a criação do Ministério da Solidão. Naquele país, a preocupação é principalmente com os idosos, mas acomete cerca de nove milhões de indivíduos de idades variadas.

“Para muitas pessoas, a solidão é a triste realidade da vida moderna”, disse a primeira-ministra Theresa May, ao anunciar a medida. “Quero enfrentar esse desafio pela nossa sociedade e para que todos nós possamos agir para combater a solidão enfrentada pelos mais velhos, pelos cuidadores, por aqueles que perderam seus entes amados – pessoas que não têm ninguém para conversar ou compartilhar seus pensamentos e experiências”, completou a premiê.

A apreensão inglesa tem justificativa. A solidão está na origem de uma série de patologias. “Causa irritação, isolamento, depressão e está associada a um aumento de 26% do risco de morte prematura”, alerta o especialista no assunto John Cacioppo em artigo publicado recentemente na revista científica “The Lancet”. “Solidão é uma condição particular na qual um indivíduo se percebe socialmente isolado mesmo quando está entre outras pessoas”, escreveu Cacioppo.

Sem ninguém por perto com quem contar, adoecemos porque andamos na contramão de nossa essência. Ficar muito só está para a alma assim como a falta de água está para a pele. “Bebês não comem se não forem alimentados, não se locomovem se não forem transportados”, disse ao TAB o psicanalista Armando Colognese Júnior, professor e supervisor do Departamento de Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.

Nossa fisiologia é feita para buscar o convívio. O simples toque, como carícia, libera ocitocina (o chamado “hormônio do amor”, do acolhimento, que promove calma e bem-estar). O olho no olho também deflagra uma cascata de reações químicas, em geral benéficas. Em sua obra “O Ser e o Nada”, o filósofo francês Jean Paul-Sartre, marido de Simone de Beauvoir, discorre sobre o processo de identidade em que o sujeito se descobre como indivíduo. Segundo ele, isso só acontece na presença (ou na experiência) do outro. Sobre isso, escreveu: “O Outro é mediador indispensável entre mim e mim mesmo (…) Reconheço que sou como o Outro me vê”.

O pintor americano Edward Hopper (1882 – 1967) dedicou parte importante de sua obra para retratar cenas da solidão da vida moderna. Inspirado em algumas das mais emblemáticas, em 2013 o diretor de cinema Gustav Deutsch criou a história de Shirley, uma mulher que vive nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1960. No filme, as imagens de Hopper compõem uma narrativa única, ganhando movimento e som. Além da trilha sonora, ouvimos os pensamentos da personagem, que divaga sobre grandes fatos históricos: a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, o Macartismo… Trechos do longa ilustram este TAB.

O CONVÍVIO COMO INCÔMODO

É de Sartre também a célebre frase: “O inferno são os outros”. Ora, como o mesmo pensador discorre sobre a importância do outro para o indivíduo e diz que ele é seu inferno? Na verdade, as afirmações são complementares e fazem parte da teoria existencialista do francês. O que ele quer dizer é que, ao convivermos, enxergamos no interlocutor aquilo que somos e também o que não somos. O outro nos tira da ignorância sobre nós e nos impõe um problema. Ele nos tolhe a liberdade, cria limites sociais. A vergonha, por exemplo, só existe quando não estamos sozinhos. Escreveu ele: ” (…) a vergonha, em sua estrutura primeira, é vergonha diante de alguém. Acabo de cometer um gesto desastrado ou vulgar: esse gesto gruda em mim, não o julgo, nem o censuro, apenas vivencio (…) Mas, de repente, levanto a cabeça: alguém estava ali e me viu. Constato subitamente a vulgaridade de meu gesto e sinto vergonha”.

Ou seja, se por um lado a solidão nos é fatal, a vida em comum nem sempre é pacífica. Viver junto requer concessões. É preciso abrir mão de vontades, de desejos pessoais em nome do outro sem deixar de reivindicar seu próprio espaço, proteger-se dos espinhos. Cansa, dá trabalho, desmotiva muitas vezes. Ao mesmo tempo, foi-se a época em que casar e formar família eram sinônimos de felicidade ou sucesso pessoal.

Hoje em dia, já é aceitável a escolha pela vida de solteiro em que as ambições sejam variadas e nada tenham a ver com família – uma carreira de sucesso, viagens, busca por transcendência espiritual, entre outras possibilidades. Viver só é uma facilidade. “Em nosso mundo de furiosa ‘individualização’, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro”, escreveu o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) em “Amor Líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos”.

A SOLIDÃO COMO REMÉDIO

Há mais de uma década, a professora de inglês Carolina Ferrari, 45, optou por viver sozinha (assista à entrevista acima). Prestes a completar 30 anos, ela, que é a filha caçula, ainda vivia na casa dos pais. “Casar, ter filhos, formar uma família clássica, nunca estiveram nos meus planos, mas imagino que meus pais esperavam que eu só fosse embora casada. Foi uma frustração para eles”, afirma.

Com o passar do tempo, porém, Carolina percebeu que o relacionamento com a família melhorou. “Se antes eu vivia no meu quarto e mal encontrava meus pais, depois que saí de casa passei a visitá-los periodicamente, a organizar viagens e passeios juntos”, diz ela, que vive com Luigi, seu cachorro, e nos momentos difíceis não hesita em procurar os amigos – sem precisar pagar por isso.

Por reconhecer o lado positivo da vida sozinho, Leandro Karnal faz uma ponderação em seu livro: “Precisamos fazer uma distinção possível, ainda que não aceita por todos, entre solidão e solitude. A primeira pode ser considerada negativa, independendo, inclusive, de estar isolado, apartado da sociedade, pois podemos nos sentir solitários na multidão. A solitude, por outro lado, tem caráter positivo, enseja ao ser a possibilidade de escuta de seu ‘eu’ e é condição imprescindível para qualquer forma de expressão estética.”

São inúmeros os casos de escritores, artistas plásticos e músicos que precisam de reclusão para produzir. Uma das obras mais famosas da escritora inglesa Virginia Woolf, “Um teto só seu”, trata da dificuldade que as mulheres de seu tempo, o início do século 20, enfrentavam para escrever. Entre outros problemas, elas não tinham a oportunidade de ficar sós. “Em primeiro lugar, ter um espaço próprio, que dirá um espaço silencioso ou à prova de som, estava fora de questão”, escreveu. Treinada em redações barulhentas, a repórter que assina este TAB é capaz de escrever no meio da multidão. Ainda assim, só consegue pensar no que e em como será escrito realizando atividades solitárias, como tomar banho, caminhar, andar de bicicleta ou nadar.

Ao contrário da solidão patológica, a busca pela solitude pode ser um indício de saúde emocional. “Apenas procura ficar sozinho quem está emocionalmente equilibrado para encarar a si mesmo sem ninguém por perto”, diz Colognese. Esses momentos de introspecção, no entanto, têm um limite saudável também. “Quem tem alguém por perto com frequência alimenta-se, dorme, cuida-se melhor”, completa o psicanalista.

Em 1992, o garoto americano Chris McCandless embarcou em uma profunda experiência de solidão rumo ao Alasca, mas acabou morrendo envenenado por uma planta que comera. Chegou a tentar pedir ajuda, mas foi em vão. A história é contada no livro do jornalista John Krakauer e no filme dirigido por Sean Penn, ambos com o mesmo título: “Na Natureza Selvagem”. Em um livro encontrado junto a seus pertences, McCandless escreveu: “A felicidade só é real quando compartilhada”.

Destempero e verborragia na patota de Bolsonaro

“Guru” de Bolsonaro detona Mourão e Heleno

Olavo de Carvalho acusou o general Augusto Heleno e o general Hamilton Mourão de usarem Jair Bolsonaro como “boi de piranha” no trato com a imprensa:

“Você não tem vergonha, Heleno? Mourão, você não tem vergonha de ir puxar o saco desse Jean Wyllys? (…)

O que o governo constituído fez até agora contra seus inimigos? Nada, nada, nada! Porque está cercado de generais que lhe dizem para não fazer nada. Está cercado de generais que, quando são entrevistados por repórteres, se sentem maravilhados, como um garotinho de escola que foi posto no show. Essa é a cara do general Heleno e essa é a cara do general Mourão quando aparecem na televisão.

Militar, quando está diante de repórteres ou de figuras do show business, se mija nas calças, de temor reverencial e de prazer.”

O ANTAGONISTA